sexta-feira, 4 de abril de 2025

5º Domingo da Quaresma:

Leituras e reflexão
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1ª Leitura: Is 43,16-21

Leitura do livro do profeta Isaías

Isto diz o Senhor, que abriu uma passagem no mar e um caminho entre águas impetuosas; que pôs a perder carros e cavalos, tropas e homens corajosos; pois estão todos mortos e não ressuscitarão, foram abafados como mecha de pano e apagaram-se: Não relembreis coisas passadas, não olheis para fatos antigos. Eis que eu farei coisas novas, e que já estão surgindo: acaso não as reconheceis? Pois abrirei uma estrada no deserto e farei correr rios na terra seca. Hão de glorificar-me os animais selvagens, os dragões e os avestruzes, porque fiz brotar água no deserto e rios na terra seca para dar de beber a meu povo, a meus escolhidos. Este povo, eu o criei para mim e ele cantará meus louvores.

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Responsório: Sl 125

— Maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria!

— Maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria!

— Quando o Senhor reconduziu nossos cativos, parecíamos sonhar; encheu-se de sorriso nossa boca, nossos lábios, de canções.

— Entre os gentios se dizia: ‘Maravilhas fez com eles o Senhor!’ Sim, maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria!

— Mudai a nossa sorte, ó Senhor, como torrentes no deserto. Os que lançam as sementes entre lágrimas, ceifarão com alegria.

— Chorando de tristeza sairão, espalhando suas sementes; cantando de alegria voltarão, carregando os seus feixes!

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2ª Leitura: Fl 3,8-14

Leitura da  Carta de São Paulo aos Filipenses

Irmãos: Na verdade, considero tudo como perda diante da vantagem suprema que consiste em conhecer a Cristo Jesus, meu Senhor. Por causa dele eu perdi tudo. Considero tudo como lixo, para ganhar Cristo e ser encontrado unido a ele, não com minha justiça provindo da Lei, mas com a justiça por meio da fé em Cristo, a justiça que vem de Deus, na base da fé.

Esta consiste em conhecer a Cristo, experimentar a força da sua ressurreição, ficar em comunhão com os seus sofrimentos, tornando-me semelhante a ele na sua morte, para ver se alcanço a ressurreição dentre os mortos. Não que já tenha recebido tudo isso, ou que já seja perfeito. Mas corro para alcançá-lo, visto que já fui alcançado por Cristo Jesus. Irmãos, eu não julgo já tê-lo alcançado. Uma coisa, porém, eu faço: esquecendo o que fica para trás, eu me lanço para o que está na frente. Corro direto para a meta, rumo ao prêmio, que, do alto, Deus me chama a receber em Cristo Jesus.

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Evangelho: Jo 8,1-11

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo, Jesus foi para o monte das Oliveiras. De madrugada, voltou de novo ao Templo. Todo o povo se reuniu em volta dele. Sentando-se, começou a ensiná-los. Entretanto, os mestres da Lei e os fariseus trouxeram uma mulher surpreendida em adultério. Colocando a no meio deles, disseram a Jesus: ‘Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. Moisés na Lei mandou apedrejar tais mulheres. Que dizes tu?’ Perguntavam isso para experimentar Jesus e para terem motivo de o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, começou a escrever com o dedo no chão. Como persistissem em interrogá-lo, Jesus ergueu-se e disse: ‘Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra.’ E tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão. E eles, ouvindo o que Jesus falou, foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos; e Jesus ficou sozinho, com a mulher que estava lá, no meio do povo. Então Jesus se levantou e disse: ‘Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou ?’ Ela respondeu: ‘Ninguém, Senhor.’ Então Jesus lhe disse: ‘Eu também não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais’.

