segunda-feira, 10 de março de 2025

Paróquia São José - Paraisópolis (MG):

Horários de missa e outros eventos

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Dia 11 - Terça-feira

Novena em louvor a São José - Missa às 19h todas as noites na Matriz

2º dia  Preside a Eucaristia o vigário da paróquia Santa Rita de Cássia de Extrema, padre Tainan Francisco de Paula

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Tempo de reflexão:

Quaresma e conversão

 Dom José Gislon - Bispo de Caxias do Sul (RS)

Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! O tempo da Quaresma nos ajuda a refletir e olhar a vida a partir dos olhos do coração, sem medo de buscarmos a misericórdia do Pai para retomarmos o caminho da paz interior, que favorece a comunhão com Deus, com os irmãos e irmãs e com a criação, onde pulsa a vida que vem do Criador. 

O sagrado Tempo da Quaresma nos convida a colocar o coração diante de Deus, a partir da nossa realidade. É um tempo sagrado para entregar ao Senhor aquilo que somos, deixando que ele nos oriente no caminho de conversão interior, de reconciliação com Deus, conosco mesmos, com os irmãos e com a criação, lembrando das palavras pronunciadas pelo Criador depois de completar a sua obra: “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31). 

A Campanha da Fraternidade deste ano, com o tema: “Fraternidade e Ecologia Integral”, nos leva a refletir sobre a realidade da agressão por parte do homem contra a  natureza, a nossa Casa Comum. A reação da natureza se manifesta muitas vezes de forma violenta e incontrolada, causando destruição e morte em tantas realidades do mundo. Creio ser pertinente a conscientização e a participação pessoal, mas também das entidades de classe e dos governos, num processo de transformação, de mudança de mentalidade, para passarmos de agressores e destruidores da natureza a cuidadores e corresponsáveis pela obra que o Criador viu e afirmou ser “muito bom”.   

No sagrado Tempo da Quaresma podemos ser tentados a viver uma espiritualidade ou pseudo-espiritualidade desencarnada da realidade da vida e do mundo que está ao nosso redor, uma espiritualidade da indiferença, marcada pelo egoísmo, na qual falta uma comunhão de vida com os irmãos e toda a obra do Criador. Essa espiritualidade pode ser interessante para aliviar a nossa consciência por termos praticado um rito, mas não é geradora de comunhão nem expressa o amor, a compaixão, a ternura e o amor do Pai. 

Vida e natureza caminham juntas. “Cultivar e guardar a criação”, em defesa da vida que está ao nosso redor, percorrendo um caminho de conversão entendido à luz da Palavra de Deus. A conversão precisa chegar até o nosso coração, tocar e mudar a nossa vida, as nossas ações em defesa da vida e da criação, onde muitas vezes vemos sinais de morte que ameaçam a obra do Criador. 

O progresso que traz bem estar é algo desejado e esperado por todas as realidades. Mas o progresso do bem estar econômico, que pouco se importa com a dignidade da vida das pessoas e com o cuidado do meio ambiente, mais do que esperança de vida reflete sinais de morte para todos. O Papa Bento XVI, na homilia do início do seu ministério, disse que “os desertos exteriores se multiplicam no mundo, porque os desertos interiores se tornaram tão amplos”. A defesa da vida, da ecologia do mundo onde vivemos, foi retomada pelo Papa Francisco, na encíclica Laudato Si, ele salienta que “a crise ecológica é um apelo a uma profunda conversão interior. Viver a vocação de guardiões da obra de Deus não é algo opcional, nem um aspecto secundário da experiência cristã, mas parte essencial de uma existência virtuosa”. 

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domingo, 9 de março de 2025

Pregador da Casa Pontifícia, padre Roberto Pasolini:

o Papa “conosco”,
mesmo se ausente. O seu sofrimento é evocativo.

