sexta-feira, 1 de abril de 2022

5º Domingo da Quaresma:

Leituras e Reflexão

1ª Leitura:  Is 43,16-21

Leitura do Livro do Profeta Isaías:

Isto diz o Senhor, que abriu uma passagem no mar e um caminho entre águas impetuosas; que pôs a perder carros e cavalos, tropas e homens corajosos; pois estão todos mortos e não ressuscitarão, foram abafados como mecha de pano e apagaram-se: 'Não relembreis coisas passadas, não olheis para fatos antigos. Eis que eu farei coisas novas, e que já estão surgindo: acaso não as reconheceis? Pois abrirei uma estrada no deserto e farei correr rios na terra seca. Hão de glorificar-me os animais selvagens, os dragões e os avestruzes, porque fiz brotar água no deserto e rios na terra seca para dar de beber a meu povo, a meus escolhidos. Este povo, eu o criei para mim e ele cantará meus louvores.

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Responsório: Sl 125
- Maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria!
- Maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria!

- Quando o Senhor reconduziu nossos cativos, parecíamos sonhar; encheu-se de sorriso nossa boca, nossos lábios, de canções.

- Entre os gentios se dizia: 'Maravilhas fez com eles o Senhor!' Sim, maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria!

- Mudai a nossa sorte, ó Senhor, como torrentes no deserto. Os que lançam as sementes entre lágrimas, ceifarão com alegria.

- Chorando de tristeza sairão, espalhando suas sementes; cantando de alegria voltarão, carregando os seus feixes.

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2ª Leitura: Fl 3,8-14

Leitura da Carta de São Paulo aos Filipenses:

Irmãos: Na verdade, considero tudo como perda diante da vantagem suprema que consiste em conhecer a Cristo Jesus, meu Senhor. Por causa dele eu perdi tudo. Considero tudo como lixo, para ganhar Cristo e ser encontrado unido a ele, não com minha justiça provindo da Lei, mas com a justiça por meio da fé em Cristo, a justiça que vem de Deus, na base da fé.

Esta consiste em conhecer a Cristo, experimentar a força da sua ressurreição, ficar em comunhão com os seus sofrimentos, tornando-me semelhante a ele na sua morte, para ver se alcanço a ressurreição dentre os mortos. Não que já tenha recebido tudo isso, ou que já seja perfeito. Mas corro para alcançá-lo, visto que já fui alcançado por Cristo Jesus. Irmãos, eu não julgo já tê-lo alcançado. Uma coisa, porém, eu faço: esquecendo o que fica para trás, eu me lanço para o que está na frente. Corro direto para a meta, rumo ao prêmio, que, do alto, Deus me chama a receber em Cristo Jesus.

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Evangelho: Jo 8,1-11

Proclamação do Evangelho de São João:

Naquele tempo, Jesus foi para o monte das Oliveiras. De madrugada, voltou de novo ao Templo. Todo o povo se reuniu em volta dele. Sentando-se, começou a ensiná-los. Entretanto, os mestres da Lei e os fariseus trouxeram uma mulher surpreendida em adultério. Colocando a no meio deles, disseram a Jesus: 

'Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. Moisés na Lei mandou apedrejar tais mulheres. Que dizes tu?'

Perguntavam isso para experimentar Jesus e para terem motivo de o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, começou a escrever com o dedo no chão. Como persistissem em interrogá-lo, Jesus ergueu-se e disse:

'Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra.' 

E tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão. E eles, ouvindo o que Jesus falou, foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos; e Jesus ficou sozinho, com a mulher que estava lá, no meio do povo. Então Jesus se levantou e disse:

'Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou ?'

Ela respondeu:

'Ninguém, Senhor.'

Então Jesus lhe disse: 'Eu também não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais'.

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Reflexão do padre Johan Konings:

Deus joga longe o pecado!

Domingo passado presenciamos a volta do filho pródigo e sua acolhida pelo Pai misericordioso. Hoje, aparece com mais força ainda o quanto Deus está acima do pecado. Eis a base do que se chama “conversão”. Mas, quando se fala em conversão, os céticos objetam: “Que adianta querer ser melhor do que sou?”, e os acomodados: “Melhorar a sociedade, para quê?”

Deus, porém, não é limitado que fique imobilizado por nosso pecado. Ele passa por cima, escreve-o na areia, como Jesus, no episódio da mulher adúltera (evangelho). A magnanimidade de Deus, que se manifesta em Jesus, está em forte contraste com a mesquinhez dos justiceiros que queriam apedrejar a mulher. Estes, sim, estavam presos no seu pecado; por isso, nenhum deles ousou jogar a primeira pedra. Decerto, importa combater o pecado; mas é preciso estar com Deus para salvar o pecador.

Pois Deus é um libertador. Ele quer apagar nosso passado e renovar nossa vida, assim como renovou o povo de Israel no fim do exílio babilônico (1ª leitura). Paulo diz que devemos deixar nosso passado para trás e esticar-nos para apanhar o que está na nossa frente: Cristo, que é a nossa vida (2ª leitura). Como dissemos domingo passado, o pecado é o que fica atrás, enquanto o futuro que está à nossa frente é o amor de Deus em Jesus Cristo.

“Não peques mais”. Perdoar não é ser conivente com o pecado, mas é salvar o pecador – termo que não está na moda hoje, mas é o que melhor exprime a realidade … Deus perdoa, para dar ao pecador uma “plataforma” a partir da qual possa iniciar uma vida nova. Ora, o perdão é do tamanho da grandeza de Deus; só Ele é grande que chega para perdoar definitivamente. Por isso, para fazer jus ao perdão, não devemos desejá-lo levianamente. Devemos querer eficazmente mudar a nossa vida, ainda que saibamos que “Roma não foi construída num só dia”.

Devemos desejar não mais pecar, e para que este desejo seja eficaz, escolher e utilizar os meios adequados. Quem peca por má índole, procure amigos que o tornem melhor. Quem peca por fraqueza ou vício, evite as ocasiões de tentação. E quem peca por depender de uma estrutura ou laço que conduz à injustiça, procure transformar essa situação, no nível pessoal e no da coletividade. Tratando-se de estruturas sociais injustas, o meio adequado de combater o pecado consiste em unir as forças para lutar pela transformação política e social. Devemos transformar as estruturas de pecado fora e dentro de nós. Mas faremos tudo isso com mais empenho se estivermos convencidos de que Deus nos perdoa e joga longe de si o nosso pecado. Quando se trata de problemas pessoais (embora sempre com alguma dimensão social), a certeza de que Deus é maior que o pecado é um estímulo forte para acreditar numa renovação da vida – com a ajuda dos meios psicológicos adequados, pois a graça não suprime a natureza.

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PE. JOHAN KONINGS nasceu na Bélgica em 1941, onde se tornou Doutor em Teologia pela Universidade Católica de Lovaina, ligado ao Colégio para a América Latina (Fidei Donum). Veio ao Brasil, como sacerdote diocesano, em 1972. Em 1985 entrou na Companhia de Jesus (Jesuítas) e, desde 1986, atua como professor de exegese bíblica na FAJE, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Este comentário é do livro “Liturgia Dominical, Editora Vozes.

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Reflexão em vídeo de Frei Gustavo Medella:

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                               Reflexões e ilustração: franciscanos.org.br         Banner: cnbb.com. br

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