Em meio à
vida de injustiças no mar,
o serviço da escuta a pescadores e agentes marítimos
Na audiência
desta quinta-feira (27), Francisco recebeu uma centena de capelães, voluntários
e diretores nacionais do Apostolado do Mar. O Papa denunciou a vida precária e
angustiante do mundo marítimo e encorajou o “serviço da escuta”, com “compaixão
e discrição”, para enfrentar as violações dos direitos humanos de quem trabalha
no mar.
No discurso, o
Papa começou lembrando da atuação do apostolado Stella Maris há mais de 300
anos presente em todos os portos do mundo para “oferecer assistência espiritual
e material” aos agentes da navegação marítima, pescadores e suas famílias. Sem
eles, afirmou Francisco, “a economia global pararia” e “muitas partes do mundo
sofreriam a fome”. Afinal, mais de 90% do comércio mundial é transportado pelos
navios de todos os tipos, criando “uma dependência indiscutível” da nossa
sociedade em relação à indústria marítima, explicou o Pontífice, numa rotina
profissional vivida por “longos períodos, a milhares de quilômetros de
distância” do país de origem e dos familiares.
Papa denuncia
injustiças e abusos no mundo marítimo
A fala do Pastor |
A hora da escuta
no mar
Com a realidade
vivida pelo mundo marítimo, “às vezes serena ou inquieta ou angustiante”, o
Papa encoraja capelães e voluntários do Stella Maris a seguir na missão de
visitar diariamente os navios com “compaixão e discrição”, dando a
possibilidade de que as pessoas “abram o coração” num serviço importante de
escuta.
Francisco e os participantes |
Serviço pastoral
no mar para reencontrar a esperança
O Papa também
lembrou em discurso que, em 2020, será celebrado o centenário do Apostolado do
Mar com um Congresso Mundial em Glasgow, na Escócia. Uma ocasião, disse
Francisco, para “discernir o presente e traçar o futuro” do serviço pastoral e
segundo “as exigências do nosso tempo”. Invocando Maria, Estrela do Mar, o
Pontífice concedeu a bênção apostólica para ser levada às pessoas encontradas pelos
mares, principalmente às mais vulneráveis, para que possam “reencontrar a
esperança de um futuro melhor”.
“O empenho de
vocês pode ajudá-las a não desistir diante de uma vida precária e às vezes
marcada pela exploração. A presença de vocês nos portos, pequenos e grandes, já
por si deveria ser uma demonstração da paternidade de Deus e ao fato de que,
perante Ele, somos todos filhos e irmãos; um chamado ao valor primário da
pessoa humana antes e sobre qualquer interesse; e um estímulo a todos, a partir
dos mais pobres, a se empenhar pela justiça e pelo respeito dos direitos
fundamentais.”
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Papa à FAO:
Falta de alimento se combate com compaixão e vontade política
Na origem do
drama da fome, o Papa apontou sobretudo a falta de compaixão, o desinteresse de
muitos e uma escassa vontade social e política no momento de responder às
obrigações internacionais. Francisco agradeceu "de coração" o
trabalho de Graziano da Silva, que deixa a direção da FAO depois de dois
mandatos.
Cidade do
Vaticano - O Papa Francisco recebeu no final da manhã desta quinta-feira
(27/06) os cerca de 500 participantes da 41ª Sessão da Conferência da
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). O tema
em debate é “Migrações, agricultura e desenvolvimento rural”.
No início do seu
discurso, o Pontífice manifestou o seu agradecimento e reconhecimento ao
Diretor-Geral, José Graziano da Silva, que daqui poucas semanas concluirá o seu
serviço à frente da FAO. "Obrigado de coração por seu trabalho." O
Papa felicitou o sucessor, também presente na audiência, o chinês Qu Dongyu.
Desafio do
"Fome Zero"
Em mérito ao
tema da Conferência, Francisco afirmou que o objetivo “Fome Zero” permanece
ainda um grande desafio, mesmo reconhecendo que nas últimas décadas houve um
grande avanço.
As palavras do Papa apontam o rumo certo |
“A falta de
alimento e de água não é um assunto interno e exclusivo dos países mais pobres
e frágeis, mas diz respeito a cada um de nós. Todos estamos chamados a escutar
o grito desesperado de nossos irmãos.”
Como um dos
meios a nosso alcance, Francisco indicou a redução do desperdício de alimentos
e de água; para isso, a educação e a sensibilização social é um investimento a
curto e longo prazos.
O problema de um
é o problema de todos
O Papa reiterou
a conexão que existe entre a fragilidade ambiental, a insegurança alimentar e
os movimentos migratórios.
“O aumento do
número de refugiados no mundo durante os últimos anos nos demonstrou que o
problema de um país é o problema de toda a família humana”, afirmou Francisco.
Para isso, é
necessário promover um desenvolvimento agrícola nas regiões mais vulneráveis,
fortalecendo a resiliência e a sustentabilidade do território.
O Pontífice
reforçou a legitimidade da FAO como instituição para coordenar medidas
incisivas, em parceria com outras organizações internacionais. “O esforço
conjunto de todos fará tornar realidade as metas e os compromissos assumidos.”
O Papa concluiu
reafirmando a disponibilidade da Santa Sé em cooperar com a FAO, apoiando o
esforço internacional para a eliminação da fome no mundo e garantindo um futuro
melhor para o nosso planeta e para a humanidade inteira.
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Fonte: vaticannews.va
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