O pregador da Casa Pontifícia ilustra o tema dos Exercícios Espirituais da Quaresma no Vaticano, “A esperança da vida eterna”: “Em uma época tão concentrada no materialismo, está voltando uma grande nostalgia da eternidade”. Sobre o Papa internado no Hospital Gemelli: “Sua ausência é uma palavra para nós. Seu testemunho é acompanhado por todos os testemunhos de pessoas que, em silêncio, vivem o mistério do sofrimento e o mal das guerras e das violências”.


“A ausência do Papa não será uma ausência completa, em primeiro lugar porque nos reuniremos em oração por ele com maior intensidade. E depois, porque sua própria ausência será uma palavra para nós”. Padre Roberto Pasolini, 53 anos, frade capuchinho, biblista e, a partir de novembro de 2024, o novo pregador da Casa Pontifícia, está se preparando para pregar, neste dia 9, até sexta-feira, 14 de março, os Exercícios Espirituais da Quaresma na Sala Paulo VI, à Cúria Romana. Exercícios Espirituais sem o Papa Francisco, que está internado no Hospital Gemelli. “Seu sofrimento é profundamente evocativo”, disse Pasolini à mídia do Vaticano: ou seja, evoca a dor de tantas pessoas hoje que são vítimas de sofrimento ou violência. “Com o Santo Padre, experimentaremos uma comunhão espiritual”.

“A esperança da vida eterna”. Padre Roberto, explique-nos o significado do tema escolhido para os Exercícios Espirituais desta Quaresma. Qual é o coração?

O coração é certamente a vida eterna, que também é um dos artigos do Credo Niceno, uma formulação central da fé para nós cristãos, cujo 1700º aniversário ocorre neste ano jubilar. Peguei a expressão A esperança da vida eterna do Novo Testamento e ela é, de certa forma, o coração da esperança cristã, ou seja, o fato de que a vida que Deus já nos deu neste mundo é uma coisa boa, algo que não tem significado apenas dentro da estrutura da vida terrena, mas aponta para uma eternidade da qual já temos os presságios e sinais para podermos compreendê-la plenamente.

Quando pensamos em vida eterna, pensamos em morte, então como a esperança se relaciona com o tema da vida eterna, que também é descrito como “uma promessa”? 

Vivemos neste mundo e sabemos que temos um grande obstáculo diante de nós, que é justamente a morte, ligada ao nosso pecado, como nos diz nossa tradição espiritual. A promessa que Deus nos fez ao nos dar a vida é que a morte não será a última palavra, não haveria felicidade ou esperança possível para nós se não pudéssemos enfrentar esse obstáculo tão final, tão sério, que é a interrupção da vida. É claro que a vida eterna, para ser autêntica, já deve manifestar seus traços e sua qualidade antes da morte, caso contrário, corremos o risco de nos tornarmos apenas uma vaga esperança para não temer o evento da morte. Esse também era o objetivo da pregação de Jesus: insistir que a vida eterna já começa agora e é Ele para nós, Cristo.

E como essa mensagem pode ser transmitida a um mundo como o de hoje? Um mundo em que a própria secularização parece ter sido superada, mas prevalece um senso de indiferença, especialmente entre os jovens...

É verdade que hoje estamos muito concentrados nas “coisas aqui embaixo”, para usar a linguagem paulina, por isso é difícil “sair e ver as estrelas” que nos direcionam para outro lugar. No entanto, em uma época tão focada no materialismo, em tantas coisas que brilham diante de nossos olhos, acredito que, na realidade, uma grande nostalgia pela eternidade está voltando, pelo menos como qualidade de vida, de beleza, de humanidade que deve brilhar diante de nossos olhos neste mundo. Então, sim, este mundo talvez tenha perdido de vista as realidades últimas, o chamado horizonte escatológico, mas é extremamente sensível a tudo o que é humano e profundamente humano. E é aí que nós, cristãos, somos instados, fortemente instados a deixar transparecer a qualidade de uma vida eterna.

Que linha seguirá sua pregação nos Exercícios Espirituais?

