Francisco presidiu a celebração eucarística
de conclusão do Sínodo dos Bispos no Vaticano e exortou cardeais, bispos,
sacerdotes, religiosos e leigos a crescer na adoração a Deus e no serviço ao
próximo: "é aqui que está o coração de tudo" para fazer "a Igreja
que somos chamados a sonhar: uma Igreja serva de todos, serva dos últimos. Uma
Igreja que acolhe, serve, ama. Uma Igreja com as portas abertas, que seja porto
de misericórdia".
Uma Basílica de São Pedro com cerca de 5 mil
fiéis neste domingo (29) para rezar junto o Papa Francisco, que presidiu a
missa de conclusão do Sínodo dos Bispos. A homilia foi especialmente dirigida
aos cardeais, bispos, sacerdotes, religiosos e leigos que, durante um mês, se
viram empenhados na Sala Paulo VI, no Vaticano, para a XVI Assembleia
Geral Ordinária. O pedido do Pontífice, segundo a reflexão do Evangelho do dia
(Mt 22, 36) sobre "o princípio inspirador de tudo", foi de
"crescer na adoração a Deus e no serviço do próximo".
De fato, quando nos interrogamos
sobre «Qual é o maior mandamento?» (Mt 22, 36), explica o Papa, a
resposta de Jesus é clara: «Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração,
com toda a tua alma e com toda a tua mente. Este é o maior e o primeiro
mandamento. O segundo é semelhante: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo» (Mt
22, 37-39). Com a conclusão do Sínodo, "é importante fixar o «princípio e
fundamento», do qual uma vez e outra tudo começa: amar a Deus com toda a vida e
amar o próximo como a si mesmo". Mas, questiona o próprio Papa, como
traduzir tal impulso de amor? Francisco propõe "dois verbos, dois
movimentos do coração": adorar e servir.
A adoração é essencial na Igreja
A adoração "é a primeira resposta que
podemos oferecer ao amor gratuito" de Deus e, infelizmente, neste momento,
disse o Papa, "perdemos o hábito da adoração": "esta maravilha
própria da adoração é essencial na Igreja".
“Que esta seja uma atividade central para nós, pastores: dediquemos diariamente um tempo à intimidade com Jesus, Bom Pastor, diante do sacrário. Adorar. Que a Igreja seja adoradora! Adore-se o Senhor em cada diocese, em cada paróquia, em cada comunidade! Porque só assim nos voltaremos para Jesus, e não para nós mesmos.”
Mas, alerta Francisco, na Sagrada
Escritura, o amor ao Senhor aparece frequentemente associado à luta contra toda
a idolatria, porque os ídolos são obra do homem: "quem adora a Deus
rejeita os ídolos, pois, enquanto Deus liberta, os ídolos tornam-nos
escravos".
Servir
"Adorar a Deus e amar os irmãos com o seu amor, esta é a grande e perene reforma. Ser Igreja adoradora e Igreja do serviço, que lava os pés à humanidade ferida, acompanha o caminho dos frágeis, dos débeis e dos descartados, sai com ternura ao encontro dos mais pobres. [...] Irmãos e irmãs, penso naqueles que são vítimas das atrocidades da guerra; nas tribulações dos migrantes, no sofrimento escondido de quem se encontra sozinho e em condições de pobreza; em quem é esmagado pelos fardos da vida; em quem já não tem mais lágrimas, em quem não tem voz."
Assim, com a conclusão da Assembleia
Sinodal, nesta «conversação do Espírito», disse o Papa, a experiência foi rica
da "terna presença do Senhor", da "beleza da
fraternidade", sempre "à escuta do Espírito. Hoje não vemos o fruto
completo deste processo", comentou ainda o Pontífice, mas o Senhor deverá
guiar e ajudar todos "a ser Igreja mais sinodal e missionária, que adora a
Deus e serve as mulheres e os homens do nosso tempo, saindo para levar a todos
a alegria consoladora do Evangelho":
“Esta é a Igreja que somos chamados a sonhar: uma Igreja serva de todos, serva dos últimos. Uma Igreja que acolhe, serve, ama, sem nunca exigir antes um atestado de «boa conduta». Uma Igreja com as portas abertas, que seja porto de misericórdia.”
Andressa Collet - Vatican News
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Confira a íntegra da celebração de conclusão do Sínodo:
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