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Reflexão do padre Johan Konings

Deus joga longo o pecado 

Domingo passado presenciamos a volta do filho pródigo e sua acolhida pelo Pai misericordioso. Hoje, aparece com mais força ainda o quanto Deus está acima do pecado. Eis a base do que se chama “conversão”. Mas, quando se fala em conversão, os céticos objetam: “Que adianta querer ser melhor do que sou?”, e os acomodados: “Melhorar a sociedade, para quê?”

Deus, porém, não é limitado que fique imobilizado por nosso pecado. Ele passa por cima, escreve-o na areia, como Jesus, no episódio da mulher adúltera (evangelho). A magnanimidade de Deus, que se manifesta em Jesus, está em forte contraste com a mesquinhez dos justiceiros que queriam apedrejar a mulher. Estes, sim, estavam presos no seu pecado; por isso, nenhum deles ousou jogar a primeira pedra. Decerto, importa combater o pecado; mas é preciso estar com Deus para salvar o pecador.

Pois Deus é um libertador. Ele quer apagar nosso passado e renovar nossa vida, assim como renovou o povo de Israel no fim do exílio babilônico (1ª leitura). Paulo diz que devemos deixar nosso passado para trás e esticar-nos para apanhar o que está na nossa frente: Cristo, que é a nossa vida (2ª leitura). Como dissemos domingo passado, o pecado é o que fica atrás, enquanto o futuro que está à nossa frente é o amor de Deus em Jesus Cristo.

“Não peques mais”. Perdoar não é ser conivente com o pecado, mas é salvar o pecador – termo que não está na moda hoje, mas é o que melhor exprime a realidade … Deus perdoa, para dar ao pecador uma “plataforma” a partir da qual possa iniciar uma vida nova. Ora, o perdão é do tamanho da grandeza de Deus; só Ele é grande que chega para perdoar definitivamente. Por isso, para fazer jus ao perdão, não devemos desejá-lo levianamente. Devemos querer eficazmente mudar a nossa vida, ainda que saibamos que “Roma não foi construída num só dia”.

Devemos desejar não mais pecar, e para que este desejo seja eficaz, escolher e utilizar os meios adequados. Quem peca por má índole, procure amigos que o tornem melhor. Quem peca por fraqueza ou vício, evite as ocasiões de tentação. E quem peca por depender de uma estrutura ou laço que conduz à injustiça, procure transformar essa situação, no nível pessoal e no da coletividade. Tratando-se de estruturas sociais injustas, o meio adequado de combater o pecado consiste em unir as forças para lutar pela transformação política e social. Devemos transformar as estruturas de pecado fora e dentro de nós. Mas faremos tudo isso com mais empenho se estivermos convencidos de que Deus nos perdoa e joga longe de si o nosso pecado. Quando se trata de problemas pessoais (embora sempre com alguma dimensão social), a certeza de que Deus é maior que o pecado é um estímulo forte para acreditar numa renovação da vida – com a ajuda dos meios psicológicos adequados, pois a graça não suprime a natureza.

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PE. JOHAN KONINGS nasceu na Bélgica em 1941, onde se tornou Doutor em Teologia pela Universidade Católica de Lovaina, ligado ao Colégio para a América Latina (Fidei Donum). Veio ao Brasil, como sacerdote diocesano, em 1972. Em 1985 entrou na Companhia de Jesus (Jesuítas) e, desde 1986, atuou como professor de exegese bíblica na FAJE, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Faleceu no dia 21 de maio de 2022. Este comentário é do livro “Liturgia Dominical, Editora Vozes.

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         Fonte: franciscanos.org.br    Banners: vaticannews.va     Fábio M. Vasconcelos 

quinta-feira, 3 de abril de 2025

Padre Jonas Abib

buscava a santidade radical.

Pe. Zezinho, scj |||||||||||||||||||||||||||||||

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Dou o meu testemunho. Conheci muitos pregadores e irmãs que queriam ser santos. E foram. Entre eles Dom Helder, Irmã Dulce e Monsenhor Jonas. Foram mais de 50 entre padres, bispos, religiosos, religiosas e, leigos e leigas que deram precioso testemunho de fé! Entre eles, também o meu mestre de noviços.