Começaremos com os dados um tanto teológicos do Catecismo sobre a vida eterna para entrar no ritmo da tradição. Em seguida, tentaremos conduzir os participantes dos Exercícios em um caminho mais bíblico através das Escrituras, ouvindo o que elas dizem sobre a vida eterna, precisamente para recuperar o significado dessa vida já dentro do horizonte da vida humana e, assim, já “saborear” os aspectos da vida eterna que podemos viver e acolher a partir de agora.

Os exercícios de Quaresma são realizados “em comunhão espiritual” com o Papa. O que isso significa?

Significa que o Santo Padre obviamente não poderá participar como gostaria, devido à sua doença. No entanto, sua ausência não será uma ausência completa, primeiro porque pensaremos nele e nos reuniremos em torno da Palavra de Deus em oração, de uma forma ainda mais especial, com maior intensidade. E depois, porque sua ausência será uma palavra para nós.

Portanto, uma presença ausente também é um testemunho.

Absolutamente. Seu testemunho é acompanhado por todos os testemunhos de pessoas que, em silêncio, escondidas, em todas as partes do mundo, estão vivendo o mesmo mistério do sofrimento, mas também do mal por causa das guerras, da violência e da morte. Portanto, seu sofrimento é profundamente evocativo, também porque todas essas pessoas estão sempre nas palavras, no coração e nas orações do Santo Padre.

Sempre falando do Papa, há algum desejo que o senhor pessoalmente deseja para Francisco?

O desejo que faço pessoalmente ao Santo Padre é que continue, nestas horas, a fazer o que sempre fez, ou seja, permanecer diante de nós como pastor universal da Igreja com toda a sua fé no Senhor Jesus, em sua Páscoa e, acima de tudo, em seu Evangelho.

Salvatore Cernuzio – Vatican News

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Homilia do Papa neste domingo:

pequenos gestos de serviço
fazem florescer uma nova humanidade

Francisco na sua homilia da missa para o Jubileu do mundo do voluntariado celebrada neste domingo na Praça São Pedro. A Celebração foi presidida pelo cardeal Michael Czerny que também leu a homilia preparada pelo Santo Padre.


Acabando de entrar nos quarenta dias de Quaresma, reflitamos sobre a certeza de que também nós somos tentados, mas não estamos sós: conosco está Jesus, que nos abre o caminho através do deserto”. Foi o que escreveu o Papa Francisco na homilia da missa para o Jubileu do mundo do voluntariado celebrada neste domingo na Praça São Pedro. A Celebração foi presidida pelo cardeal Michael Czerny que também leu a homilia preparada pelo Santo Padre.

Jesus é conduzido pelo Espírito ao deserto, escreveu o Papa. Todos os anos, o nosso caminho quaresmal começa por seguir o Senhor neste local, que Ele atravessa e transforma para nós.

Na verdade, quando Jesus entra no deserto, ocorre uma mudança decisiva: o lugar do silêncio torna-se um ambiente de escuta. Uma escuta que é posta à prova, porque é necessário escolher entre duas vozes completamente opostas.

No deserto, o homem experimenta a própria miséria material e espiritual, a necessidade de pão e de palavra. Também Jesus, verdadeiro homem, sente fome e, durante quarenta dias, é tentado por uma palavra que não vem do Espírito Santo, mas do espírito maligno, do diabo. O Filho de Deus feito homem não se limita a oferecer-nos um modelo na luta contra o mal. É muito mais do que isso: dá-nos a força para resistir às suas investidas e perseverar no caminho.

Francisco destaca então três caraterísticas da tentação de Jesus e também da nossa: o início, o modo e o resultado.

Antes de mais, no seu início, a tentação de Jesus é voluntária: o Senhor vai para o deserto não por fanfarronice, para mostrar como é forte, mas pela sua disponibilidade filial ao Espírito do Pai, a cuja orientação responde prontamente. Nós, pelo contrário, sofremos a tentação: o mal precede a nossa liberdade, corrompe-a a partir de dentro como uma sombra interior e uma ameaça constante.

