a importância do XVº
Intereclesial das CEBs
O encontro está se realizando em
Rondonóplis, Mato Grosso com o tema: CEBs, Igreja em saída na busca da vida
plena para todos e o seu lema: “Vejam eu vou criar novo céu e uma nova terra”
(Is 65,17ss).
Dom Maurício Jardim com membros das CEBs |
Muitas lideranças das Dioceses e Prelazias
da Igreja no Brasil e de outros lugares do Continente participam deste encontro
muito importante na vida da Igreja do Senhor Jesus Cristo. É importante estar
em comunhão com todas as pessoas participantes e com toda a equipe organizadora
das CEBs, da Diocese de Rondonópolis, MT, para que tudo se realize conforme a
vontade de Deus Uno e Trino. O Texto-Base segue a metodologia do ver, julgar e
agir.
Ver: A realidade que interpela
O tema à vida plena é uma referência à
escatologia, às realidades últimas, junto de Deus, porque Ele é a vida plena.
No entanto em Jesus está a visão da vida plena, como Mestre, como enviando do
Pai porque nela está a vida eterna, como Pedro disse que Ele tinha palavras de
vida eterna (Jo 6,68), mas também pelos milagres que Ele realizava junto aos
pobres, aos doentes. A missão da Igreja é o seguimento a Jesus Cristo, ajudando
pelo restabelecimento da dignidade humana em todas as pessoas[1].
Vida digna
O Texto-Base fala da vida digna na qual a
Igreja, como CEBs compromete-se com todas as pessoas. Na sociedade atual a vida
digna refere-se num mundo livre das formas de violência, exploração, exclusão e
discriminação[2]. A vida digna é também a integração das dimensões da
existência consigo mesmo, com os outros, com o meio ambiente e com Deus.
A renda e a desigualdade social
A vida digna possui uma referência
fundamental com a distribuição de renda e a desigualdade social. O Brasil é um
dos países mais desiguais do mundo, em relação à distribuição de renda. A
distribuição de rendimentos na população coloca uma grande maioria do povo
brasileiro que recebe pouco da renda nacional, enquanto uma pequena parcela da
população recebe uma renda maior. Um por cento da população mais rica recebe
vinte oito vírgula três por cento enquanto quarenta por cento do povo
brasileiro recebe dez, vírgula quatro por cento[3].
A vida digna tem referência também em
relação ao mundo do trabalho, pois ainda que a taxa de desemprego diminua com o
esforço do governo e da sociedade civil, fazendo a pessoa ter uma moradia nova
pelo esforço do trabalho, uma grande parcela do povo não tem moradia digna[4].
A violência no País
O Texto-Base coloca o Brasil como um pais
muito violento, com mais de cinqüenta mil mortes por ano, na grande maioria,
mortas, com uso de seus autores por armas de fogo[5]. São percebidos
homicídios, feminicídios, disputas por controle territorial do comercio de
drogas, ações de extermínio, balas perdidas, casos de violência das polícias,
contra a diversidade de pessoas do gênero, povos indígenas e assassinatos no
campo[6]. Estes e outros dados chamam a atenção de toda a população brasileira
para a realização de obras em favor da vida digna, como o Senhor quer de todos
os seus seguidores e seguidoras.
Políticas Públicas
As políticas públicas ajudam as pessoas a
terem uma vida digna diante das desigualdades políticas, sociais, econômicas
das pessoas. Há o reconhecimento nos governos pelas políticas públicas, para
melhorar a qualidade de vida de modo que todos façam o esforço para superar as
desigualdades sociais. O Texto-Base não deixa também de mencionar a crise
política, corrupções dos governos, os desmontes das políticas públicas, as
falsas noticias[7], pois estes fatores não ajudam a ter uma vida digna conforme
o plano do Senhor em relação às pessoas.
As políticas públicas referem também a
superação da crise ambiental na qual o pais enfrenta sérios problemas, como o
consumo de energia, a construção de grandes usinas hidrelétricas que se de um
lado trouxeram desenvolvimentos, por outro lado tem presentes os impactos com a
natureza e a vida dos povos indígenas. Os desmatamentos na Amazônia, os
garimpos ilegais preocupam a sociedade, a Igreja e o mundo[8].
A crise sanitária está ligada também pelo
novo Coronavírus que encontrou um pais despreparado para uma emergência
sanitária desta envergadura[9]. A pandemia mostrou a desigualdade entre
estudantes pobres e aqueles com melhores condições de vida, pois se alguns
tiveram acesso rápido pela internet, milhares de estudantes tiveram um
atendimento precário pela internet em vista dos estudos[10]. É preciso lutar
por uma vida digna, na superação do racismo e do machismo na sociedade para
assim todos viverem na paz e no amor.
