sexta-feira, 27 de junho de 2025

Paróquia São José - Paraisópolis (MG):

Horários de missa e outros eventos

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Dia 28 - Sábado

19h - Missa na quadra da E. E. Antônio Eufrásio de Toledo

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Dia 29 - Solenidade de São Pedro e São Paulo

7h e 9h - Missa na Matriz

11h - Missa na igreja de Santa Edwiges

16h - Missa na comunidade da Serra da Usina

19h - Missa na Matriz e na igreja de Santo Antônio

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Solenidade dos apóstolos São Pedro e São Paulo:

Leituras e reflexão
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1ª Leitura: At 12,1-11

Leitura do livro dos Atos dos Apóstolos

Naqueles dias, o rei Herodes prendeu alguns membros da Igreja, para torturá-los. Mandou matar à espada Tiago, irmão de João. E, vendo que isso agradava aos judeus, mandou também prender a Pedro. Eram os dias dos Pães ázimos.

“Depois de prender Pedro, Herodes colocou-o na prisão, guardado por quatro grupos de soldados, com quatro soldados cada um. Herodes tinha a intenção de apresentá-lo ao povo, depois da festa da Páscoa.

Enquanto Pedro era mantido na prisão, a Igreja rezava continuamente a Deus por ele.

Herodes estava para apresentá-lo. Naquela mesma noite, Pedro dormia entre dois soldados, preso com duas correntes; e os guardas vigiavam a porta da prisão.

Eis que apareceu o anjo do Senhor e uma luz iluminou a cela. O anjo tocou o ombro de Pedro, acordou-o e disse: “Levanta-te depressa!” As correntes caíram-lhe das mãos.

O anjo continuou: “Coloca o cinto e calça tuas sandálias!” Pedro obedeceu e o anjo lhe disse: “Põe tua capa e vem comigo!”

Pedro acompanhou-o, e não sabia que era realidade o que estava acontecendo por meio do anjo, pois pensava que aquilo era uma visão.

Depois de passarem pela primeira e segunda guarda, chegaram ao portão de ferro que dava para a cidade. O portão abriu-se sozinho. Eles saíram, caminharam por uma rua e logo depois o anjo o deixou. Então Pedro caiu em si e disse: “Agora sei, de fato, que o Senhor enviou o seu anjo para me libertar do poder de Herodes e de tudo o que o povo judeu esperava!”

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Responsório: Sl 33

— De todos os temores me livrou o Senhor Deus.

— De todos os temores me livrou o Senhor Deus.

— Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo,/ seu louvor estará sempre em minha boca./ Minha alma se gloria no Senhor;/ que ouçam os humildes e se alegrem!

— Comigo engrandecei ao Senhor Deus,/ exaltemos todos juntos o seu nome! / Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu,/ e de todos os temores me livrou.

— Contemplai a sua face e alegrai-vos,/ e vosso rosto não se cubra de vergonha!/ Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido,/ e o Senhor o libertou de toda angústia.

— O anjo do Senhor vem acampar/ ao redor dos que o temem, e os salva./ Provai e vede quão suave é o Senhor!/ Feliz o homem que tem nele o seu refúgio!

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2ª Leitura: 2Tm 4,6-8.17-18

Leitura da Segunda Carta de São Paulo a Timóteo

Caríssimo, quanto a mim, eu já estou para ser derramado em sacrifício; aproxima-se o momento de minha partida. Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. Agora está reservada para mim a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que esperam com amor a sua manifestação gloriosa.

Mas o Senhor esteve a meu lado e me deu forças, ele fez com que a mensagem fosse anunciada por mim integralmente, e ouvida por todas as nações; e eu fui libertado da boca do leão. Senhor me libertará de todo mal e me salvará para o seu Reino celeste. A ele a glória, pelos séculos dos séculos! Amém.

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Evangelho: Mt 16,13-19

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus

Jesus chegou à região de Cesareia de Filipe, e perguntou aos seus discípulos: «Quem dizem os homens que é o Filho do Homem?» Eles responderam: «Alguns dizem que é João Batista; outros, que é Elias; outros ainda, que é Jeremias, ou algum dos profetas.» Então Jesus perguntou-lhes: «E vocês, quem dizem que eu sou?» Simão Pedro respondeu: «Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo.» Jesus disse: «Você é feliz, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que lhe revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso eu lhe digo: você é Pedro, e sobre essa pedra construirei a minha Igreja, e o poder da morte nunca poderá vencê-la. Eu lhe darei as chaves do Reino do Céu, e o que você ligar na terra será ligado no céu, e o que você desligar na terra será desligado no céu.»