Enquanto pedimos a Deus que não nos abandone na tentação, recordemos que Ele já atendeu esta prece através de Jesus, o Verbo que se fez carne para permanecer sempre conosco.

Depois o Papa fala do modo singular com o qual Cristo é tentado, ou seja, na sua relação com Deus, seu Pai. O diabo é aquele que separa, o divisor; enquanto Jesus é aquele que une Deus e o homem, o mediador.

 A relação com o Pai é o dom que Jesus comunica ao mundo para a nossa salvação, e não uma usurpação da qual se pode valer para obter sucesso e atrair seguidores. Também nós somos tentados na nossa relação com Deus, mas de forma oposta. Com efeito, o diabo sussurra-nos ao ouvido que Deus não é verdadeiramente o nosso Pai, e que, na realidade, nos abandonou. Satanás pretende convencer-nos de que para os famintos não há pão, muito menos proveniente das pedras, nem na desgraça os anjos vêm em nosso auxílio.

Quando muito, o mundo está nas mãos de forças malignas, que esmagam os povos com a arrogância dos seus planos e a violência da guerra. Enquanto o diabo nos quer fazer crer que o Senhor está longe de nós, levando-nos ao desespero, Deus aproxima-se ainda mais, dando a sua vida pela redenção do mundo.

E chegamos ao terceiro ponto: o resultado das tentações. Jesus, o Cristo de Deus, vence o mal, afasta o diabo, que, no entanto, voltará a tentá-lo “no tempo oportuno”.

No deserto, o tentador é derrotado, mas a vitória de Cristo ainda não é definitiva: sê-lo-á na sua Páscoa de morte e ressurreição.

Enquanto nos preparamos para celebrar o Mistério central da fé, - destaca ainda o Papa - reconhecemos que o resultado da nossa provação é diferente. Perante a tentação, por vezes caímos: somos todos pecadores. Todavia, a derrota não é definitiva, pois Deus levanta-nos de cada queda com o seu perdão, que é infinitamente grande em amor. A nossa provação não termina, pois, com um fracasso, porque em Cristo somos redimidos do mal. Atravessando com Ele o deserto, percorremos um caminho onde não havia nenhuma indicação: o próprio Jesus abre-nos este novo caminho de libertação e redenção. Seguindo o Senhor com fé, de errantes passamos a peregrinos.

Francisco conclui convidando a todos a iniciar assim o nosso percurso quaresmal. "E porque, ao longo do caminho, temos necessidade daquela boa vontade que o Espírito Santo sempre fomenta, é com alegria que saúdo todos os voluntários que hoje se encontram em Roma para a sua peregrinação jubilar. Muito obrigado, caríssimos, porque, a exemplo de Jesus, servis o próximo sem vos servirdes dele. Nas ruas e nas casas, ao lado dos doentes, dos que sofrem, dos encarcerados, com os jovens e os idosos, a vossa dedicação infunde esperança em toda a sociedade. Nos desertos da pobreza e da solidão, tantos pequenos gestos de serviço gratuito fazem florescer rebentos de uma nova humanidade: aquele jardim que Deus sonhou e continua a sonhar para todos nós.

Silvonei José – Vatican News

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Papa Francisco
acompanha Exercícios Espirituais por videoconferência

A Sala de Imprensa da Santa Sé informa sobre as condições do Santo Padre: na manhã de hoje, Francisco participou da Missa e, à tarde, acompanhou por videoconferência os Exercícios da Quaresma com a Cúria Romana. O Pontífice segue com a terapia e a fisioterapia respiratória e motora, além da dieta prescrita pelos médicos.

O Papa acompanhou do Gemelli, através de vídeo, os exercícios espirituais da Cúria Romana, iniciados esta tarde na Sala Paulo VI e conduzidos pelo pregador da Casa Pontifícia, o frade menor capuchinho padre Roberto Pasolini, unindo-se espiritualmente aos participantes.

