O pintor Pablo Picasso dizia que tornar-se
criança leva tempo, pois significa reaprender a olhar o mundo com assombro e
maravilhamento. Faz parte da conversão do advento voltar a sermos, pequenos, simples
e puros de coração, resgatando a criança interior, aquela que guarda o mais
profundo da imagem divina que levamos como presente do Pai. Essa é a alegria do
Natal uma alegria gratuita transbordante, inusitada, que encontramos no Menino
Deus recostado na manjedoura.
Natal é sempre a volta as origens, ao
nascimento, ao lar, por isso reconstrói e cura os vínculos e laços familiares,
ampliando-os, fazendo-nos sonhar com a projeto de Deus de uma só família humana
reunida em torno ao Presépio.
No Natal temos direito a recuperar a nossa
inocência original, a redescobrir a bondade, ternura do Pai, manifestada no seu
Filho nosso irmão que quis nascer entre nós, a perceber novamente que a
felicidade é outra palavra para chamar o amor incondicional do Deus conosco,
que nunca desiste de vir ao nosso encontro.
Mas recriançar a vida a partir do Menino
Deus, exige também assumir as lições preciosas da sua encarnação, o valor e
dignidade de cada pessoa humana nossa irmã e presença de Deus, a beleza e
fraternidade que somos convidados a celebrar com toda a Criação, fazendo a
experiência de São Francisco ao criar o Presépio a 800 anos atrás, envolvendo a
todas as pessoas e criaturas da pequena localidade de Greccio e sem dúvida
defender a vida como dom, pois ela não está a venda, não tem preço, mas é o
grande presente do Natal que nos é dado por Jesus, que veio nos trazer a vida
em abundância e a fartura do seu Reino de paz, justiça, amor e harmonia com
todas pessoas e seres da Terra. Deus seja louvado!
Dom Roberto Francisco Ferreria Paz - Bispo
de Campos (RJ)
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