O Senhor
faz florescer o deserto, é a gratuidade da salvação
O pecado é não
custodiar a gratuidade, acreditando-se redentores de nós mesmos, enquanto é o
Senhor que nos salva, disse o Papa Francisco em sua homilia na Missa celebrada
na Casa Santa Marta.
Debora Donnini -
Cidade do Vaticano - O deserto florescerá. Na Missa da manhã na Casa Santa
Marta, o Papa Francisco usa essa imagem, referindo-se ao Profeta Isaías, para
recordar que Deus é capaz de mudar tudo, gratuitamente, porque esse
florescimento parece impossível para o deserto feito de areia seca. O convite
do Papa, portanto, é para salvaguardar essa gratuidade: o pecado é o desejo de
querer se redimir a si mesmo.
Deus é capaz de
mudar tudo
Sua reflexão
parte da liturgia de hoje, à espera do Natal, que "nos coloca diante de
dois desertos", ou seja, de duas mulheres estéreis: Isabel e a mãe de
Sansão. No Evangelho, a história de Isabel faz pensar depois na história de
Abraão e Sara. "A esterilidade é um deserto", enfatiza o Papa
"porque" uma mulher estéril termina ali, sem descendência". No
entanto, ambas são "mulheres de fé" e confiam no Senhor:
E o Senhor faz o
deserto florescer. Ambas as mulheres concebem e dão à luz. “Padre, isso é um
milagre?” Não, é mais do que um milagre: é a base, é precisamente o fundamento
da nossa fé. Ambas concebem porque Deus é capaz de mudar tudo, mesmo as leis da
natureza; é capaz de abrir caminho para sua Palavra. Os dons de Deus são
gratuidade. E essa vida de ambas as mulheres é a expressão da gratuidade de
Deus.
São João Batista
e Sansão, símbolos da gratuidade da salvação
Quer João
Batista como Sansão são, portanto, "gratuidade de Deus". Antes ainda,
"são o símbolo - digamos assim - da gratuidade em nossa salvação",
afirma o Papa, porque "ninguém pode salvar a si mesmo". "O único
que salva é o Senhor", o único capaz de nos salvar de nossas misérias e
brutalidades, e "se você não confiar na gratuidade da salvação do Senhor,
não será salvo", sublinha. É preciso, portanto, ter fé, que também é um
dom de Deus.
Somos estéreis,
tudo é graça
Precisamente
para enfatizar o sentido da graça, Francisco se refere a Santo Agostinho,
exortando a abrir o coração à gratuidade:
Ninguém de nós
merece salvação. Ninguém! "Mas eu rezo, jejuo ...". Sim, isso fará
bem a você, mas se não houver essa gratuidade no início de tudo isso, não existe
a possibilidade. Nós somos estéreis. Todos. Estéreis para a vida de graça,
estéreis para ir para o céu, estéreis para conceber a santidade. Somente, a
gratuidade. E por isso nós não podemos nos vangloriar de ser justos.
"Padre, sou católico, sou católica, vou à Missa no domingo, pertenço a
essa associação, a essa, a essa, àquela ..." - "E me diga: você está
comprando sua salvação assim? Você acredita que isso vai te salvar?".
Somente ajudará você a ser salvo se acreditar na gratuidade do dom de Deus. Tudo
é graça.
É por isso que
somos chamados a adorar o Senhor e agradecê-lo por "tanta graça".
Louvar o Senhor
por tudo o que Ele nos dá gratuitamente
Estas duas
mulheres, depois, então, dão à luz a filhos que serão grandes na história,
destaca o Papa, concentrando-se em particular na história de Sansão que, grande
lutador e homem forte, depois de ter salvo o povo dos filisteus, “talvez não
tenha cuidado da gratuidade do dom recebido", cometeu um erro, caindo nas
mãos de uma mulher que o vendeu aos filisteus. Porém depois se recompôs.
O Papa recorda
sua história precisamente para lembrar que "somos todos pecadores e o
pecado é não custodiar a gratuidade":
Mas, tenho
consciência de que o pecado é não custodiar a gratuidade? E quando vou
confessar, o que faço? Conto os pecados como um papagaio ou os conto porque
sinto que arrisquei o dom da gratuidade para ter algo meu? Custodiar a
gratuidade e pensar em Sansão: eleito, bom, que no final de sua vida teve um
deslize, depois se recompôs. Mas nós podemos, nós podemos escorregar e
acreditarmo-nos redentores de nós mesmos. O pecado é isso. O pecado é o desejo
de redimir a nós mesmos. Nestes dias antes do Natal, louvemos ao Senhor pela
gratuidade da salvação, pela gratuidade da vida, por tudo o que nos dá de
graça. Tudo é graça.
O convite final
é, portanto, refletir sobre se custodiamos esta gratuidade ou a colocamos em
risco com nossos pecados.
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Assista:
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Fonte: vaticannews.va
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