Pela manhã, recebeu a visita do secretário de Estado, cardeal Parolin, e do substituto da Secretaria de Estado, dom Peña Parra, e participou da missa com quem o assiste nestes dias.

O Papa continuou seu tratamento e a fisioterapia respiratória e motora. A dieta prescrita pelos médicos, que inclui alimentos sólidos, continua. 

A situação parece ser estável, com ligeiras melhoras graduais, como relatado no boletim médico de ontem à noite, em um quadro que, no entanto, permanece complexo e que leva os médicos a manter prudentemente o prognóstico reservado.

Hoje à noite, após a oxigenação de alto fluxo com o uso de cânulas nasais durante o dia, o Papa voltará à ventilação mecânica não invasiva, conforme planejado.

O boletim médico, que não foi publicado hoje devido à estabilidade do quadro clínico, deve ser divulgado amanhã à noite.

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CF 2025: Reflexão sobre a ecologia integral

deve envolver as novas gerações, segundo dom Jaime Spengler

O arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da CNBB, cardeal Jaime Spengler, abriu a Campanha da Fraternidade em sua arquidiocese, na quarta-feira, 5, num local simbólico do alagamento e da ajuda humanitária após as enchentes de maio de 2024, na cidade de Canoas (RS). Em entrevista à TV Aparecida, dom Jaime afirmou que a reflexão sobre o tema da ecologia integral, tema da CF deste ano, deve envolver as novas gerações.

Canoas

A escolha do local, a paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Canoas, teve como objetivo promover a consciência e a responsabilidade para o cuidado e a proteção socioambiental, recordando a tragédia socioambiental enfrentada no último ano e a ajuda às pessoas atingidas nas enchentes.

A cidade, segundo dom Jaime, foi praticamente submersa pela catástrofe de maio do ano passado, com a água atingindo cerca de três metros de altura. Agora, há um processo de reerguimento em curso.

“Eu tenho dito e defendo que precisamos construir de forma diferente, de forma nova. E eu creio que a temática da Campanha da Fraternidade também ressalta este aspecto: precisamos não de novidade por novidade, mas o novo segundo aquilo que a própria terra, o próprio planeta pede de cada um de nós”, afirmou em entrevista à TV Aparecida.

Futuro

Ao divulgar o evento de abertura da CF 2025, a arquidiocese de Porto Alegre ressaltou que o compromisso com a sustentabilidade ambiental e a ecologia integral ‘é uma missão de toda a humanidade para garantir a vida das atuais e das futuras gerações”.

“A Quaresma é um tempo forte, mas a temática [da Campanha da Fraternidade] perpassa não só o ano litúrgico, mas deveria permanecer como tema de reflexão, de debate, de aprofundamento pelo futuro afora, porque a vida do planeta depende das nossas escolhas não só de hoje, mas de amanhã, depois de amanhã, assim por diante. É um processo que nós precisamos fazer juntos envolvendo, sobretudo, as novas gerações”, afirmou dom Jaime.

Dom Jaime espera que os mais jovens tenham ainda mais sucesso nas iniciativas de proteção e cuidado com o meio ambiente: “Aí entra toda a dimensão da educação – escolas, universidades, que possuem um espaço único de promoção da ecologia integral”.

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Assista:

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Pastoral Juvenil oferece planner quaresmal,

subsídio para auxiliar jovens na vivência espiritual

A Comissão Episcopal para a Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou o “Meu Planner Quaresmal”, um material gratuito em PDF para ajudar os jovens a organizarem sua rotina espiritual durante a Quaresma. A proposta, realizada através da equipe nacional de Comunicação, incentiva a oração, o jejum e a caridade, reforçando o período como um tempo de reflexão e conversão.

O planner funciona como um guia diário, dividido em blocos. Há espaços para anotações no início e no fim do dia, permitindo que o jovem registre suas ações e agradecimentos. Outros três blocos são dedicados à oração e reflexão, com espaço para intenções, leitura do Evangelho e anotações sobre como a passagem bíblica tocou o coração.