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Reflexão do padre Johan Konings

O Papa, o missionário e a comunidade 

Popularmente, a festa de hoje é chamada o Dia do Papa, sucessor de Pedro. Mas não podemos esquecer que ao lado de Pedro é celebrado também Paulo, o Apóstolo, ou seja, missionário, por excelência. No evangelho, o apóstolo Simão responde pela fé de seus irmãos. Por isso, Jesus lhe dá o nome de Pedro. Este nome é uma vocação: Simão deve ser a “pedra”(rocha) que deve dar solidez à comunidade de Jesus (cf. Lc 22,32). Esta “nomeação” vai acompanhada de uma promessa: as “portas” (cidade, reino) do inferno não poderão nada contra a Igreja, que é uma realização do reino “dos Céus” (= de Deus). A 1ª leitura ilustra essa promessa: Pedro é libertado da prisão pelo anjo do Senhor. Pedro aparece, assim, como o fundamento institucional da Igreja.

Paulo aparece mais na qualidade de fundador carismático. Sua vocação se dá na visão de Cristo no caminho de Damasco: de perseguidor, ele se transforma em apóstolo e realiza, mais do que os outros apóstolos inclusive, a missão que Cristo lhes deixou, de serem suas testemunhas até os extremos da terra (At 1,8). Apóstolo dos pagãos, Paulo torna realidade a universalidade da Igreja, da qual Pedro é o guardião. A 2ª leitura é o resumo de sua vida de plena dedicação à evangelização entre os pagãos, nas circunstâncias mais difíceis: a palavra tinha que ser ouvida por todas as nações (v. 17). Não esconder a luz de Cristo para ninguém! O mundo em que Paulo se movimentava estava dividido entre a religiosidade rígida dos judeus farisaicos e o mundo pagão, cambaleando entre a dissolução moral e o fanatismo religioso. Neste contexto, o apóstolo anunciou o Cristo Crucificado como sendo a salvação: loucura para os gregos, escândalo para os judeus, mas alegria verdadeira para quem nele crê. Missão difícil. No fim de sua vida, Paulo pode dizer que “combateu o bom combate e conservou a fé/fidelidade”, a sua e a dos fiéis que ele ganhou. Como Cristo – o bom pastor – não deixa as ovelhas se perderem, assim também o apóstolo – o enviado de Cristo – conserva-lhes a fidelidade.

Pedro e Paulo representam duas dimensões da vocação apostólica, diferentes mas complementares. As duas foram necessárias, para que pudéssemos comemorar hoje os fundadores da Igreja universal. Esta complementariedade dos carismas de Pedro e Paulo continua atual na Igreja hoje: a responsabilidade institucional e a criatividade missionária. Pode até provocar tensões, por exemplo, uma teologia “romana” versus uma teologia latino-americana. Mas é uma tensão fecunda. Hoje, sabemos que o pastoreio dos fiéis – a pastoral – não é monopólio dos “pastores constituídos” como tais, a hierarquia. Todos fiéis são um pouco pastores uns para com os outros. Devemos conservar a fidelidade a Cristo – a nossa e a dos nossos irmãos – na solidariedade do “bom combate”.

E qual será, hoje, o bom combate? Como no tempo de Pedro e Paulo, uma luta pela justiça e a verdade em meio a abusos, contradições e deformações. Por um lado, a exploração desavergonhada, que até se serve dos símbolos da nossa religião; por outro, a tentação de largar tudo e de dizer que a religião é um obstáculo para a libertação. Nossa luta é, precisamente, assumir a libertação em nome de Jesus, sendo fiéis a ele; pois, na sua morte, ele realizou a solidariedade mais radical que podemos imaginar.

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PE. JOHAN KONINGS nasceu na Bélgica em 1941, onde se tornou Doutor em Teologia pela Universidade Católica de Lovaina, ligado ao Colégio para a América Latina (Fidei Donum). Veio ao Brasil, como sacerdote diocesano, em 1972. Em 1985 entrou na Companhia de Jesus (Jesuítas) e, desde 1986, atuou como professor de exegese bíblica na FAJE, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Faleceu no dia 21 de maio de 2022. Este comentário é do livro “Liturgia Dominical, Editora Vozes.

