sábado, 24 de maio de 2014








Na Jordânia, 
Francisco pede solução "urgente" para conflitos na região

Amã (RV) – Paz, diálogo e liberdade religiosa: estes foram os principais temas tratados por Francisco em seu primeiro discurso na Terra Santa, no Palácio Real de Amã.
A Jordânia foi a porta de entrada para Francisco nesta peregrinação. A cerimônia de boas-vindas não se realizou no aeroporto, mas no Palácio Real, onde o Pontífice foi acolhido pelo Rei Abdallah II Hussein e pela Rainha da Jordânia, Rania. Quando Paulo VI visitou o país, em 1964, seu anfitrião foi o pai de Abdallah II. O atual monarca, no trono desde 1999, deu as boas-vindas a João Paulo II em 2000 e a Bento XVI em 2009, e já foi recebido duas vezes por Francisco no Vaticano (agosto 2013 e abril de 2014).
Após as execuções dos hinos dos dois Estados, houve o encontro privado, com a família, a troca de presentes e a apresentação das delegações. Mas foi com as autoridades jordanianas que Francisco fez seu primeiro pronunciamento na Terra Santa.
O Papa escolheu a língua italiana para se comunicar com os médio-orientais, pois quer ter a possibilidade de improvisar em seus discursos e homilias. 
Francisco definiu a Jordânia uma “terra rica de história e de grande significado religioso para o judaísmo, o cristianismo e o islamismo”. De modo especial, o Pontífice destacou o acolhimento “generoso” a um grande número de refugiados palestinos, iraquianos e sírios – vítimas de um “conflito que já dura há muito tempo”. 
“Este acolhimento merece a estima e o apoio da comunidade internacional”, afirmou o Papa, garantindo o empenho da Igreja Católica na assistência aos refugiados e a quem vive em necessidade, sobretudo através da Cáritas Jordaniana.
A seguir, Francisco constatou a persistência de “fortes tensões na área médio-oriental”, agradecendo às autoridades do Reino Hachemita pelo compromisso na busca da paz. Para este objetivo, advertiu o Papa, “torna-se imensamente necessária e urgente uma solução pacífica para a crise síria, bem como uma solução justa para o conflito israelense-palestino”.
Quanto ao diálogo inter-religioso, mais uma vez o Papa expressou sua gratidão à Jordânia por ter incentivado uma série de importantes iniciativas para promover a compreensão entre judeus, cristãos e muçulmanos. “Aproveito esta oportunidade para renovar o meu profundo respeito e a minha estima à comunidade muçulmana e manifestar o meu apreço pela função de guia desempenhada pelo Rei na promoção duma compreensão mais adequada das virtudes proclamadas pelo Islã e da serena convivência entre os fiéis das diferentes religiões.”
Aos cristãos, o Papa agradeceu principalmente pelo trabalho no campo da educação e da saúde, ressaltando que na Jordânia eles podem professar com tranquilidade a sua fé. A liberdade religiosa, recordou Francisco, é um direito humano fundamental, fazendo votos de que o mesmo seja tido em “grande” consideração em todo o Oriente Médio e no mundo inteiro. 
“Os cristãos sentem-se e são cidadãos de pleno direito e pretendem contribuir para a construção da sociedade, juntamente com os seus compatriotas muçulmanos, oferecendo a sua específica contribuição.”
Por fim, o Pontífice saudou o Reino da Jordânia e seu povo, “com a esperança de que esta visita contribua para incrementar e promover boas e cordiais relações entre cristãos e muçulmanos”. (BF)