Mons. Jonas queria ser santo, não santo canonizado, mas santo para conquistar almas para Cristo. Dizia isto no palco, no púlpito e em acampamentos.

Não tínhamos a mesma visão pastoral, mas ele respeitava a minha e eu a dele. Ele queria salvar almas e eu queria reparar as injustiças do nosso país e onde quer que eu fosse!

Na visão dele, se ele levasse pessoas à santidade elas também seriam justas. Na minha visão, mesmo que eu não conseguisse convencer as pessoas a serem mais santas, se ao menos as convencesse a fazer algum bem, já seria um passo à frente numa sociedade marcada pelo egoísmo.

Ele se baseava em João e eu em Mateus. Ele tinha os seus argumentos e eu os meus! Para mim a mística era reparar e libertar, para ele a mística era louvar e salvar.

Porém, as canções dele e as minhas eram litúrgicas e de motivação para o louvor ou para a solidariedade. Eu admirava o talento dele e ele dizia que admirava o meu.

O barco dele estava em alto mar e não dava mais para voltar. O meu barco também tinha ido para as águas mais profundas e eu cantava que, no meio das procelas, quem estava no leme era Jesus.

Os meninos e as meninas dele cantavam suas propostas, os meus meninos e meninas cantavam as minhas. No começo cantávamos juntos.

Depois era natural que nossos barcos lançassem as redes em lugares diferentes. O mar é grande e cada qual tinha seu jeito de lançar as redes. Mas nunca houve conflito entre nós dois!

Nosso jeito de pescar mudou, mas nunca duvidei da sua fome de santidade. Quando alguém compara nós dois, olho a obra dele e a minha, e não tenho nenhuma dúvida de que o chamado dele era e é mais forte do que o meu!

Isto também é catolicismo! Reconhecer tranquilamente o valor do outro!

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                                                                                         Fonte: facebook.com/padrezezinho,sjc

quarta-feira, 2 de abril de 2025

Paróquia São José - Paraisópolis (MG):

Horários de missa e outros eventos

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Catequese do Papa nesta quarta-feira:

Jesus desce
ao inferno de hoje das guerras e da dor dos inocentes

Na terceira catequese sobre “A Vida de Jesus. Os Encontros”, Francisco reflete sobre a personalidade de Zaqueu. Cristo o encontra em Jericó, "uma cidade abaixo do nível do mar", onde Jesus quer ir em busca daqueles que se sentem perdidos. O publicano, em cuja interioridade Francisco se concentra, é um exemplo daqueles que talvez tenham "feito más escolhas" ou tenham dificuldade em sair de certas situações e sobre os quais quem repousa o olhar misericordioso de Deus.

Audiência Geral na Praça São Pedro (foto de arquivo) (Vatican Media)

O Papa Francisco dedicou sua reflexão, nesta quarta-feira (02/04), a Zaqueu dentro da sequência "A vida de Jesus. Os Encontros", no âmbito do Ciclo de Catequeses para este Jubileu 2025 sobre o tema "Jesus Cristo nossa Esperança".

Nos encontros de Jesus com alguns personagens do Evangelho, Zaqueu ocupa um lugar especial na viagem espiritual do Pontífice.

"O Evangelho de Lucas apresenta Zaqueu como alguém que parece irremediavelmente perdido. Talvez, por vezes, também nos sintamos assim: sem esperança. Zaqueu, em vez disso, descobrirá que o Senhor já o procurava", escreve o Papa.

Jesus continua descendo ao inferno de hoje

De acordo com Francisco, "Jesus desceu até Jericó, uma cidade situada abaixo do nível do mar, considerada uma imagem do inferno, onde Jesus quer ir em busca daqueles que se sentem perdidos".

“Na realidade, o Senhor Ressuscitado continua descendo ao inferno de hoje, aos lugares de guerra, de dor dos inocentes, nos corações das mães que veem morrer seus filhos, na fome dos pobres.”

