Bater palmas na missa?
Pe. Zezinho, scj |||||||||||||||||||||||||||||||
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As faculdades ensinam, mas não são levadas
a sério por alguns celebrantes! Liturgia só funciona quando com sensatez.
Depende de onde, quem, quando e por quê!
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Alguns bispos e padres permitem e até
mandam bater palmas para Jesus. Outros bispos e padres não permitem.
Uns alegam que a Missa é Sacrifício do Calvário.
Não se aplaude no Calvário!
Acontece que, depois da Consagração, nós
rezamos que a missa é memorial da morte e da ressurreição e da ascensão dele!
Também celebramos a vitória sobre a morte.
Então é também uma celebração de alegria.
Não é só cruz e dor! A missa celebra a última ceia, a morte, a ressurreição e a
ascensão. Então a eucaristia não é só Calvário! E nas festas se bate palmas!
Outros bispos e padres e teólogos dizem que
foi uma última ceia e que o clima era de ordenação dos apóstolos e momento de
profecia do futuro. Era, pois, um momento de alegria! O fato é que a missa
nasceu antes da cruz! A dor veio depois!
Uns alegam que as palmas lembram festas profanas,
quando o momento é de meditação serena e séria.
Estão certos, mas é possível cantar com
alegria na hora da comunhão! Por que não? Estamos partilhando de um grande mistério.
Uns dizem que no Vaticano não se bate
palmas na missa. Outros dizem que em Aparecida e em muitos países a Igreja
permite danças e palmas. É questão de costume!
Na África há alegria serena. Celebrei lá e
fiquei extasiado com o respeito daquele povo. Eram danças realmente litúrgicas!
Uns dizem que a liturgia não permite aplausos.
Outros dizem que muitos bispos permitem, porque o povo num estádio está em festa.
Lembram que João Paulo II em vários países permitiu.
Eu fui em três eventos e ele cantou e permitiu danças e alegrias. Bento XVI
permitiu a procissão dançada no ofertório.
Mas na hora da consagração houve silêncio e
respeito profundo.
Gosto de lembrar que na própria liturgia da
missa se lembra que o ato é memória da morte e ressurreição de Jesus. A
ressurreição é vitória e lembra alegria, vitória e aplauso.
Então não faz sentido nem proibir alegria,
nem fazer da missa uma festinha de aniversário ou um palco para o padre
excessivamente criativo para cantores ou músicos se exibirem abafando a voz do povo.
Com respeito pode-se celebrar uma liturgia
séria e alegre, com momentos de reflexão profunda e, no ofertório, na comunhão
e na despedida, voltar feliz para casa, porque fomos lembrar a morte, mas
também a ressurreição e a ascensão daquele que está no Pai, mas vem a nós onde
dois ou três ou mil e cinco mil estão reunidos em seu nome.
Em alguns cursos de teologia parece que
faltou a matéria LITURGIA. É tanto abuso que nem missa parece ser!
O que não se pode é inventar bobagens
infantis em nome da liturgia. Nem na missa das crianças se brinca desse jeito!
Aquele padre que pregou exibindo-se de
patins; o outro que fez descer o cálice por um drone; e o outro que rodopiou de
túnica na procissão do ofertório. Inventou errado. Apareceu demais! E outro
dançou com uma fiel ao fim da missa. Já não era mais liturgia? Mas o Santíssimo
estava lá no sacrário!…
Aprendemos que podemos celebrar as dores,
as esperanças e as alegrias da eucaristia sem exagero! Basta usar de bom senso.
Lembremos os Documentos. “Ecckesia de
Eucharistia” de 2003, a GAUDIUM ET SPES: do CVII, de 1965, e a Constituição
SACROSANCTUM CONCILIUM sobre a Sagrada Liturgia de 4/12/1963 que celebra as
alegrias e esperanças de um povo que crê em Jesus!
Bastaria estudar as possibilidades dadas
aos bispos e padres, para cada comunidade ou diocese celebrar com alegria e com
seriedade o momento mais profundo da nossa fé.
Mas quantos estudaram isto?! E, atualmente,
quem obedece às normas escritas naquele missal? Afinal, chama-se MISSAL porque
praticamente está tudo prescrito, permitido ou proibido! O resto passa pelo
bispo e não pelos padres, nem pelos leigos.
A última permissão está com o bispo da diocese!
Na diocese quem deve zelar pela liturgia é ele!
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