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Reflexão em vídeo do frei Felipe Carretta:

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 Fonte: franciscanos.org.br   Banners: vaticannews.va    Frei Fábio M. Vasconcelos

A Igreja celebra hoje

a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus

A Solenidade do Sagrado Coração de Jesus - Dia de Oração pela Santificação dos Sacerdotes - é celebrada na sexta-feira (27/06), após a Solenidade do Corpus Christi, visto que a Eucaristia/Corpus Christi nada mais é que o próprio Coração Jesus, um "Coração” que “cuida" de nós.

Em 20 de outubro de 1672, o sacerdote francês, João Eudes, celebrou esta festa pela primeira vez. Mas, alguns místicos alemães da Idade Média - Matilde de Magdeburg (1212-1283), Matilde de Hackeborn (1241-1298) e Gertrudes de Helfta (1256-1302) e Beato dominicano Enrico Suso (1295 - 1366), já cultivavam a devoção ao Sagrado Coração de Jesus. No entanto, as revelações que a religiosa da Visitação, Margarida Maria Alacoque (1647-1690), recebeu do Senhor, contribuíram para uma maior difusão do culto.

Margarida Maria Alacoque viveu no convento francês de Paray-le-Monial, desde 1671. Já tinha fama de grande mística quando, em 27 de dezembro de 1673, recebeu a primeira visita de Jesus, que a convidou a tomar o lugar, na celebração da Última Ceia, que pertencia a João, o único apóstolo que, fisicamente, encostou a cabeça no peito de Jesus. E lhe disse: “Meu divino coração é tão apaixonado de amor pelos homens que, não podendo conter em si as chamas da sua ardente caridade, precisa da tua ajuda para difundi-las. Por isso, escolhi você para este grande desígnio”.

No ano seguinte, Margarida teve outras duas visões: na primeira, viu o coração de Jesus em um trono de chamas, mais brilhante que o sol e mais transparente que o cristal, circundado por uma coroa de espinhos; na segunda, viu o coração de Cristo, fulgurante de glória, que emitia chamas por todos os lados, como uma fornalha. Conversando com ela, Jesus lhe pediu para “comungar, todas as primeiras sextas-feiras do mês”, durante nove meses consecutivos e “se prostrar no chão por uma hora”, na noite entre quinta e sexta-feira. Deste modo, nasceram as práticas das Nove sextas-feiras e da hora Santa de Adoração.

Em uma quarta visão, Cristo pediu a Margarida que fosse instituída uma festa em honra do seu Sagrado Coração e orações em reparação das ofensas por Ele recebidas. Esta festa passou a ser obrigatória em toda a Igreja, a partir de 1856, por ordem de Pio IX. Neste mesmo dia, em 1995, São João Paulo II instituiu o “Dia Mundial de Oração pela Santificação do Clero”, para que o sacerdócio fosse protegido pelas mãos de Jesus, ou melhor, pelo seu Coração, para ser aberto a todos.

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Leão XIV na ordenação de 32 sacerdotes nesta sexta-feira:

nos santos, buscar modelos de campeões de caridade

Na Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, Leão XIV presidiu a missa de ordenação de 32 presbíteros, entre eles um brasileiro. Na homilia, proferida antes do rito de ordenação, o Papa convidou a se tornarem intimamente unidos a Jesus, seguindo um ministério de santificação e unidade para levar a paz do Ressuscitado ao mundo e através do exemplo - muitas vezes escondido e humilde - dos santos "mártires, apóstolos incansáveis, missionários e campeões da caridade".

O Papa Leão XIV presidiu na manhã desta sexta-feira, 27 de junho, Solenidade do Sagrado Coração de Jesus e Dia Mundial de Oração pela Santificação Sacerdotal, a missa de ordenação de 32 sacerdotes provenientes de diferentes países, inclusive do Brasil, como Lucas Soares dos Santos, da Arquidiocese de Brasília/DF; e de Angola, como Daniel Alberto dos Santos. A celebração foi realizada no contexto do Jubileu dos Sacerdotes e após a a peregrinação jubilar às Portas Santas das Basílicas Papais e a Vigília de oração nesta quinta-feira (26/06), presidida pelo pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização, dom Rino Fisichella, na Basílica de São João de Latrão.