"Num certo sentido, Zaqueu está perdido; talvez tenha feito algumas más escolhas ou talvez a vida o tenha colocado em situações das quais tem dificuldade de escapar. Lucas insiste em descrever as características deste homem: não é apenas um publicano, isto é, alguém que cobra impostos aos seus concidadãos para os invasores romanos, mas é o chefe dos publicanos, como se dissesse que o seu pecado é multiplicado."

Lidar com as limitações que temos

O Papa escreve que "Lucas acrescenta então que Zaqueu é rico, insinuando que enriqueceu às custas dos outros, abusando da sua posição. Mas tudo isto tem consequências: Zaqueu sente-se provavelmente excluído, desprezado por todos".

"Ao ouvir que Jesus passava pela cidade, Zaqueu sente o desejo de O ver. Não se atreve a imaginar um encontro, bastaria apenas observá-Lo de longe. Mas os nossos desejos também encontram obstáculos e não se realizam automaticamente: Zaqueu é de baixa estatura! É a nossa realidade, temos limitações com as quais temos de lidar. Depois há os outros, que às vezes não nos ajudam: a multidão impede Zaqueu de ver Jesus. Talvez seja também um pouco de vingança", ressalta o Pontífice.

Com o Senhor o inesperado acontece sempre

"Mas quando temos um desejo forte, não nos desanimamos. Encontramos uma solução. Mas é preciso ter coragem e não ter vergonha, é preciso ter um pouco da simplicidade das crianças e não nos preocuparmos tanto com a imagem", escreve Francisco. "Zaqueu, como uma criança, sobe numa árvore. Tinha de ser um bom ponto de observação, principalmente para observar sem ser visto, escondendo-se atrás da folhagem", ressalta.

"Mas com o Senhor o inesperado acontece sempre: Jesus, quando se aproxima, olha para cima. Zaqueu sente-se exposto e provavelmente espera uma repreensão pública. O povo talvez assim esperasse, mas fica desiludido: Jesus pede a Zaqueu que desça imediatamente, quase surpreendido ao vê-lo na árvore, e diz-lhe: «Hoje é necessário que eu fique em tua casa». Deus não pode passar sem procurar os perdidos."

O olhar de Jesus é de misericórdia

O evangelista Lucas "destaca a alegria do coração de Zaqueu. É a alegria de quem se sente visto, reconhecido e, sobretudo, perdoado".

“O olhar de Jesus não é de reprovação, mas de misericórdia. É aquela misericórdia que, por vezes, temos dificuldade em aceitar, especialmente quando Deus perdoa aqueles que achamos que não a merecem. Murmuramos porque gostaríamos de colocar limites no amor de Deus.”

Assumir um compromisso

Depois de ouvir as palavras de perdão de Jesus, Zaqueu "se levanta, como se tivesse ressuscitado da sua condição de morto. E levanta-se para assumir um compromisso: devolver o quádruplo do que roubou. Não é um preço a pagar, porque o perdão de Deus é gratuito, mas é o desejo de imitar Aquele que o fez sentir-se amado. Zaqueu assume um compromisso que não era obrigado a assumir, mas o faz porque entende que essa é a sua forma de amar. Faz isso reunindo tanto a legislação romana sobre o roubo quanto a legislação rabínica sobre a penitência. Zaqueu não é apenas um homem de desejo, é também alguém que sabe dar passos concretos. O seu propósito não é genérico ou abstrato, mas parte da sua própria história: olhou para a sua vida e identificou o ponto por onde começar a sua mudança".

Francisco conclui o texto, convidando a aprender "com Zaqueu a não perder a esperança, mesmo quando nos sentimos excluídos ou incapazes de mudar. Cultivemos o nosso desejo de ver Jesus e, sobretudo, deixemo-nos encontrar pela misericórdia de Deus que sempre vem nos procurar, em qualquer situação em que estejamos perdidos".