Além disso, o material traz sugestões de pequenos passos diários, desde a Quarta-feira de Cinzas até a Quinta-feira Santa, incentivando gestos concretos de amor a Deus e ao próximo.

O bispo de Imperatriz (MA) e presidente da Comissão para a Juventude da CNBB, dom Vilsom Basso, destacou a importância da iniciativa:

“Jovem, peregrino da esperança, a Quaresma é o tempo propício para abrir espaço à Palavra de Deus e à conversão profunda. Neste tempo de esperança, tua oração é inegociável. Desejo-lhe uma boa Quaresma!”

O “Meu Planner Quaresmal” está disponível para download gratuito AQUI.

por Layla Kamila, Jovens Conectados.

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Reflexão para o seu dia:

Tentação, deserto, Quaresma

Frei Almir Guimarães

Antes de mais nada, as tentações de Jesus nos ajudam a identificar com mais lucidez e responsabilidade as tentações pelas quais pode passar hoje sua Igreja e nós que a formamos. Como seremos uma Igreja fiel a Jesus se não estamos conscientes das tentações mais perigosas que nos podem desviar hoje de seu projeto e de seu estilo de vida. (José Antonio Pagola)

♦ O primeiro domingo da Quaresma sempre coloca diante de nossos olhos a figura de Jesus sendo tentado no deserto. Esse é o teor do Evangelho de Lucas hoje proclamado. Tentações de Jesus e nossas tentações. A primeira leitura, por sua vez, é uma profissão de fé na bondade de Deus que fez Israel atravessar o deserto e chegar à terra prometida. “Meu pai era um arameu errante que desceu do Egito com um punhado de gente e ali viveu como estrangeiro. Ali se tornou um povo grande, forte e numeroso. Os egípcios nos maltrataram e oprimiram impondo-nos uma dura escravidão”.

♦ Houve a libertação. Houve o tempo do deserto. Israel viveu a festa da volta. Deveria percorrer o deserto até chegar o destino. Deserto, no entanto das coisas duras. Falta de água, falta de comida, falta de certeza de que o empreendimento iria dar certo. Infidelidades. Desconfiança de Deus e de Moisés. O povo começa a fabricar um bezerro de ouro e cultuar essa imagem de metal. Não tem paciência de esperar a realização da promessa. Moisés intercede por este povo de cabeça dura. Um povo que irrita o próprio Deus.

♦ Na primeira tentação, Jesus recusa de atender à solicitação do diabo de transformar pedras em pão. A pessoa precisa, comer mas nem só pão vive o homem. Na segunda tentação, o inimigo sugere a Jesus o poder. Jesus, por sua vez, quer introduzir os homens num reino de justiça e de amor. A terceira tentação é solicitação para que Jesus provoque a Deus. Que ele se jogasse monte abaixo. Afinal de contas, o Senhor o tomaria pelas mãos. Jesus responde que não se tenta a Deus.

♦ Tentações de Jesus, nossas tentações. A satisfação das necessidades materiais não constitui o objetivo de nossa vida. A felicidade última do ser humano não consiste no desfrute e posse dos bens. Homem e mulher vão se tornando humanos quando aprendem a ouvir a Palavra do Pai. O ser humano existe para compartilhar e não possuir, dar e não reter, criar vida e não explorar o irmão.

♦ O sentido da vida não é buscar o poder, o mando, a dominação, o êxito pessoal a todo custo. Segundo Jesus, a pessoa acerta quando não busca seu próprio prestigio e poder, na competição e na rivalidade, mas quando é capaz de viver o serviço generoso e desinteressado.