Uma nova visão das coisas
É possível uma nova visão das coisas
através da solidariedade com os pobres, como teve na pandemia, manifestados
pelas instituições como a CNBB: Conferência Nacional dos Bispos no Brasil, os
seus posicionamentos públicos, a economia de Francisco e Clara pelo Papa
Francisco, o Pacto educativo global, o cuidado com a casa comum e os projetos
de ajuda aos mais necessitados pelas comunidades, paróquias e dioceses[11]
Julgar: Horizontes da Esperança, um novo
céu e uma nova terra
O tema e o lema têm proveniência do profeta
Isaias em referência aos novos céus e à nova terra que une sonhos, utopias e
uma realidade que não mata a esperança com o Senhor Deus para a realidade
humana unindo dois rios da utopia, que é o tempo para amanhã com o rio do rito,
que é dado no hoje[12]. O Senhor diz: “Vejam! eu vou criar um novo céu e uma
nova terra” (Is 65, 13). O profeta colocou também uma realidade marcada pela
ausência de anseios que se deseja viver, portanto uma realidade dura, sofrida,
mas que haverá uma utopia que a alimenta em vista de uma transformação da graça
de Deus diante da realidade de sofrimentos[13]. A esperança é dada também pela
glória de Deus que a ilumina, e sua lâmpada, sendo, Jesus, o Cordeiro (Ap
21,23). Um novo céu e uma nova terra serão criados onde não mais existirão
opressão, exploração, injustiça, perseguição, mas sim a paz e o amor[14].
Uma nova tenda
Será Deus a colocar sua tenda, sua morada
na humanidade. Nesta nova cidade circularão em igualdade e reciprocidade,
desaparecendo as desigualdades, e onde haverá a nova comunidade universal, a
nova sociedade, a nova humanidade atuando com o projeto histórico de Deus no
novo céu e na nova terra[15].
Jesus de Nazaré, fermento na massa
Jesus de Nazaré é a palavra de Deus que se
fez carne (Jo 1,14). Ele é o fermento na massa que torna presente na história a
utopia do profeta pós-exílico e antecipa a profecia de João. Ele é o cumpridor
das Escrituras (Lc 4,21), proclama bem-aventurados os pobres, sendo o Cordeiro
imolado para a salvação humana. Ele morre na cruz, mas ressurge enviando os
seus discípulos ao mundo, garantindo também a presença do Espírito Santo (Mt
28,19: At 1,8). O Ressuscitado envia os seus discípulos dando continuidade à sua
missão[16].
Tempo Novo
Jesus inaugurou o tempo novo, ao dizer na
sinagoga que aquela passagem da Escritura se cumpriu (Lc 4,21), pois com Ele
começou a vida nova, e esta se realiza no cotidiano da história até sua
plenitude no Reino[17]. A partir de Pentecostes, o movimento de Jesus, com os
seus discípulos, discípulas espalhou-se rapidamente por outros lugares, nações,
sendo no início visto como um movimento de contestação no interior do judaísmo,
mas as comunidades foram se formando centradas nas casas onde essas eram
animadas, pela presença do Ressuscitado, o Espírito Santo, tendo em frente os
missionários, missionárias[18], os quais participavam do Templo e celebravam
nas casas, mas aos poucos foram criando uma liturgia própria, centralizada na
nova visão da Páscoa[19]. Os seguidores de Jesus foram vivendo a sua fé na
presença do Cristo Ressuscitado, com a iluminação do Espírito Santo e a mão do
Pai, foram constituindo a Igreja do Senhor e pela primeira vez em Antioquia, os
discípulos de Jesus foram chamados de cristãos (At 11,26), onde eles souberam
ler os sinais dos tempos e dar uma resposta adequada às interpelações na Igreja
e no mundo[20]. Com a presença de Paulo, evangelizar é criar e manter
comunidades, porque ele se tornou o apóstolo dos gentios, dos pagãos que
evangelizava nas suas viagens missionárias e formava comunidades[21]. A criação
das Igrejas domésticas possibilitou maior influência e participação das
mulheres na vida das comunidades, aparecendo como elos vivos na rede formada
pelas casas e igrejas domésticas[22].
Igreja doméstica
Na atualidade Igreja doméstica é a vivência
da fé cristã de forma normal, corresponsável, no dinamismo da vida dos
convertidos e convertidas ao Reino de Deus[23]. É o cultivo diário da vida
nova, no amor a Deus, ao próximo como a si mesmo. A Igreja doméstica necessita
de conversão, superando a violência, sobretudo em relação à mulher, às pessoas
idosas, para que seja evangelizada e tenha a formação pelas Comunidades
eclesiais de base, alimentada também pela oração e os círculos bíblicos[24].
