a Festa do Batismo do Senhor
Ser batizado
é ter um coração misericordioso e integrador, como o de Jesus. De acordo com
esse coração que é reflexo do amor do Pai, justiça não é manter as pessoas
excluídas por causa de seus erros, mas justiça é transformá-las em filhas de
Deus, assim como aconteceu e acontece com cada um de nós.
O tema do
Evangelho deste domingo está no versículo 15: “Devemos cumprir toda a
justiça”. Jesus fala essa mensagem a João Batista e, como percebemos, fala na primeira
pessoa do plural. Ele fala em nome do Pai – cujo projeto Jesus cumpre fielmente
- está falando em nome do Espírito – que virá sobre ele - e também
em nome de todos aqueles que se comprometem com ele, desde a Virgem Maria,
passando por São José, pelo próprio João Batista e chegando até nós.
Essa justiça
que constrói o Reino está dentro de nossa história e se caracteriza não pela
violência como João anunciava, como vimos no primeiro Domingo do Advento, mas
na solidariedade para com os pecadores, como nos anunciou o Evangelho do
segundo Domingo.
O Pai quer
que Jesus salve a humanidade, essa é a justiça que ele deverá cumprir. Para
isso se solidariza com a humanidade ao receber de João o batismo de penitência.
Contudo o Pai e o Espírito manifestam que o verdadeiro batismo se dá fora da
água, se realiza quando Jesus sai do Jordão, o céu se abre, o Espírito vem
sobre Jesus e pousa sobre ele. Jesus assumiu o projeto do Pai, irá realizar a
justiça, irá redimir a humanidade, o Espírito o ungiu para isso!
Neste momento
recordemos as palavras de Isaías na primeira leitura: “Eu, o Senhor, te chamei
para a justiça e te tomei pela mão; eu te formei e te constituí como centro da
aliança do povo, luz das nações, para abrires os olhos dos cegos, tirar os
cativos da prisão, livrar do cárcere os que vivem nas trevas”. Em Jesus se
realiza essa vocação. Ele é rei e sacerdote, foi ungido para cumprir toda a
justiça dando origem ao Reino de Deus.
Recordemos o
nosso batismo. Fomos inseridos no Povo de Deus também para essa missão, cumprir
a justiça, não apenas para nos salvar. Temos uma dimensão apostólica, colaborar
com o Senhor na instauração da justiça, da solidariedade, da acolhida a todos,
especialmente daqueles que são marginalizados porque pecadores.
A missão é ir
atrás da ovelha perdida, é resgatar os extraviados, é colaborar para que a cana
rachada não se quebre e nem o pavio que ainda fumega seja apagado, como falou
Isaías.
Ser batizado
é ter um coração misericordioso e integrador, como o de Jesus. De acordo com
esse coração que é reflexo do amor do Pai, justiça não é manter as pessoas
excluídas por causa de seus erros, mas justiça é transformá-las em filhas de
Deus, assim como aconteceu e acontece com cada um de nós.
Pe. Cesar Augusto dos Santos, SJ
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Fonte: vaticannews.va
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