32ª Semana do Migrante busca conquistar
direitos para refugiados e migrantes no Brasil
De 18 a 25 de
junho, a Igreja no Brasil celebra a 32ª Semana do Migrante, com o tema:
“Migração, biomas e bem viver”. O objetivo da semana, segundo o bispo
referencial da Pastoral dos Refugiados, dom José Luiz Ferreira Salles, é
anunciar, denunciar, refletir e construir uma nova relação do ser humano
com a Mãe Terra.
A semana,
inspirada pelo lema da Campanha da Fraternidade deste ano, propõe uma
perspectiva de mudança de mentalidade e comportamento. “Queremos celebrar a
vida que teimosamente não se deixa matar e nem aceita ser destruída por nenhuma
força que se proclama dona de sua existência, porque acredita que o Deus
Criador já venceu e já declarou sua vitória sobre a morte, o pecado e o mal”,
disse o bispo.
A 32ª Semana do
Migrante é articulada pelo Serviço Pastoral do Migrante (SPM), vinculado à
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), sempre fazendo uma relação
com as campanhas da fraternidade em curso. O SPM elaborou vários materiais
(texto base, roteiro de celebração, círculos bíblicos, entre outros) para
subsidiar as comunidades e paróquias no aprofundamento da temática dos
migrantes.
Lei de Migração
Um tema central
para o bispo referencial da Pastoral dos Refugiados, é a sanção da nova Lei de
Migração, Lei 13.445/2017, publicada no Diário Oficial da União no dia 25 de
maio. “O Brasil, até os dias atuais, ainda tinha uma legislação do tempo da
ditadura para tratar dos procedimentos relativos à migração. A sanção da
lei causou um misto de alegria e frustração em meio aos que se mobilizaram em
torno da sua aprovação”.
Segundo o bispo,
20 vetos foram feitos pelo presidente Michel Temer em relação ao texto aprovado
pelo Congresso, ignorando as discussões ocorridas junto à sociedade civil e
cedendo à pressão de setores mais conservadores do governo. Entre os vetos mais
sentidos, para dom José Luiz, está o veto à anistia a migrantes indocumentados,
a livre circulação de povos indígenas nas terras tradicionalmente ocupadas em
regiões de fronteira. Saiba mais sobre a nova lei:
http://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2017/05/25/nova-lei-de-migracao-e-sancionada-com-vetos.
http://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2017/05/25/nova-lei-de-migracao-e-sancionada-com-vetos.
Papel da Igreja
Cartaz oficial |
A migração,
segundo o bispo, tem forte relação com a crise que concentra as riquezas
e exclui os trabalhadores do campo e da cidade. “Não é apenas uma crise humanitária,
como sugere a mídia, mas uma exclusão em massa de milhões de seres humanos,
anulando direitos e destruindo o planeta”, disse o bispo.
A semana
buscará, por meio dos processos que realiza, lutar para o fim da dissolução das
fronteiras e das barreiras identitárias, xenófobas, regionalistas e
nacionalistas. A Igreja, com sua missão evangelizadora, profética e
missionária, atua em pelo menos três frentes quanto à migração.
Primeiro na
acolhida – O que supõe receber e dar abrigo inicial, identificando as
necessidades materiais e documentais, ajudando os migrantes a alcançar seus
sonhos e direitos; Segundo, busca contribuir para o protagonismo dos migrantes,
apontando caminhos de denúncia de injustiças, de viabilidades de integração
social e de vivenciarem suas culturas e religiões; e por fim, procura construir
processos com entidades e com os próprios migrantes/refugiados que lutam no
mesmo sentido, na busca da justiça e dos direitos.
Agência da ONU
para Refugiados (ACNUR)
A partir do
próximo sábado (17 de junho), o ACNUR (Agência da ONU para Refugiados) e seus
parceiros promovem uma extensa agenda de eventos em Brasília, São Paulo e Rio
de Janeiro para celebrar o Dia Mundial do Refugiado – comemorado em todo o
mundo no dia 20 de junho. Feiras culturais, mostras de cinema,
seminários e a divulgação do relatório “Tendências Globais – Deslocamentos
Forçados em 2016” integram a programação nestas três cidades. Para mais
informações, acessar: http://www.unhcr.org/withrefugees/
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Fonte: cnbb.net.br
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