Leia a íntegra do homilia do Papa Leão XIV

Carregar nos ombros quem se perdeu

Na homilia, proferida antes do rito de ordenação sacerdotal e após a apresentação de cada um que seria ordenado presbítero na Basílica Vaticana, na presença de 5.500 pessoas e outras 3 mil que acompanhavam pelos telões na Praça São Pedro, o Papa Leão XIV se dirigiu aos sacerdotes reforçando o vínculo com o Coração de Cristo, todo o mistério da encarnação, morte e ressurreição do Senhor. À luz das leituras, o Pontífice convidou a meditar sobre o modo para contribuir "para esta obra de salvação". Primeiramente, recordou que o amor do Senhor é universal, sobretudo "num tempo de grandes e terríveis conflitos", e "não há lugar para divisões e ódios de qualquer gênero". Leão XIV exortou todos a colaborarem com o Senhor "colocando a Eucaristia no centro da nossa existência"; pela "frequente recepção do sacramento da penitência"; e, finalmente, "através da oração, da meditação da Palavra e do exercício da caridade".

Através do Evangelho de Lucas (Lc 15, 3-7), que "fala da alegria de Deus – e de todo o pastor que ama segundo o seu Coração – pelo regresso ao redil de uma só das suas ovelhas", o Papa convidou a viver a caridade pastoral:

"É um convite a tornar-nos intimamente unidos a Jesus, semente de concórdia no meio dos irmãos, carregando sobre os nossos ombros quem se perdeu, perdoando quem errou, indo à procura de quem se afastou ou ficou excluído, cuidando de quem sofre no corpo e no espírito, numa grande troca de amor que, brotando do lado trespassado do Crucificado, envolve todos os homens e preenche o mundo."

A missa de ordenação na Basílica de São Pedro foi realizada no contexto do Jubileu dos Sacerdotes   (@Vatican Media)









Seguir um ministério de santificação e unidade

Em seguida, Leão XIV refletiu sobre o ministério sacerdotal como um ministério de santificação e de unidade, inclusive com o bispo e no presbitério, como pediu o Concílio Vaticano II, "harmonizando as diferenças para «que ninguém se sinta estranho»". E, recordando o seu grande desejo expresso na missa solene de início de pontificado, pediu esforços por uma "Igreja unida" com todos "reconciliados, unidos e transformados pelo amor que jorra copiosamente do Coração de Cristo" para levar a paz do Ressuscitado ao mundo. O Papa também compartilhou "algumas coisas simples, mas que considero importantes" para o futuro dos sacerdotes:

"Amai a Deus e aos vossos irmãos, sede generosos, fervorosos na celebração dos Sacramentos, na oração, especialmente na Adoração, e no ministério; sede próximos do vosso rebanho, doai o vosso tempo e as vossas energias por todos, sem vos poupardes, sem fazer distinções, como nos ensinam o lado trespassado do Crucificado e o exemplo dos santos."

E, a esse propósito, Leão XIV finalizou a homilia exortando a imitar essas "figuras maravilhosas de santidade sacerdotal" que, a partir das comunidades das origens, transformaram-se em "mártires, apóstolos incansáveis, missionários e campeões da caridade":

“Fazei desta riqueza um tesouro: interessai-vos pelas suas histórias, estudai as suas vidas e as suas obras, imitai as suas virtudes, deixai-vos inflamar pelo seu zelo, invocai a sua intercessão muitas vezes, com insistência! O nosso mundo frequentemente propõe modelos de sucesso e de prestígio duvidosos e inconsistentes. Não vos deixeis fascinar por eles! Em vez disso, olhai para o exemplo sólido e os frutos do apostolado, muitas vezes escondido e humilde, daqueles que na sua vida serviram ao Senhor e aos irmãos com fé e dedicação, e continuai a sua memória com a vossa fidelidade.”

Andressa Collet - Vatican News

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Assista:

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Papa nesta sexta-feira:

o Senhor não procura
sacerdotes perfeitos, mas corações humildes

Leão XIV escreveu uma mensagem por ocasião Dia mundial de oração pela santificação dos sacerdotes, pedindo que sejam construtores de unidade e de paz num mundo marcado por crescentes tensões.