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                                                                                                                    Fonte: vaticannews.va

Vale a reflexão:

Eles acham que amam Jesus!

Pe. Zezinho, scj |||||||||||||||||||||||||||||||

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E, pelo que fazem e dizem, pairam sérias dúvidas sobre esse tipo de amor que eles têm por Jesus!

Há muito de fanatismo político no que pregam!

Eu também acho que amo Jesus, mas vivo me perguntando se o amo como deveria!

Eu também preciso reavaliar-me cada vez que alguém me ofende. Não é fácil amar quem nos ofende e nos chama de nomes feios é impublicável! E há católicos que fazem isso!

O problema de certos cristãos combativos é não saber as consequências do que dizem. Quem ama não fere os outros, não julga, não lança calúnias e não quer diminuir os outros.

Mas quando ligo meu celular e acesso à Internet, o que vejo são pregadores diminuindo os outros para dizer que eles são mais verdadeiros do que os outros e que sua igreja é melhor do que a outra.

Não vejo diálogo fraterno naquelas páginas ou blogs. Não amam como um cristão deveria amar. Eu também nem sempre sou sereno! Mas tive pai e mãe amorosos! Faço de tudo para ser sereno, mas dói muito quando alguém nos calunia!

Quem diminui os outros para mostrar que seu santo é mais santo que o santo do outro, ainda não entendeu o básico da fé cristã!

Tudo começa por respeitarmos um ao outro, mesmo que não concordemos em tudo!

Afinal: Somos ou não somos filhos do mesmo Pai e irmãos do mesmo Jesus?

Mede-se o grau de espiritualidade de uma pessoa, não pelas preces que fazemos, mas pelo respeito que temos para com todos!

Isto está faltando em muitas igrejas e em muitos grupos de igreja! Escolheram uma ideologia ao invés de escolher uma teologia! Pz

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                                                                                         Fonte: facebook.com/padrezezinho,sjc

Papa Francisco questiona:

mais tempo com o celular que com as pessoas?
 Algo não funciona.

No vídeo de intenção de oração para abril, Francisco pede para olhar “menos as telas” e “mais nos olhos”. Assim é possível colocar a tecnologia a serviço de todos, especialmente dos mais frágeis, para descobrir “o que realmente importa: que somos irmãos, irmãs, filhos do mesmo Pai”, sem nos distanciarmos dos demais e da realidade. "Rezemos para que o uso das novas tecnologias não substitua as relações humanas, mas respeite a dignidade das pessoas", diz o Papa em voz gravada antes da internação.

“Como eu queria que olhássemos menos as telas e nos olhássemos mais nos olhos!”

Assim começa Francisco na mensagem em vídeo com a intenção de oração para o mês de abril que  o Pontífice confia à Igreja Católica através da Rede Mundial de Oração do Papa. A voz de Francisco foi gravada antes da sua internação de 38 dias no Hospital Gemelli de Roma. O vídeo traz uma preocupação mundial ligada ao uso das novas tecnologias e a exortação do Papa que elas não substituam as relações humanas, mas respeitem "a dignidade das pessoas" e ajudem "a enfrentar as crises do nosso tempo”. Um tema de grande atualidade, especialmente por causa da difusão das redes sociais e do crescente desenvolvimento da inteligência artificial.

"Se gastamos mais tempo com o celular que com as pessoas, algo não funciona. A tela nos faz esquecer que detrás há pessoas reais que respiram, riem e choram. É verdade, a tecnologia é fruto da inteligência que Deus nos deu. Porém devemos usá-la bem. Não pode beneficiar apenas a uns poucos enquanto outros ficam excluídos."