Sinodalidade e casa comum
As CEBs são convidadas a fazer junto com
todo o povo de Deus um caminho de sinodalidade, caminhar juntos, A sinodalidade
expressa comunhão e participação em uma Igreja em saída para as periferias ao
encontro com Deus[25], como muito bem expressa o Papa Francisco para toda a
Igreja. O Papa Francisco solicita também de todo povo e dos fieis cristãos,
católicos e católicas o cuidado com a casa comum, casa de todas as pessoas como
o Criador criou para todo o mundo. As CEBs tenham práticas de cuidado com a
Casa Comum, ponto central do sínodo da Amazônia, pautada por uma vida
sustentável na defesa dos biomas, no respeito dos povos do campo, das cidades e
das florestas[26].
O bem viver, a alegria do evangelho, a
força missionária, a fraternidade e amizade social nas CEBs
A proposta do bem viver é uma prática dos
povos indígenas, que visa viver em comunidade, em harmonia com as pessoas,
compartilhando e trabalhando em vista do Reino de Deus[27]. As CEBs, vivendo sob
a luz de Cristo e iluminadas pela Palavra de Deus, celebram a sua presença na
comunidade e na liturgia[28] o bem viver com todas as pessoas, sobretudo com os
mais necessitados. A Encíclica do Papa Francisco Evangelii Gaudium, a
alegria do evangelho dá uma confiança que as CEBs são obra de Deus e no
seguimento de Jesus faz uma entrega generosa mantendo serenidade na presença do
Ressuscitado[29]. Pela força da Palavra de Deus, as CEBs são verdadeiras
comunidades de discípulos e discípulas missionários[30] levando a Palavra de
Jesus para todas as pessoas, sobretudo os pobres e os necessitados. O Papa
Francisco propõe para todas as pessoas a fraternidade e a amizade social como
forma de vida a partir do Evangelho do Senhor. O mundo globalizado torna as pessoas
mais próximas, mas isso não significa que as faz irmãos e irmãs. Enquanto uma
parte da humanidade vive na opulência, outra grande parte tem os seus direitos
desprezados, violados (FT 22). O projeto das CEBs é o da fraternidade superando
o isolamento e reforçando a proximidade, a cultura do encontro com Deus e com
os irmãos e irmãs[31]
O agir das Comunidades Eclesiais de Base
Em comunhão com o Senhor, com o Papa
Francisco, as CEBs buscam uma contribuição para a construção sinodal da Igreja
católica. O objetivo é reacender o novo jeito de ser Igreja em comunhão com o
sínodo da Amazônia. O mundo novo, proposta pela Palavra de Deus é um estímulo a
lutar contra a morte prematura e fazer a vida ser vivida em plenitude. É uma
Aliança feita com Deus e com a humanidade. Tudo isso é apresentado como a
criação de um novo céu e uma nova terra (Is 65,17; Ap 21,1)[32].
O agir das CEBs nasce pela compreensão do
messianismo de Jesus e é no compromisso pelo seguimento com o seu projeto de
paz e de amor[33]. A Igreja é chamada a ir em busca das pessoas, construindo
uma Igreja com rosto Amazônico, ameríndio, na centralidade da vida, no cuidado
com a Casa Comum, na luta pelas políticas públicas, sendo uma Igreja
missionária, servidora, ministerial. Toda a Igreja é chamada a fazer o caminho
na sinodalidade, pela diversidade de vocações e ministérios, na edificação do
Corpo de Cristo (LG 32)[34]. Os cristãos leigos e leigas nas CEBs desempenham
um papel ativo na construção da Igreja de Cristo e no exercício de sua
missão[35]. Todos são responsáveis pela vida e pela missão de anunciar o
evangelho de Cristo às pessoas, sobretudo aos necessitados. É preciso
colocar-se sempre no caminho de Jesus e da Igreja para viver a fé, a esperança
e a caridade neste mundo e um dia na eternidade. Tudo ocorra bem no Décimo
Quinto Intereclesial das CEBs.
[1] Cfr. 15º Encontro Intereclesial
das Comunidades Eclesiais de Base. CEBs: Igreja em saída, na busca da vida
plena para todos e todas!Cuiabá, MT, Ed. dos Autores, 2022, pg. 25.
[2] Cfr. Ibidem, pg. 25. [3] Cfr. Ibidem, pg. 29. [4] Cfr. Ibidem, pg. 37.
[5][5] Cfr. Ibidem, pg. 37. [6] Cfr. Ibidem, pgs. 39-40. [7] Cfr. Ibidem, pgs. 45-50.
[8] Cfr. Ibidem, pgs. 51-55. [9] Cfr. Ibidem, pg. 56. [10] Cfr. Ibidem, pgs. 57-58.