Ser construtores de unidade e de paz: este é o "convite urgente" que o Papa Leão XIV dirige aos padres do mundo inteiro, por ocasião do Dia mundial de oração pela santificação dos sacerdotes, que se celebra na Solenidade do Sagrado Coração de Jesus.

Com sentimentos de gratidão e de grande confiança, o Pontífice recorda que no Coração de Cristo se compreende a verdadeira identidade do ministério sacerdotal: "Ardentes da misericórdia de Deus, somos testemunhas alegres do seu amor que cura, acompanha e redime".

Esta festa renova o chamamento ao dom total de si mesmo no serviço do povo santo de Deus. Esta missão começa com a oração e continua na união com o Senhor. "Só no Coração de Jesus encontramos a nossa verdadeira humanidade de filhos de Deus e de irmãos entre nós", escreve o Papa, fazendo então a seguinte exortação: sejam construtores de unidade e de paz!

“Num mundo marcado por crescentes tensões, mesmo no seio das famílias e das comunidades eclesiais, o sacerdote é chamado a promover a reconciliação e a gerar comunhão. Ser construtores de unidade e de paz significa ser pastores capazes de discernimento, hábeis na arte de compor os fragmentos de vida que nos são confiados, para ajudar as pessoas a encontrar a luz do Evangelho no meio das tribulações da existência; significa ser leitores sábios da realidade, indo para além das emoções do momento, dos medos e das modas; significa oferecer propostas pastorais que geram e regeneram a fé, construindo boas relações, laços de solidariedade, comunidades onde brilha o estilo da fraternidade. Ser construtores de unidade e de paz não significa impor-se, mas servir. Em particular, a fraternidade sacerdotal torna-se um sinal crível da presença do Senhor Ressuscitado entre nós quando caracteriza o caminho comum dos nossos presbitérios.”

Diante do Coração de Cristo, renovem o “sim” a Deus e ao seu povo santo, pede ainda Leão, afirmando que os sacerdotes não devem ter medo da própria fragilidade, já que o Senhor não procura sacerdotes perfeitos, "mas corações humildes, abertos à conversão e prontos a amar como Ele mesmo nos amou".

"Não se esqueçam: um sacerdote santo faz florescer, à sua volta, a santidade", conclui o Santo Padre, confiando os sacerdotes a Maria, Rainha dos Apóstolos e Mãe dos Sacerdotes, e concedendo a todos sua bênção apostólica.

Bianca Fraccalvieri - Vatican News

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quinta-feira, 26 de junho de 2025

Papa aos Redentoristas e Scalabrinianos:

manter e cultivar relações de ajuda fraterna

Em seu discurso, Leão XIV afirmou que os "religiosos scalabrinianos e redentoristas, escolhidos e consagrados para o serviço do episcopado e do cardinalato, trazem ao seu ministério a herança de dois carismas importantes, especialmente em nossos dias: o serviço aos migrantes e a evangelização dos pobres e distantes".

O arcebispo de Pouso Alegre, dom José Luiz Majella Delgado, C.Ss.R., é o segundo da direita para a esquerda na segunda fila.

O Papa Leão XIV recebeu em audiência, nesta quinta-feira (26/06), na Sala do Consistório, no Vaticano, os bispos Redentoristas e Scalabrinianos.

O Pontífice iniciou o seu discurso, manifestando satisfação por este encontro, destacando a ocasião que o gerou: "A escolha de duas Congregações religiosas de se encontrarem e refletirem com os confrades que se dedicaram à Igreja no ministério episcopal." "Trata-se de um intercâmbio que certamente enriquece os bispos presentes, suas comunidades e todo o Povo de Deus, como ensina o Concílio Vaticano II", sublinhou o Papa.

Serviço aos migrantes e evangelização dos pobres

"A Igreja é grata aos seus Institutos, aos quais pediu, com a nomeação de bispos dentre os seus membros, um sacrifício considerável em tempos de escassez de religiosos", disse ainda Leão XIV, sublinhando que "o serviço à Igreja inteira é para toda família religiosa a graça e a alegria mais bonita".

