Da amizade pessoal à fraternidade sem fronteiras
No dia 20 de julho de 1969 o homem chegava à lua, tendo por primeira vez uma visão do planeta Terra desde uma perspectiva inteiramente universal. O dentista argentino Enrique Febbraro compreendeu bem esse acontecimento com toda a relevância que possuía, propondo estabelecer para comemorar essa data o Dia Internacional do Amigo.
Dom Roberto Francisco |
Onde muitos viam o triunfo da inventividade tecnológica ou mesmo da evolução da ciência, Enrique via a vocação a ser uma só família, superando barreiras e divisões, para unir os povos e nações numa fraternidade universal. Iniciou-se com uma comemoração oficial em Buenos Aires, com o decreto nº 235/79, e lhe valeu a indicação como candidato ao prêmio Nobel por duas vezes.
Assim como o poeta da Divina Comédia Dante Lighieri afirmava que o amor movia todo o universo, Enrique sustentava que a amizade nos seus diversos tempos, modos e expressões era o que fazia crescer e amadurecer a humanidade. Aquilo que de forma magistral, Bento XVI ensinou na Encíclica Caritas in Veritate, que o amor era o motor de todo desenvolvimento humano integral, solidário e sustentável.
Precisamos de muitos Enriques, que nos despertem para a vivência da amizade, já seja pessoal, social ou mundial, acreditando que todos somos irmãos e irmãs, inquilinos e residentes numa única Casa Comum.
A Igreja mais que qualquer outra instituição pelo seu carisma e missão, partilhará sempre cordialmente as Palavras de nosso Mestre e Salvador Jesus Cristo: “Já não vos chamo servos, mas amigos” e “Ninguém ama mais que Aquele que dá a sua vida pelos seus amigos”, edificando juntos a civilização do amor, da paz e da concórdia, da dádiva e misericórdia.
Por isso neste ano que a Campanha da Fraternidade teve como foco a amizade social, e que foi sugerido nas diretrizes de ação a celebração do Dia do Amigo, aproveitemos esta bela iniciativa. Nesta Data tão oportuna para exercitar a cura dos relacionamentos, aproximar pessoas e ventilar nossas práticas afetivas, abracemos não só aos nossos amigos pessoais, mas com um coração generoso e magnânimo a todas as pessoas e criaturas, com o mesmo olhar e sentimentos que o nosso querido Pai. Deus seja louvado!
Dom Roberto Francisco Ferreria Paz - Bispo de Campos (RJ)
Nenhum comentário:
Postar um comentário