Identidade católica x Relativismo religioso
Somos
discípulos e missionários de Jesus Cristo. Pelo nosso batismo, passamos a fazer
parte da família de Deus. Pelo nosso batismo nos tornamos membros da Igreja
Católica Apostólica Romana, fundada pelo Filho Deus: “Tu és Pedro e sobre
essa pedra edificarei a minha Igreja” (Mt 16,18) foram as palavras de
Jesus a Pedro a quem Ele mesmo constituiu o primeiro Papa. E no correr dos
tempos, por meio da Sucessão dos apóstolos, bispos e papas foram sendo ordenados.
Hoje o Sucessor de Pedro é o Papa Francisco, o Bispo de Roma, ao qual estão
unidos os bispos do mundo todo. Na comunhão com o Papa Francisco e com os
bispos está a garantia de que, de direito e de fato, participamos da Igreja de
Jesus Cristo.
A Igreja
Católica não desconhece as outras confissões religiosas; pelo contrário, por
meio do diálogo inter-religioso e ecumenismo, procura criar pontes com todas as
representações de fé e com as igrejas evangélicas. A partir do Concílio
Vaticano II, intensificaram-se as ações da Igreja nesse sentido. De forma ainda
mais efetiva os últimos papas têm estabelecido constantes contatos com os
líderes religiosos das diversas correntes de pensamento e de fé na busca do
diálogo, da convergência de ações, do entendimento, da fraternidade e da
paz. Sem abrir mão dos fundamentos da fé cristã e católica, e não poderia ser
diferente, são significativos e constantes os esforços da Igreja nessa direção.
A
Igreja reconhece os valores presentes em todas as crenças bem intencionadas que
de forma ética e justa buscam a verdade. Não pode, porém, a Igreja
Católica, e ela não o faz, concordar com o relativismo presente no campo
religioso e intensificado nas últimas décadas. Para muitos grupos e pessoas,
tudo é certo, tudo é igual, pode-se fazer parte de diversas religiões e de seus
cultos ao mesmo tempo. Essa maneira de pensar e agir faz parte do relativismo,
que devemos afastar de nossas concepções e práticas. O católico, amando e
respeitando os que pensam e agem de forma diferente, devem preservar e
fortalecer a sua identidade católica.
Vale a pena
relembrar as palavras do Papa Emérito Bento XVI na Mensagem da Jornada Mundial
da Juventude de 2011, ao se referir à “ditadura do relativismo”, expressão por
ele mesmo criada: O relativismo difundido, segundo o qual tudo equivale e
não existe verdade alguma, nem qualquer ponto de referência absoluto, não gera
a verdadeira liberdade, mas instabilidade, desorientação, conformismo às modas
do momento. Pensamento reiterado também pelo Papa Francisco.
Os
evangélicos, segundo a sua fé e convicções devem participar de suas igrejas e
nelas crescer. Membros de outras confissões religiosas devem agir da mesma
forma. Nós católicos, por nossa vez, devemos participar e ser responsáveis pela
nossa Igreja. Cada um na sua, sem perder a identidade. E como nos dirigimos
aqui, de modo especial aos católicos, esclarecemos que, ante tantas visões
equivocadas de muitos de nós que frequentam nossos templos, participam das
celebrações da Igreja Católica e, ao mesmo tempo, participam de outras igrejas
e templos não católicos, estão aderindo ao relativismo religioso. “Que
o sim de vocês seja sim e o não seja não. O que passa disso vem do Maligno” (Mt
5,37) são as palavras de Jesus que devem fundamentar nossa vivência católica.
A Sagrada
Escritura, a Tradição e o Magistério da Igreja são os fundamentos da nossa fé e
os meios de orientação para a nossa vida e nossas atitudes. São a garantia da
nossa identidade católica. Fica aqui um convite à reflexão a partir da afirmação
do Doutor da Igreja, Santo Agostinho de Hipona: “Não se imponha a verdade
sem a caridade, mas também não se sacrifique a verdade em nome da caridade.”
Luiz Gonzaga da Rosa
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