Missa em Amã com Primeiras Comunhões


Amã (RV) – Na parte da tarde da sua primeira jornada na Terra Santa, após o encontro com as autoridades jordanianas, no Palácio Real de Amã, o Santo Padre se dirigiu ao Estádio Internacional da cidade, para a celebração da Eucaristia. 
Participaram, entre outros, números refugiados cristãos, provenientes da Palestina, da Síria e do Iraque. Durante a Santa Missa, abrilhantada com cantos em árabe, cerca de 1.400 crianças fizeram a Primeira Comunhão.
]Em sua homilia, o Papa Francisco partiu da Liturgia do dia, detendo-se no Evangelho, no qual Jesus faz uma promessa aos discípulos: «Eu pedirei ao Pai para que Ele vos envie outro Paráclito, para que esteja sempre convosco» O primeiro Paráclito, recordou o Papa, é o próprio Jesus; o «outro» é o Espírito Santo.
Referindo-se ao lugar, onde o Espírito Santo desceu sobre Jesus, durante o Batismo de João, no rio Jordão, não muito distante dali, o Bispo de Roma disse:
“O Evangelho deste domingo e também este lugar, onde, graças a Deus, me encontro como peregrino, convidam-nos a meditar sobre o Espírito Santo e sobre o que Ele realiza, em Cristo e em nós; logo, podemos resumir desta forma: o Espírito atua em três maneiras: prepara, unge e envia”.
No momento do batismo, o Espírito pousa sobre Jesus para prepará-lo à sua missão de salvação, caracterizada pelo estilo do Servo humilde e manso, pronto à partilha e ao dom total de Si. Mas, o Espírito Santo, presente desde o início da história da salvação, já havia intervindo no momento da concepção de Jesus no ventre virginal de Maria de Nazaré, realizando o evento maravilhoso da encarnação.
O Espírito Santo interveio também em Simeão e Ana, no dia da apresentação de Jesus no Templo. Na atitude profética dos dois anciãos, exprime-se a alegria do encontro com o Redentor. As várias intervenções do Espírito Santo fazem parte de uma ação harmônica, de um único projeto do amor divino. 
Com efeito, a missão do Espírito Santo é gerar harmonia e paz nos vários contextos e pessoas. Por isso, hoje, com coração ardente, invoquemos o Espírito Santo, pedindo-Lhe que prepare o caminho da paz e da unidade.
Depois, o Espírito Santo unge: unge Jesus e os discípulos para que tenham os seus mesmos sentimentos para assumir na própria vida atitudes que favoreçam a paz e a comunhão. Com a unção do Espírito, a humanidade é marcada pela santidade de Jesus e, assim, nos tornamos capazes de amar os irmãos com o mesmo amor de Deus. E o Santo Padre exortou:
“Portanto, é preciso praticar gestos de humildade, fraternidade, perdão e reconciliação. Estes gestos são pressuposto e condição para uma paz verdadeira, sólida e duradoura. Peçamos ao Pai que nos unja, para nos tornarmos plenamente seus filhos, configurados cada vez mais a Cristo, a fim de nos sentirmos todos irmãos e, assim, afastar de nós rancores e divisões e amar-nos fraternalmente”. 
Por fim, o Papa explicou a terceira ação do Espírito Santo: ele envia. Jesus é o Enviado do Pai. Ungidos pelo seu Espírito, também nós somos enviados como mensageiros e testemunhas de paz. E o Bispo de Roma acrescentou:
“A paz não se pode comprar: é um dom que se deve buscar pacientemente e construir «artesanalmente» através dos pequenos e grandes gestos da nossa vida diária. Podemos consolidar o caminho da paz se reconhecermos que todos nós temos o mesmo sangue e fazemos parte do gênero humano; se não nos esquecermos que temos um único Pai e todos somos seus filhos, criados à sua imagem e semelhança”.
O Papa Francisco concluiu sua homilia mandando um abraço fraterno a todos: o Patriarca, os irmãos Bispos, os sacerdotes, as pessoas consagradas, os fiéis leigos, a multidão de crianças, que fizeram a Primeira Comunhão e os seus familiares. Cumprimentou, de coração, o numeroso grupo de refugiados cristãos, proveniente da Palestina, Síria e Iraque, pedindo-lhes para levar às suas famílias e comunidades a sua saudação e a sua solidariedade. 