♦ Deve-se resistir à tentação de querer milagres e manifestações extraordinárias de Deus a nosso favor. Não se pode tentar a Deus. O problema último da vida não se resolve sem riscos, lutas e esforços. Nada de fazer de Deus um mágico que venha resolver nossos problemas. A verdadeira fé não nos conduz à passividade, a deixar tudo a cargo de um Deus que imaginamos estar à nossa disposição. Quem compreendeu um pouco o que é ser fiel a Deus arrisca-se na luta pela justiça, paz e verdade.

♦ A Quaresma é tempo de examinar nossas tentações. Quaresma tempo de arrumar nossa vida. Quais seriam algumas de nossas tentações?

◊ Em nossa vida, por vezes, temos a tentação de deixar de lado empenhos e expedientes de vivência cristã porque “sentimos” Deus distante, não ouvindo nossos rogos e apelos. Vivemos então na repetição monótona até mesmo de gestos religiosos mas colocados sem alma. Tentação de parar no meio da estrada e sentir saudades das panelas do Egito.

◊ Estamos por demais envolvidos no mundo dinheiro, do ter, do usufruir as coisas, dos bens, do garantir o futuro, do acúmulo de bens nem sempre necessários. Não precisamos entrar em detalhes: gastança, consumismo, mercado, sofisticação. Seres epidérmicos e superficiais. Sem saudades porque anestesiados pela sociedade do ter.

◊ Grave tentação é a da indiferença. Não queremos esforçarmo-nos. Que tudo continue girando, o mundo, as pessoas… Esses outros, de perto e de longe, queremos que não nos perturbem. Imersos em nosso mundo pessoal e de pequenos interesses, movimentação incessantemente a telinha do celular, deixamos que as “pessoas se virem”. ApatiA. Inércia.

◊ Há ainda essa sutil tentação de não enfrentar nosso mistério pessoal, de fazer constantes viagens ao mais profundo de nós mesmos, na auscultação dos desejos mais profundos e com medo de que assim tenhamos que fazer opções que não queremos acolher. Tentação do medo de lançar-se na aventura da vida como Abraão.

◊ Tentação da intolerância. Tudo muda. Muda o mundo, mudam as pessoas, mudam os comportamentos. Há a tentação de intransigência em todos os níveis: no seio da família, na rejeição de comportamentos diferentes de nosso modo de ver as coisas, tentação do fanatismo religioso que em nome de Deus mata. Necessário se faz criar um clima de diálogo sereno, humilde e respeitoso.

◊ Nos diferentes níveis da vida e da sociedade há a tentação do poder, da busca do prestígio e da força em detrimento dos outros. Terrível tentação que gera excluídos e suscita ódios pessoais, grupais e nacionais. Sempre de novo os cristãos sabem que precisam andar com uma bacia a lavar os pés das pessoas e enxuga-los com seu carinho.

◊ Tentação de ter, de lucro e de poder que se manifesta na falta de apreço pela natureza. Desejo de fazer prédios, destruir por causa do agronegócio. Tentação terrível porque somos responsáveis de deixar a casa arrumada para os próximos habitantes.

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Oração
Perdão, Senhor, porque somos pessimistas
e reparamos quase sempre o negativo.
Perdão, porque somos covardes e logo nos assustamos.
Perdão porque somos autossuficientes
e confiamos só em nossas forças.
Perdão porque somos céticos
e nos custa crer e confiar em ti.
Perdão, porque não olhamos para o futuro,
ocupados e preocupados apenas com o presente.
Perdão, porque nos queixamos de tudo.
Perdão, porque fugimos do esforço
e logo nos cansamos.
Perdão porque queremos tudo já e
não sabemos esperar.

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FREI ALMIR GUIMARÃES, OFMingressou na Ordem Franciscana em 1958. Estudou catequese e pastoral no Institut Catholique de Paris, a partir de 1966, período em que fez licenciatura em Teologia. Em 1974, voltou a Paris para se doutorar em Teologia. Tem diversas obras sobre espiritualidade, sobretudo na área da Pastoral familiar. É o editor da Revista “Grande Sinal”.

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                                   Fonte: franciscanos.org.br    Banner: Frei Fábio M. Vasconcelos