“Em particular, vocês, religiosos scalabrinianos e redentoristas, escolhidos e consagrados para o serviço do episcopado e do cardinalato, trazem ao seu ministério a herança de dois carismas importantes, especialmente em nossos dias: o serviço aos migrantes e a evangelização dos pobres e distantes.”

A seguir, o Papa recordou que "Santo Afonso Maria de Ligório, ao entrar em contato com a miséria dos bairros mais abandonados de Nápoles no século XVIII, renunciou a uma vida confortável e a uma carreira lucrativa, abraçando a missão de levar o Evangelho aos últimos".

"São João Batista Scalabrini, um século depois, soube sentir e fazer suas as esperanças e os sofrimentos de muitas pessoas que partiam, deixando tudo para trás, em busca de um futuro melhor para si e para suas famílias em países distantes", sublinhou.

“Ambos foram fundadores, tornaram-se bispos e souberam responder aos desafios de sistemas sociais e econômicos que ao mesmo tempo em que abriam novas fronteiras em vários níveis, também deixavam para trás tanta miséria ignorada e tantos problemas, criando bolsões de degradação com os quais ninguém parecia querer lidar.”

Ouvir a voz do amor de Deus

Segundo o Papa, "num momento histórico que apresenta grandes oportunidades e ao mesmo tempo não está isento de dificuldades e contradições, celebrando o Jubileu da Esperança queremos recordar que, hoje como ontem, a voz a ser ouvida para compreender o que fazer é a do «amor de Deus [...] derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado»".

“Mesmo em nosso mundo, a obra do Senhor está sempre diante de nós: somos chamados a conformar nossas mentes e corações a ela por meio de um discernimento sábio. Estou convencido de que a discussão que vocês promoveram será muito útil para esse fim.”

Por fim, Leão XIV os encorajou "a manter e a cultivar no futuro essas relações de ajuda fraterna, com generosidade e abnegação, para o bem de todo o rebanho de Cristo".

Mariangela Jaguraba - Vatican News

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terça-feira, 24 de junho de 2025

Venerável João Luiz Pozzobon:

dom de Deus, sinal de esperança e figura luminosa

A Igreja no Brasil tem um novo venerável: o diácono João Luiz Pozzobon, conhecido por iniciar a Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt, com a oração do terço nas casas das famílias. Pozzobon teve o reconhecimento de suas virtudes heroicas pelo Papa Leão XIV, na última sexta-feira, 20 de junho.

Em artigo publicado no portal da CNBB, o arcebispo de Santa Maria (RS), dom Leomar Antônio Brustolin, destacou o exemplo de Pozzobon como sinal de esperança para a região que sofre com as consequências das chuvas e enchentes que, novamente, atingem diversas comunidades. “A venerabilidade de João Luiz Pozzobon resplandece, neste contexto, como um sinal concreto de esperança”, afirmou.

“Nas últimas semanas, muitas famílias foram afetadas pela emergência climática. Dor, perdas e incertezas ainda pairam sobre inúmeros lares. É neste cenário de sofrimento que Deus nos oferece a figura luminosa de João Luiz Pozzobon: homem simples, esposo e pai, profundamente comprometido com a missão de evangelizar com Maria Santíssima. Um peregrino incansável, que percorreu mais de 140 mil quilômetros a pé com a imagem da Mãe e Rainha, levando consolo, fé e amor às famílias”, lembrou dom Leomar.

A proclamação de suas virtudes heroicas é um apelo à confiança, continuou o arcebispo. “Em meio ao barro das ruas alagadas, ao silêncio das casas destruídas e ao esforço incansável da reconstrução, ouvimos a voz de Deus: ‘Não tenham medo! A fé é mais forte que o desastre. O amor é maior que a dor’. Como verdadeiro discípulo missionário, Pozzobon nos ensina a caminhar com perseverança, mesmo nas tempestades da vida”.

Rumo aos altares

O reconhecimento das virtudes heroicas se dá com a autorização do Papa para a publicação do decreto pelo Dicastério para a Causa dos Santos. Esse documento atesta que o servo de Deus viveu as virtudes da fé, da caridade, da esperança, da justiça e da prudência de forma heroica, mesmo à custa de grandes sacrifícios.

Essa é uma das etapas do processo de beatificação, que também investiga um possível milagre alcançado por intercessão de João Pozzobon. O fato, ocorrido no território da arquidiocese de Santa Maria, já passou pelo escrutínio de peritos locais, e agora é examinado por peritos e cardeais responsáveis pelas causas dos Santos em Roma.

