Semear para colher
"Parece que o
mundo está colhendo os frutos que vem plantando"
Quem não semeia
não colhe. Não há como tirar alguma coisa de onde não tem. Os frutos dependem
muito da qualidade da semente plantada, ou da muda que é regada com o cuidado
no trabalho. Essa é a dinâmica da natureza, mas para produzir uma boa colheita
ela deve ser tratada. A terra precisa ser boa porque a semente que cai em terra
boa produz bom fruto (cf. Mt 13,23).
Dom Paulo Mendes Peixoto |
Em suas palavras,
Jesus cita quatro tipos de solos onde é plantada a semente da sua mensagem: à
beira do caminho, no solo pedregoso, no solo espinhoso e no solo bom. Ele está
se referindo ao coração das pessoas, e podemos dizer o coração dos brasileiros,
esperando frutos de vida e dignidade. A fertilidade está no interior da pessoa,
mas depende do tipo de terreno que cada um está sendo.
A semente, ao
germinar e brotar faz isso por uma força capaz de remover a terra, e dali
surgir nova vida. Na vida humana acontece a mesma coisa. Colhemos os frutos
daquilo que plantamos, seja na família, nas questões sociais, políticas,
econômicas e em todos os tipos de relações. Plantando paz ou violência, os
frutos serão também dentro do mesmo nível, com paz ou com violência.
Parece que o mundo
está colhendo os frutos que vem plantando. O coronavirus não é uma realidade
“por acaso”, e tem abrangência universal. Ele não faz seleção de pessoas, a não
ser os que se protegem com mais severidade. Estamos colhendo mortes de pessoas
diariamente e com projeções de futuro indeterminado caso não seja mudado o
perfil da cultura de irresponsabilidade.
Agora temos que
imaginar as consequências da pandemia. Está sendo um tempo de plantar sementes.
Como serão os frutos não sabemos, a não ser a diminuição no poder econômico, a
falência de muitas firmas, o crescimento do desemprego e o aumento de pobreza
da população. Tudo isso vem alertar que os rumos da sociedade precisam mudar,
principalmente na construção da solidariedade.
Dom Paulo Mendes Peixoto - Arcebispo de Uberaba
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Fonte: cnbb.org.br
Fonte: cnbb.org.br
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