o XXX Domingo do Tempo Comum
Não existe outra forma para amar e
reverenciar o Senhor do que amar e servir seus filhos queridos, criados à sua
própria imagem e semelhança.
A primeira leitura deste domingo, tirada do
livro do Êxodo, nos anuncia o relacionamento fraterno que deverá reinar entre
os homens, fruto da justiça e do amor.
Nas sociedades vizinhas a Israel e, também nas nossas, o pequeno, o derrotado, o fraco, o empobrecido, os sem oportunidades são embrutecidos pelos poderosos, pelos ricos, pelos vitoriosos, pelos que tiveram tudo isso. Deus diz a Israel e também a nós, que nosso modo de proceder em relação ao pequeno não deverá ser assim, pelo contrário. O empobrecido deverá ser ocasião de nossa demonstração de amor a Deus e de abertura para os ditames de seu coração.
No Evangelho de Mateus, mas em um capítulo
anterior ao que a liturgia de hoje nos propõe, Jesus repete de forma positiva o
que o rabino Hilel ensinou: “O que não te agrada, não o farás a teu próximo!
Esta é toda a lei: o restante é comentário”. Jesus disse: “Tudo o que quereis
que os homens vos façam, fazei-o também vós a eles: nisto estão toda a Lei e os
Profetas”.
A passagem escolhida para hoje fala que o
maior mandamento da Lei é amar o Senhor de todo o coração e com toda alma e
todo entendimento e o segundo é amar o próximo como a si mesmo. Na verdade esse
mandamento é um só. Amar a Deus sobre todas as coisas é mais do que reservar um
tempo para atividades piedosas de oração, é amar com toda intensidade seus
filhos, é venerá-lo em cada ser humano, especialmente nos mais pequenos. Ele
disse que aquilo que fizermos ao menor de seus irmãos, será a Ele que estamos
fazendo.
Portanto não existe outra forma para amar e
reverenciar o Senhor do que amar e servir seus filhos queridos, criados à sua
própria imagem e semelhança.
E aí vem a questão dos desafortunados pela
sorte. Jesus se fez homem pobre, sofredor, humilhado e, também em seus
discursos, se assemelhou a eles. Na celebração do amor, na última ceia, fez o papel
de escravo, lavando os pés de seus discípulos.
Morreu em um suplício abominável, humilhado
e nu, no meio de dois bandidos, como malfeitor.
O Senhor, quando foi tentado no deserto,
rejeitou Satanás com suas pompas e suas obras.
Que nosso batismo seja recordado em cada
momento de nossa vida, ao abandonarmos os falsos deuses do egocentrismo, do
poder e da soberba, ao assumirmos o serviço de Deus único e verdadeiro no
relacionamento fraterno, que nos foi proposto desde o Antigo Testamento.
Adorar e servir o Senhor é amar e servir o
próximo!
Padre Cesar Augusto, SJ – Vatican News
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