O alerta do Papa para perigos e riscos 

O Papa Francisco recorda, assim, que se a tecnologia não é utilizada bem, pode produzir efeitos negativos. Entre eles estão o isolamento e a falta de relações verdadeiras; riscos como o ciberbullying e o ódio nas redes sociais; além do aumento das desigualdades econômicas, sociais, educativas e de trabalho, por exemplo. Para evitar esses perigos, o Papa convida a colocar a tecnologia a serviço do ser humano, utilizando-a para unir as pessoas e ajudar quem precisa, até para fomentar a cultura do encontro e proteger o planeta:

"O que devemos fazer? Usar a tecnologia para unir, não para dividir. Para ajudar aos pobres. Para melhorar a vida dos enfermos e das pessoas com capacidades diferentes. Usar a tecnologia para cuidar de nossa casa comum. Para nos encontrar como irmãos. Porque quando nos olhamos nos olhos, descobrimos o que realmente importa: que somos irmãos, irmãs, filhos do mesmo Pai."

As novas tecnologias e a família

O cardeal Michael Czerny, prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, faz ecoar as palavras do Papa Francisco: “as novas tecnologias são um importante recurso e instrumento a serviço da família humana. Para que sirvam ao seu desenvolvimento, o seu uso deve orientar-se pelo respeito da dignidade e dos direitos fundamentais do homem. Vamos nos unir ao chamado do Santo Padre, para que o progresso digital constitua um dom para a humanidade, no respeito da dignidade de cada pessoa, da justiça e do bem comum”.

A necessidade de um enfoque ético das novas tecnologias. O vídeo do Papa, realizado neste mês com a colaboração com da Coronation Media, empresa de produção dos Estados Unidos, e o Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral. “Coronation Media está orgulhosa de apoiar 'O Vídeo do Papa', continuando uma década de serviço à Igreja Católica como premiado estúdio de vídeo e animação”, afirmam os cofundadores, Bill Phillips e Gary Gasse. “Essa colaboração representa um marco significativo no compromisso contínuo da empresa de navegar pela convergência da expressão humana autêntica com as novas tecnologias e meios de comunicação. Foi uma honra apoiar diretamente a oportuna mensagem de Sua Santidade à comunidade eclesial mundial sobre o uso responsável da tecnologia. De um modo muito concreto, apoiar essa mensagem supõe reforçar nossa dedicação ao uso ético das tecnologias emergentes para fomentar o desenvolvimento humano e para coroar o bem em nosso trabalho”.

Os efeitos da tecnologia em nossas vidas

O diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa, Pe. Cristóbal Fones, afirma que, no vídeo, “o Papa Francisco nos quer recordar que usar responsavelmente a tecnologia supõe colocá-la a serviço da pessoa humana e da criação. Se é usada dessa forma, é também um meio para dar glória a Deus, já que nossas capacidades e nossa criatividade provêm d´Ele. Além disso, o uso ético das novas tecnologias ajuda a cuidar da criação, salvaguarda a dignidade do ser humano e melhora a vida”. Nesse ponto, o Pe. Fones menciona avanços como a facilidade de acesso a uma infinidade de recursos educativos on-line; a telemedicina, os aplicativos dedicados à saúde e os novos instrumentos de diagnósticos; os aplicativos que melhoram a comunicação e que permitem manter contatos ao redor do mundo e inclusive trabalhar em equipe, apesar das distâncias; as tecnologias de reciclagem e as energias renováveis… “A tecnologia pode ser uma poderosa ferramenta para enfrentar crises globais como a pobreza ou a mudança climática”, afirma.

Porém esse uso ético da tecnologia “requer, sobretudo, que olhemos aos demais com os olhos do coração, que estabeleçamos relações fraternas com os outros, que é o que nos convida o Papa", continua Padre Fones: "o respeito à dignidade de cada pessoa e o bem comum são os princípios que devem guiar-nos no momento de discernir como usar a tecnologia e para quê”. Em resumo, “o Papa Francisco nos exorta a desenvolver uma consciência crítica sobre como usamos as novas tecnologias e seus efeitos em nossa própria vida e na sociedade. E nos anima a fazer e promover um uso responsável das novas tecnologias que favoreça o desenvolvimento humano integral de todos, especialmente dos mais desfavorecidos”.

