Família, um tesouro a ser protegido e defendido
No último Angelus de 2018, o Papa pediu às pessoas a perguntarem-se se conseguem se "maravilhar" com o que uma pessoa tem de bom e também sentir angústia ao ficar longe de Jesus.
Cidade do
Vaticano - “Eis porque a família de Nazaré é santa: por estar centrada em
Jesus”. Eram “unidos por um amor intenso e animados por uma grande confiança em
Deus”. No último Angelus de 2018, o Papa Francisco dedicou sua reflexão à
Sagrada Família, festejada pela Igreja neste domingo.
Mas o Papa
recordou também das famílias com problemas, convidando-nos a aprender a nos
maravilhar com as coisas boas que os outros têm, especialmente com quem nos é
mais difícil.
Dirigindo-se aos
milhares de peregrinos presentes na Praça São Pedro, o Pontífice chamou a
atenção para dois elementos presentes na narrativa de São Lucas: estupor e
angústia.
De fato, a
família de Nazaré foi à Jerusalém para a Festa da Páscoa, mas na viagem de
retorno, Maria e José percebem que o filho de doze anos não está na caravana, e
depois “de três dias de busca e de medo, o encontram no templo, sentado entre
os doutores, decidido a discutir com eles”. Maria e José ficam "admirados"
com a cena e Maria diz a Jesus que José e ela ficaram angustiados a sua
procura.
Estupor
Nunca faltou o
estupor na família de Nazaré – explicou o Papa – que é “a capacidade de se
maravilhar diante da gradual manifestação do Filho de Deus”. Também os doutores
no templo ficaram admirados "por sua inteligência e suas respostas".
Maravilhar-se –
observou Francisco - é o oposto de tomar tudo como certo, de interpretar a
realidade que nos rodeia e os acontecimentos da história somente segundo os
nossos critérios:
“Maravilhar-se é
abrir-se aos outros, compreender as razões dos outros: essa atitude é
importante para curar relacionamentos comprometidos entre as pessoas e é também
indispensável para curar feridas abertas no âmbito familiar”.
Curar as feridas
na família
O Papa recordou
então, que quando existem problemas nas famílias, nós sempre achamos que temos
razão e fechamos as portas aos outros, mas deveríamos, pelo contrário, pensar o
que a outra pessoa tem de bom e se maravilhar por este "bom". E
explicou:
"Isto ajuda
a unidade da família. Se vocês têm problemas na família, pensem nas coisas boas
que tem a pessoa da família com a qual vocês têm problemas, e se maravilhem
disto. E isto ajudará a curar as feridas familiares".
Angústia
O Papa fala
então da angústia que José e Maria sentiram com a perda do filho, o que
“manifesta a centralidade de Jesus na Sagrada Família”:
“A Virgem e seu
esposo haviam acolhido aquele Filho, eles o protegiam e o viam crescer em
idade, sabedoria e graça em meio a eles, mas acima de tudo ele crescia dentro
de seus corações; e, pouco a pouco, aumentava seu afeto e sua compreensão em
relação a ele”.
“Eis porque a
família de Nazaré é santa: por estar centrada em Jesus, todas as atenções e
solicitudes de Maria e José eram dirigidas a ele”
Esta mesma
angústia de Maria e José, disse Francisco, deveria ser experimentada também por
nós, “quando estamos distantes dele”:
“Deveríamos
ficar angustiados quando por mais de três dias nos esquecemos de Jesus, sem
rezar, sem ler o Evangelho, sem sentir a necessidade de sua presença e de sua
amizade consoladora”. E tantas vezes passam os dias sem que eu me recorde de
Jesus. Mas isso é feio, isto é muito feio. Deveríamos nos angustiar quando
estas coisas acontecem."
Encontrar Jesus
na Casa de Deus
Assim como Maria
e José o encontraram no templo ensinando - ressaltou o santo Padre -
também nós “podemos encontrar o divino Mestre e acolher a sua mensagem de
salvação”, na Casa de Deus:
“Na celebração
eucarística, fazemos experiência viva de Cristo; Ele nos fala, nos oferece a
sua Palavra, nos ilumina, nos ilumina o nosso caminho, nos dá o seu corpo na
Eucaristia, da qual tiramos força para enfrentar as dificuldades de todos os
dias”.
Rezar pelas
famílias onde não há paz
Ao concluir, o
Santo Padre convidou a todos para rezar “por todas as famílias do mundo,
especialmente por aquelas em que, por várias razões, há falta de paz e
harmonia. E as confiemos à proteção da Sagrada Família de Nazaré”.
Família, tesouro
a ser protegido e defendido
Após rezar o Angelus,
o Papa saudou os peregrinos, em especial as famílias presentes na Praça São
Pedro:
"Hoje
dirijo uma saudações especial às famílias aqui presentes. Um aplauso às
famílias que estão aqui, todas; e também para aquelas que acompanham de casa
pela televisão e pela rádio. A família é um tesouro: é preciso protegê-la
sempre, defendê-la. Que a Sagrada Família de Nazaré sempre proteja e ilumine o
seu caminho”.
Antes de
despedir-se com o tradicional “bom almoço e até logo”, Francisco desejou a
todos um “sereno final de ano. Acabar o ano com serenidade”, sugeriu. E
agradeceu novamente pelas felicitações de Natal e pelas orações recebidas.
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Assista:
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Fonte: vaticannews.va
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