Esposo, pai e missionário

João Luiz Pozzobon era neto de imigrantes italianos. Nasceu em 1904, na localidade de Ribeirão, atual município de São João do Polêsine, região central do Rio Grande do Sul. A família vivia da agricultura familiar e cultivava a piedade católica típica dos “colonos” italianos no interior do Rio Grande do Sul, com a reza do terço, assiduidade nos Sacramentos e o voluntariado nas obras da Igreja.

Aos 23 anos, Pozzobon casou-se com Theresa, com quem teve dois filhos, passando a morar em Restinga Seca, onde os dois abriram um pequeno hotel. Poucos anos após o casamento, Theresa desenvolveu tuberculose, e para facilitar o tratamento, a família mudou-se para Santa Maria, onde Pozzobon abriu um pequeno comércio em uma região próxima à linha férrea.

Em Santa Maria, Theresa não resistiu à doença, e faleceu em 1933. Tendo dois filhos pequenos, João Pozzobon casou-se com Vitória, que tornou-se uma boa mãe para as crianças e para os cinco filhos que vieram nos anos seguintes. João Pozzobon se referia aos filhos como “minhas sete graças”, e é lembrado até hoje pelos familiares como um pai bom, amoroso e justo, que nunca descuidou de sua família.

Em Santa Maria, o Sr. João vinculou-se à Paróquia Nossa Senhora das Dores, onde morava, continuando os costumes religiosos que trouxe de berço. Conheceu o Santuário de Schoenstatt e sua espiritualidade mariana, passando a participar de retiros e encontros de formação, e da missa diária às 6h30min. O vínculo criado com o Santuário foi imediato e passou a dar um sentido para a vida de João, que testemunhou:

“Eu tinha 12 anos e sentia uma espécie de saudade, que não conseguia saciar. Em nossa terra havia uma colina, uma terra um pouco elevada, e eu olhava o horizonte, ali onde o céu parece tocar a terra, e parecia-me que, desse modo, preenchia o vazio que sentia… Essa saudade durou uns 36 anos…” A sua saudade foi saciada ao conhecer o Santuário e ouvir o chamado de Deus para a campanha que iniciou.

Dia 10 de setembro de 1950, ano em que a Igreja proclama o dogma da Assunção de Maria ao céu, ele recebe da Irmã Terezinha Gobbo a Imagem da Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt, após acompanhar uma visita a uma família. Ela o convidou a assumir a tarefa por alguns meses.

Ele afirma: “No Santuário da Mãe e Rainha aconteceu minha grande descoberta. A bondade e a misericórdia de Deus e da Virgem Mãe e Rainha me confiaram uma grandiosa missão evangelizadora: a Campanha do Santo Terço. Entendi a missão e, por ela, fiz minha entrega total”.

A Campanha da Mãe Peregrina

A imagem que recebeu das irmãs em 1950 havia sido pensada para visitar as famílias em preparação à proclamação do Dogma da Assunção de Maria. Porém, findada a tarefa, o Sr. João pede para continuar com a imagem. Assim, deu seguimento e ampliou cada vez mais o campo de atuação.

Primeiro, levava a imagem a cada noite em uma família da vizinhança, rezava o terço, conversava sobre a vida de fé das pessoas, estimulando que fossem à Missa, contribuíssem com sua paróquia e buscassem os sacramentos. Com o tempo, suas caminhadas passaram a incluir escolas, hospitais, presídios e empresas; e também aumentaram as distâncias percorridas. João levou a Peregrina para localidades no interior, na região da Quarta Colônia, onde havia nascido, e mais além. Conforme registrou em seu diário, percorreu a pé cerca de 140 mil quilômetros ao longo dos 35 anos de caminhadas com a Mãe e Rainha sobre o ombro direito.

Seguindo a inspiração da Providência, criou o que hoje conhecemos como a Campanha da Mãe Peregrina. Encomendou a fabricação de imagens de Nossa Senhora em tamanho menor, mas com o mesmo formato daquela que ele carregava. Essas deveriam passar de casa em casa, servindo de elo de união entre as famílias de um mesmo bairro. Os anos foram passando e este apostolado cresceu cada vez mais. Está em quase 100 países, contando cerca de 200 mil imagens que circulam entre os grupos de 30 famílias.

