Deus não pode ser Deus sem o homem, um grande mistério!
Cidade do Vaticano (RV) – Chamar Deus com o nome de “Pai “é a grande revolução que o cristianismo imprime na psicologia religiosa do homem”, e “que mistério insondável é um Deus que nutre este tipo de amor pelos seus filhos”, um Deus que fica “indefeso diante do livre arbítrio do homem”.
Na Audiência
Geral desta quarta-feira, onde deu prosseguimento à sua série de catequeses
sobre o tema da esperança, o Papa Francisco falou sobre “A paternidade de Deus,
fonte da nossa esperança”. “Um Deus que não pode viver sem o homem, é um grande
mistério”, exclamou!
O Evangelho de
Lucas é o que melhor documenta o “Cristo orante” e a oração do Pai Nosso,
revela justamente esta intimidade de Jesus com seu Pai.
Especialmente
pela manhã e durante a noite, Jesus se retirava sozinho em oração, e havia algo
de fascinante nesta oração. E os discípulos – tocados por isto – pedem que
Jesus ensine a eles a rezar. É então que Jesus transmite aquela que tornou-se
“a oração cristã por excelência”, o “Pai Nosso”.
“Que mistério insondável
é um Deus que nutre este tipo de amor pelos seus filhos”
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“Todo o mistério
da vida cristã – diz Francisco – está resumido aqui, nesta palavra: ter a
coragem de chamar Deus com o nome de Pai”. Mesmo a Liturgia, quando nos convida
à rezar o Pai Nosso na comunidade, utiliza a expressão “ousemos dizer”.
De fato, chamar
Deus com o nome de “Pai” – observa o Papa - de forma alguma é um fato
óbvio. O normal, é que usemos “títulos mais elevados, que nos pareçam mais
respeitosos à sua transcendência”:
“Ao invés disto,
invocá-lo como “Pai”, nos coloca em relação de confiança com Ele, como uma
criança que se dirige ao seu pai, sabendo ser amada e cuidada por ele. Esta é a
grande revolução que o cristianismo imprime na psicologia religiosa do homem. O
mistério de Deus, que sempre nos fascina e nos faz sentir pequenos, porém, não
causa medo, não nos sufoca, não nos angustia. Esta é uma revolução difícil de
acolher em nossa alma humana”.
Tanto é verdade
isto – observa o Papa – que até mesmo as narrativas da Ressurreição falam do
medo e do estupor das mulheres diante do sepulcro vazio e do anjo. “Mas Jesus
nos revela que Deus é um Pai bom e nos diz: “Não tenhais medo!”.
E este Deus que
é um Pai, “que sabe ser somente amor por seus filhos”, encontra grande
expressão na Parábola do Filho Pródigo, narrada em Lucas:
“Um Pai que não
pune o filho pela sua arrogância e que é capaz até mesmo de confiar a ele a sua
parte de herança e deixá-lo ir embora de casa. Deus é Pai, diz Jesus, mas não
da maneira humana, porque não existe nenhum pai neste mundo que se comportaria
como o protagonista desta parábola. Deus é Pai a sua maneira: bom, indefeso
diante do livre arbítrio do homem, capaz somente de declinar o verbo amar”.
E quando o filho
rebelde, depois de ter superado tudo, finalmente retorna para casa, “aquele pai
não aplica critérios de justiça humana, mas sente, antes de tudo, necessidade
de perdoar, e com o seu abraço faz entender ao filho que durante o longo tempo
de ausência, ele lhe fez falta, dolorosamente fez falta ao seu amor de Pai”.
“Que mistério
insondável é um Deus que nutre este tipo de amor em relação aos seus filhos!”,
exclama Francisco.
Talvez por esta
razão – explica – o apóstolo Paulo não consegue encontrar uma tradução em grego
para a palavra “abbá”, que Jesus pronunciava em aramaico. Por duas vezes São
Paulo fala sobre isto e por duas vezes deixa esta palavra sem tradução, na
mesma forma de como saía dos lábios de Jesus, “abbà”, uma expressão ainda mais
íntima em relação a “pai”, e que alguns traduzem como “papai, papaizinho”.
“O Evangelho de
Jesus Cristo nos revela que Deus não pode estar sem nós: Ele nunca será um Deus
“sem o homem”; é Ele que não pode estar sem nós, e isto é um grande mistério...
Deus não pode ser Deus sem o homem: um grande mistério isto”, exclama o
Pontífice! "Mesmo que nos afastemos, sejamos hostis, nos professemos “sem
Deus”. E esta certeza é “a fonte de nossa esperança”, que está em todas as
invocações do Pai Nosso".
Quando temos
necessidade de ajuda, Jesus não nos diz para nos resignar-nos e nos fechar em
nós mesmos, mas de nos dirigir ao Pai e pedir a Ele com confiança:
“Todas as nossas
necessidade, desde as mais evidentes e cotidianas, como a comida, a saúde, o
trabalho, até aquelas como ser perdoados e sustentados nas tentações, não são o
espelho de nossa solidão, pois existe um Pai que sempre nos olha com amor e
que, seguramente, não nos abandona”.
Ao final de sua
catequese, após convidar os presentes a pensarem em seus problemas
e dificuldades e no “Pai que não pode ser sem nós e que nos olha neste
momento”, o Papa rezou com todos a oração do Pai Nosso. (JE)
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Assista:
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Cidade do
Vaticano (RV) – Ao final da Audiência Geral desta quarta-feira, o Papa
Francisco lançou um apelo em favor da iniciativa “Um minuto pela paz”, a ser
realizada esta quinta-feira, 8 de junho.
Assista:
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Papa pede participação dos fiéis no "Um minuto pela paz"
“Amanhã, às 13
horas, renova-se em diversos países a iniciativa “Um minuto pela paz”, isto é,
um pequeno momento de oração na recorrência do encontro no Vaticano entre eu, o
falecido Presidente israelense Peres e o Presidente palestino Abbas. Em nosso
tempo, há tanta necessidade de rezar – cristãos, judeus e muçulmanos – pela
paz”.
Oração pela Paz em Assis,
que reuniu líderanças religiosas de todo o mundo em setembro de 2016
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A iniciativa –
realizada em vários países - é apoiada em nível internacional também pelo Fórum
Internacional da Ação Católica (FIAC) e pela União Mundial das Organizações
Femininas Católicas (UMOFC).
Na Argentina,
por exemplo, diversas organizações uniram-se à Conferência Episcopal local, no
convite para que todas interrompam por um minuto suas atividades cotidianas às
13 horas, para refletir e rezar – cada um na própria tradição religiosa – num
gesto de comprometimento com a paz no mundo.
Este “minuto”
poderá ser vivenciado em grupo ou individualmente, na rua ou em uma igreja, em
família, na escola, no local de trabalho, na fábrica, no escritório, enfim, no
local onde for possível recolher-se brevemente em silêncio.
A data recorda o
terceiro aniversário do histórico encontro realizado no Vaticano em 8 de junho
de 2014, e que reuniu o Papa Francisco, o Patriarca Bartolomeu e os
Presidentes de Israel, Shimon Peres (falecido 28 de setembro de 2016), e da
Palestina, Abu Mazen. (JE)
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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