A mão de Jesus é a nossa mão,
sempre estendida para ajudar o outro.
O Papa
Francisco, na primeira Audiência Geral depois da pausa de verão, retomou a
série de catequeses sobre os Atos dos Apóstolos, comentando o milagre de Pedro
da cura de um paralítico, em nome de Cristo. A nossa mão que ajuda o próximo a
se levantar "é a mão de Jesus".
Cidade do Vaticano - O Papa Francisco
retoma as tradicionais Audiências Gerais das quartas-feiras. Neste dia 7 de
agosto, na Sala Paulo VI e devido ao calor forte do verão italiano, os fiéis
puderam acompanhar a catequese do Pontífice sobre os Atos dos Apóstolos, em
continuidade à reflexão do final de julho quando fez uma pausa de férias.
“Em nome de
Jesus Cristo Nazareno, levanta-te e anda” (At 3,3-6): a cura de um paralítico
de nascença que agora caminha, anda e louva a Deus. O Papa Francisco refletiu
sobre a primeira narração de cura do Livro dos Apóstolos e enalteceu a ação
concreta dos Apóstolos Pedro e João que testemunharam a verdade do anúncio do
Evangelho, demonstrando como agem em nome de Cristo.
A
"relação" com o outro que acontece no amor
Francisco
recordou que a lei da época impedia de oferecer sacrifícios a quem tinha algum
tipo de deficiência física, em consequência de alguma culpa, e inclusive
impedia o acesso ao Templo em Jerusalém. Mas, como narra o Evangelho, o
paralítico, “paradigma de tantos exclusos e descartados da sociedade, estava
ali para pedir a esmola de todos os dias”, quando os Apóstolos trocaram olhares
com ele e Pedro disse: “Não tenho prata, nem ouro, mas o que tenho, isso te
dou. Em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te e anda” (At 3,3-6).
Essa foi a
relação estabelecida entre o paralítico e os Apóstolos, o mesmo modo em que
Deus ama se manifestar, ressaltou Francisco, “na relação”, sempre no diálogo,
com a inspiração do coração, através de um encontro real entre as pessoas que
pode acontecer só no amor.
Igreja pobre
para os pobres
Ao tratar do
Templo, onde na frente se encontrava o paralítico, o Papa explicou que, além de
ser um centro religioso, era um lugar de trocas comerciais. E por essa dimensão
do espaço, Jesus tinha se manifestado contrário várias vezes.
“Mas quantas
vezes eu penso a isso quando vejo alguma paróquia onde se pensa que é mais
importante o dinheiro que os sacramentos! Por favor! Igreja pobre: peçamos ao
Senhor isso.”
A Igreja que não
fecha os olhos, mas abre o olhar
Aquele mendigo
paralítico, encontrando os Apóstolos, não encontrou aquele dinheiro, mas “o
Nome que salva o homem: Jesus Cristo, o Nazareno”. Pedro invocou o seu nome e
ordenou o paralítico a se levantar e andar, tocou no doente e o ajudou a ficar
em pé.
Semente da fé |
O Papa descreveu
essa atitude como “a arte do acompanhamento”, que se caracteriza pela
delicadeza com o próximo, dando sinais de proximidade, como a troca respeitosa
e cheia de compaixão de olhares.
"E isso
fazem os dois Apóstolos com o paralítico: olham ele, dizem ‘olhem para nós’,
seguram a sua mão, o fazem se levantar e o curam. Assim faz Jesus com todos
nós. Pensemos nisso quando estivermos em momentos ruins, em momentos de pecado,
em momentos de tristeza. Aí está Jesus que diz: ‘Olhe para mim: eu estou
aqui!’. Vamos pegar na mão de Jesus e deixar que nos levante.”
Estender a mão
ao outro: sempre!
Os Apóstolos
Pedro e João nos ensinaram a confiar na “verdadeira riqueza que é a relação com
Jesus”, afirmou o Papa. Uma tarefa que também cabe a nós, acrescentou o
Pontífice, ao finalizar a catequese de hoje:
Ternura e simplicidade |
Veja o resumo da
catequese de hoje:
O livro dos Atos
dos Apóstolos mostra como o anúncio do Evangelho é confirmado pelos milagres e
sinais que o acompanham. O primeiro deles é a cura dum paralítico de nascença
que, todos os dias, era colocado à porta do Templo de Jerusalém para pedir
esmola. Um dia, pelas três da tarde, Pedro e João sobem ao Templo e seus olhos
cruzam-se com o olhar daquele mendicante que pede uma esmola. Os apóstolos
acolhem aquele olhar, aceitam um encontro real com aquele homem enfermo, ativam
uma relação: «Dinheiro, não temos! Mas damos-te o que temos: “Em nome de Jesus
Cristo Nazareno, levanta-te e anda!” E ele de um salto, pôs-se de pé e começou
a andar». Encontrando os Apóstolos, o mendicante não encontra dinheiro, mas o
Nome que salva: Jesus Cristo Nazareno. Pedro e João ensinam-nos a confiar, não
nos meios materiais – sem dúvida, necessários –, mas na verdadeira riqueza que
é a relação com Jesus ressuscitado. De facto, como dirá o apóstolo Paulo,
«somos tidos (…) por pobres, nós que enriquecemos a muitos; por nada tendo e,
no entanto, tudo possuindo» (2 Cor 6, 10). O nosso tudo é o Evangelho, que
manifesta o poder do nome de Jesus que realiza prodígios. Prova disto é o paralítico
curado: agora caminha, salta e louva a Deus. Pode viver celebrando o Amor de
Deus que o criou para a vida e a alegria.
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Assista:
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Fonte: vaticannews.va
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