A cada ano, o Sr. João entregava um relatório de suas atividades para o seu pároco e para o bispo, relatando o que observava, as comunidades visitadas e o trabalho desempenhado. De cada encontro, não saía sem pedir de joelhos a bênção da autoridade eclesial, e dedicava orações e sacrifícios pelos sacerdotes. Além disso, em suas viagens, sempre que chegava a uma nova comunidade, ia diretamente ao padre responsável pelo local humildemente pedir permissão para visitar as famílias e fazer seu apostolado.

Em seu trabalho de evangelização e visitas às famílias, tinha contato com a pobreza e as necessidades materiais e espirituais dos irmãos. Isso o motivou a criar a Vila Nobre da Caridade.

Com a ajuda de benfeitores, construiu 14 casas e uma capela, a capelinha azul, que servia também de escola e centro comunitário. As casas eram para moradia gratuita de pessoas pobres, que também recebiam educação para o trabalho e orientações práticas, como fazer hortas, reparos e melhorias nas casas.

Outras duas capelas – a rosa e a branca – e uma escola também foram construídas em outras vilas pobres da cidade com o apoio da comunidade. Tudo sem descuidar da formação ética e espiritual, garantindo a dignidade de cada um. Na zona rural dos municípios vizinhos, João estabeleceu mais de 40 ermidas, como locais de reunião e oração para as famílias que moravam longe das capelas, formando pequenas comunidades.

Um diácono comprovado no amor

Em 30 de dezembro de 1972, ele é ordenado Diácono Permanente da Igreja, pela imposição das mãos de Dom Érico Ferrari, na Capela Nossa Senhora das Graças em Santa Maria. Assim, poderia ampliar seu trabalho, pois muitas vezes visitava famílias que ainda não tinham acesso aos sacramentos como batismo e matrimônio. Como Diácono, passou a celebrar batismos e matrimônios e a levar a Eucaristia para os doentes, contribuindo diretamente com a missão da Igreja, em comunhão com o bispo, na diocese de Santa Maria.

Ele testemunha sobre este chamado: “Minha ordenação foi como uma flor que se abriu, uma grande alegria que se estendeu a todos os amigos. Senti-me penetrado, totalmente, pelo espírito da Santa Igreja. Senti a união como um só coração. Foi um verdadeiro Cenáculo, junto com a Mãe e Rainha. A hora do Espírito Santo”.

Sente-se também unido ao Fundador da Obra de Schoenstatt, Padre José Kentenich, do qual se considera um aluninho e com quem se encontrou em 1952. Após 35 anos de total dedicação à Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt, falece no dia 27 de junho de 1985. A caminho do Santuário, ao atravessar uma avenida, devido a um forte nevoeiro, é atropelado por um caminhão.

Assim ele faz a sua última romaria, realizando suas palavras:

“Se um dia me encontrarem morto no caminho, saibam que eu morri de alegria!”

O Diácono João Luiz Pozzobon buscou responder o chamado a santidade em sua vida também pela dedicação à Campanha da Mãe Peregrina, um apostolado desenvolvido na arquidiocese de Santa Maria que se espalhou pelo mundo. Seu processo de beatificação foi aberto em Santa Maria, em 12 de dezembro de 1994, por dom Ivo Lorscheiter.

Testemunho do bispo e do pároco

Certa vez, seu bispo diocesano, dom Ivo Lorscheiter, escreveu ao Diácono João, após receber um relatório de suas atividades: “Vejo, não sem emoção, que seu trabalho apostólico nas vilas e bairros, está chegando às Bodas de Prata… sua oração diária é um verdadeiro louvor em nossa Igreja diocesana, e seu trabalho pastoral é digno de nossa comovida homenagem”.

Na homilia da Santa Missa de corpo presente, seu pároco testemunhou: “João cultivava uma estreita vinculação com a própria paróquia; com frequência estava na casa paroquial, trazendo seus programas para serem aprovados. Nunca deixava o escritório sem pôr-se de joelhos e suplicar a bênção, dizendo: ‘Vou com sua bênção, Padre!’”


Com informações de Vatican News e Portal Vida e Família | Imagens de Movimento Shoenstatt

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                                                                                                              Fonte: cnbb.org.br