Em respeito à dignidade das pessoas

No marco do Ano Santo, é bom recordar que uma das condições necessárias para obter as indulgências concedidas por causa do Jubileu é rezar pelas intenções do Pontífice e 'O Vídeo do Papa' apresenta precisamente essas intenções, como a do mês de abril, pelo bom uso das novas tecnologias, que não nos distanciem dos demais e da realidade:

“Rezemos para que o uso das novas tecnologias não substitua as relações humanas, mas respeite a dignidade das pessoas e ajude a enfrentar as crises do nosso tempo.”

Andressa Collet - Vatican News

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terça-feira, 1 de abril de 2025

Sábia reflexão de dom Carlos José para a Quaresma:

Caridade: amar com o amor de Cristo!

“É agora o momento favorável, é agora o dia da salvação”. (2Cor 6,1-2)

O período quaresmal é o tempo favorável para nos indagarmos: como cumpro os mandamentos de Deus? Para onde a minha vivência pessoal e comunitária está me levando? Rever os próprios passos, examinar atitudes pessoais e comunitárias é essencial para chegarmos à Páscoa renovados na fé e nas atitudes.

Na Quaresma nos é dada a oportunidade de vivermos um verdadeiro retiro espiritual, onde, sob a unção do Espírito Santo, possamos nascer de novo para uma vida mais santa. Entre o saber o que devemos fazer e a pratica dessas atitudes há que se dar um passo corajoso para mudança de hábitos. Jesus nos ensina a prática da caridade e faz dela, a caridade, um novo mandamento de amor!

Ele, o Filho de Deus, nos manifesta, caridosamente, o Amor do Pai que Ele recebeu! E, nos diz: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei” (Jo 15,12). A caridade é fruto do Espírito Santo e da plenitude da lei. “A caridade é paciente, prestativa e não é invejosa, não se ostenta nem se incha de orgulho. A caridade não procura seus próprios interesses e não guarda rancor. A caridade tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1Cor 13,4-7).

A prática da Caridade implica em fazer ao outro o que gostaríamos que fizessem conosco. Não é apenas dar algo ao outro, mas é dar-se ao outro! É olhar para o próximo, entender quais são suas necessidades:  materiais ou espirituais? É muito fácil dar algo: um dinheiro, uma comida ou roupas, porém, o mais difícil é dar nosso tempo, nossa palavra e um pouco de aconchego.

Caridade é olhar nos olhos do mais necessitado e, com amor, dar-lhe um pouco de nossa essência. Ao olharmos para Jesus na Cruz, vemos que Ele se deu por inteiro a todos, Ele não selecionou alguns para serem beneficiados pela sua morte! Porque então, nós deveríamos escolher a quem ajudar?

Quaresma é tempo de renovação, de autoavaliação e discernimento. O que eu aprendi de Jesus, eu coloco em prática? Ou simplesmente doo o que me sobra para aliviar minha consciência? Aprender e exercitar a prática da caridade neste tempo quaresmal, nos fará chegarmos à Pascoa definitiva, à vida eterna, com as mãos carregadas daquilo que ofertamos aqui, aos nossos irmãos.

A oração, o jejum, a penitência e a caridade são meios de crescimento espiritual e conversão. Olhemos para a Quaresma como uma excelente oportunidade de purificação interior, para que façamos escolhas que favoreçam a obra que Deus quer realizar em nós e através de nós. “Para onde irei, longe do vosso Espírito? Para onde fugir, apartado de vosso olhar?”  (Sal 138, 7). Caminhamos para onde dirigimos nossos passos. Que a Virgem Maria, Mãe de Lourdes e Senhora da Quaresma interceda por nossa conversão.

Dom Carlos José - Bispo de Apucarana (PR) 

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                                                                 Fonte: cnbb.org.br        Banner: vaticannews.va