[11] Cfr. Ibidem, pgs. 67-68. [12] Cfr. Ibidem, pg. 78-79. [13] Cfr. Ibidem, pgs. 82-83
[14] Cfr. Ibidem, pgs. 85-86. [15] Cfr. Ibidem, pg. 87. [16] Cfr. Ibidem, pg. 88.
[17] Cfr. Ibidem, pg. 89. [18] Cfr. Ibidem, 90. [19] Cfr. Ibidem, pg. 91.
[20] Cfr. Ibidem, pg.s 92-93. [21] Cfr. Ibidem, pg. 93. [22] Cfr. Ibidem, pgs 94-95.
[23] Cfr. Ibidem, pg 98. [24] Cfr. Ibidem, pg. 100. [25] Cfr. Ibidem, pg. 202.
[26] Cfr. Ibidem, pg. 103. [27] Cfr. Ibidem, pg. 106. [28] Cfr. Ibidem. pgs. 106-107.
[29] Cfr. Ibidem, pg. 108. [30] Cfr. Ibidem, pg. 110. [31] Cfr. Ibidem, pgs. 113-115.
[32] Cfr. Ibidem, pg. 123. [33] Cfr. Ibidem, pg. 124. [34] Cfr. Ibidem, pgs. 125-130.
[35] Cfr. Ibidem, pg. 131.
Dom Vital Corbellini, Bispo de Marabá – PA
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Na noite da terça-feira, 18 de julho,
aconteceu a celebração de abertura do 15º Encontro Intereclesial das
Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), em Rondonópolis/MT, no Centro de Eventos
Santa Terezinha. O tom foi de valorização da atuação religiosa de leigas
e leigos, da diversidade cultural e de crítica ao modelo socioeconômico voltado
ao extrativismo dos recursos naturais.
A celebração abriu oficialmente o
Intereclesial que se estende até o dia 22 (sábado), reunindo cerca de 1,5 mil
representantes das CEBs de todo o Brasil, além religiosas e religiosos,
lideranças de organismos ligados à Igreja Católica, a outras denominações
cristãs e expressões espirituais, movimentos sociais e populares. Participam do
intereclesial 63 bispos.
O Papa Francisco enviou uma mensagem aos
participantes do encontro dizendo querer-se fazer próximo do 15º Intereclesial
de CEBs. O Santo Padre pediu aos participantes para seguirem trabalhando e para
não se esquecerem de buscar sintonia com o tema: “Igreja em Saída”. O Papa
comparou a Igreja como a água. “Se a água não corre no rio, fica estagnada e
adoece. A Igreja quando sai, caminha, se sente mais forte”, disse.
Confira o vídeo que o Papa enviou aos
participantes:
Cultura popular e biomas brasileiros
Os milhares de participantes da cerimônia
sentaram-se em cadeiras dispostas ao redor de um grande palco, que funcionou
como altar. A celebração foi conduzida pela Equipe de Liturgia do
Intereclesial, um grupo de leigas e leigos trajados com túnicas que destacavam
a simbologia afro-brasileira e indígena. A mesa do altar estava coberta por uma
toalha feita de retalhos de tecido, destacando o caráter popular da Igreja.
A cerimônia de abertura teve várias
procissões, músicas e menções verbais que valorizaram as comunidades indígenas,
quilombolas, pessoas que vivem da agricultura familiar ou estão em acampamentos
provisórios, pescadores, trabalhadoras e trabalhadores urbanos, mulheres
artesãs, migrantes e imigrantes, entre outros grupos sociais que compõem o povo
brasileiro. Delegações de representantes das regiões Norte, Nordeste,
Centro-Oeste, Sul e Sudeste foram lembradas e homenageadas pela associação com
seus biomas (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Pantanal, Pampa e Mata Atlântica) e
pela disposição histórica à luta e resistência populares.
Em seguida a história dos Intereclesiais
foi lembrada por uma mescla entre informações ditas ao microfone e entradas com
os estandartes referentes a cada uma das edições do encontro, desde o primeiro,
em Vitória (ES), em 1975, até a atual, em Rondonópolis (MT).
A proclamação da abertura oficial do 15º
Intereclesial ocorreu a partir de uma fala do bispo da diocese de
Rondonópolis-Guiratinga, dom Maurício Jardim. Ele agradeceu a presença dos
participantes e recordou do bispo anterior, dom Juventino Kestering, falecido
em 2022, que foi quem assumiu o compromisso de acolher o Intereclesial na
diocese. Um grande banner contendo a imagem de dom Juventino e uma de suas
frases emblemáticas – “Saúde aos doentes, alegria aos tristes e esperança aos
desanimados” – foi exposto perante o público, que fez uma sessão de aplausos em
sua memória.
Homenagem a dom Juventino Kestering na abertura do Intereclesial. | Fotos: Comunicação 15º Intereclesial |
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