Enfim, invocou o Espírito Santo para que cure as feridas dos erros, das incompreensões, das controvérsias, e que nos envie, com humildade e mansidão, pelas sendas desafiadoras, mas fecundas, da busca da paz! (MT)

Encontro com refugiados e jovens portadores de deficiência 

Betânia além do Jordão (RV) - Na tarde deste sábado, após a celebração da Santa Missa, no Estádio Internacional de Amã, Jordânia, o Papa Francisco se transferiu para a localidade onde Jesus foi batizado, chamada “Betânia além do Jordão” ou “Vale melodioso”, pelo murmúrio das águas do Jordão: aquele foi o centro das atividades de João Batista e da vida pública de Jesus. Ali, na igreja latina, o Santo Padre foi acolhido pelo Rei da Jordânia.
O Papa visitou o lugar do Batismo de Jesus até às margens do Rio Jordão. Após um breve momento de oração silenciosa, abençoou a água e assinou o livro de Honra. No interior da igreja latina, ainda em construção, o Bispo de Roma se encontrou com os Refugiados e com os jovens portadores de deficiência, um total de 600 pessoas.
Durante uma breve Paraliturgia, com cantos, leituras bíblicas e testemunhos dos presentes, o Papa pronunciou um discurso, dizendo inicialmente:
“Na minha peregrinação, desejei ardentemente encontrar-me com vocês. Por causa dos conflitos sangrentos vocês tiveram que deixar suas casas e sua Pátria, encontrando abrigo nesta terra hospitaleira da Jordânia. Quis também encontrar-me com vocês, queridos jovens, que carregam o peso de alguma limitação física”.
Este lugar, onde nos encontramos, disse o Papa, lembra-nos o Batismo de Jesus. Ao vir aqui ao Jordão para ser batizado por João, ele quis demonstrar a sua humildade e partilhar da condição humana: assim, com o seu amor, ele nos devolveu a dignidade e a salvação. 
O Papa expressou sua profunda tristeza pelos dramas e as feridas do nosso tempo, provocadas pelos conflitos ainda em curso no Oriente Médio: em primeiro lugar, na Síria, dilacerada por uma luta fratricida que dura há três anos, que ceifou inúmeras vítimas e obrigou milhões de pessoas a se refugiarem e exilarem em outros países.
Aqui, o Santo Padre agradeceu às autoridades, ao povo jordaniano, aos que prestam assistência, solidariedade e generosa hospitalidade a tantos refugiados, provenientes da Síria e do Iraque. E fez um premente apelo:
“Dirijo-me à Comunidade internacional para que não deixe a Jordânia a enfrentar sozinha a emergência humanitária provocada por um número tão alto de refugiados. Renovo meu apelo veemente pela paz na Síria. Cessem as violências e seja respeitado o direito humanitário, que garante a assistência à população que sofre! Não deixem às armas a solução dos problemas, mas voltem à mesa das negociações. A solução provém apenas do diálogo e da moderação, da compaixão e da busca de uma solução política e do sentido de responsabilidade”.
Enfim, dirigindo-se aos jovens, o Papa pediu que se unam à sua oração pela paz, mediante suas fadigas diárias e preces eficazes; encorajou-os a colaborar, com esforço e sensibilidade, na construção de uma sociedade, que respeite os mais fracos, os doentes, as crianças, os idosos. “Sejam sinais de esperança”!
Ao término deste encontro com os refugiados e jovens portadores de deficiência, o Pontífice renovou seus votos de que “prevaleçam a razão e a moderação! Que a Síria reencontre, com a ajuda da Comunidade internacional, o caminho da paz! Que Deus converta os violentos e os que projetam guerras; reforce os corações e as mentes dos construtores de paz e os recompense com as suas bênçãos”.
Depois deste encontro às margens do Rio Jordão, o Santo Padre concluiu sua primeira jornada na Terra Santa, transferindo-se à Nunciatura Apostólica de Amã. 
Neste sábado, o Bispo de Roma deixará a Jordânia e visitará Belém, Tel Aviv e Jerusalém. (MT)
                                                                Fonte: radiovaticana.va       news.va
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