terça-feira, 12 de agosto de 2025

Catequese desta terça:

Católico não faz marketing de si mesmo!...

Pe. Zezinho, scj |||||||||||||||||||||||||||||||

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APRENDI aos 21 anos que não fica bem um seminarista ou jovem padre proclamar que “recebeu o Espírito Santo” “e que “Jesus ou o Espírito Santo lhe mandam recados”.

Quem vive dizendo que Deus lhe disse isto, mais aquilo, precisa repensar suas atitudes. Está posando de profeta ou vidente que não é!

Meu diretor espiritual dizia que eu deveria pedir luzes, mas sem proclamar que as recebi.

Minha vida diria se realmente Deus agiu em mim.

Desde então, tomo cuidado com o que digo. A palavra EU às vezes esconde um vaidoso querendo aparecer aos olhos do povo!

Se não me veem como exemplo de padre eu não discuto. É sinal de que os que aderem a algum determinado grupo católico têm outro modelo de padre. Orem com eles, do jeito deles e por eles!

Mas, se alguém me vê como sacerdote católico que sempre obedeceu à Igreja, agradeço e peço que continuem orando por mim.

Se alguém me contesta e me detona eu tento me defender, porque não sou molusco, mas ainda assim faço o possível para não ofender, até mesmo quem está me ofendendo.

Jesus fez isso!

Aprendi isso lendo a Bíblia e em cursos de ética espiritualidade e teologia moral.

O último lugar também é um lugar. Na verdade, a gente sempre continuará pequeno diante da vida!

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                                                                                         Fonte: facebook.com/padrezezinho,sjc

segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Paróquia São José - Paraisópolis (MG):

Horários de missa e outros eventos

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Dia 13 - Quarta-feira

19h - Missa votiva em louvor a São José na matriz, seguida de procissão com as famílias

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Dia 14 - Quinta-feira

19h - Missa na comunidade de Nossa Senhora das Vitórias

19h - Terço dos homens na matriz

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Dia 15 - Sexta-feira

5h30 - Missa na matriz

6h15 - Oração das Mil Misericórdias na matriz

9h - Missa na comunidade de Nossa Senhora das Vitórias

19h - Celebração da Palavra na comunidade de Nossa Senhora das Vitórias

19h - Reunião com pais e jovens da Pastoral Familiar

19h - Grupo de oração Maranathá na capela da Soledade

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Dia 16 - Sábado

17h - Missa na comunidade do Goiabal

19h - Missa na matriz com bênção de casais recém-casados

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Dia 17 - 20º Domingo do Tempo Comum

7h e 9h - Missa na matriz

11h - Missa na igreja de Santa Edwiges

11h - Batizados na matriz

16h - Missa na igreja de Santo Antônio

19h - Missa na matriz

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Reflexão para o seu dia:

O sentido da porta  

Dom Paulo Mendes Peixoto - Arcebispo de Uberaba (MG)

Parece ser uma expressão banal, mas, na linguagem simples de Jesus, retomada depois pelo Papa Francisco em seus escritos, tem um profundo significado dentro da dimensão e da prática da fé. Jesus diz que Ele é a porta do aprisco, por onde devem passar as ovelhas, indo ao encontro do Pai. Papa Francisco diz de não fechar portas e abrir caminhos que levem a objetivos claros de vida. 

Para Jesus Cristo, o Reino de Deus tem uma “porta estreita” (cf. Lc 13,24), que supõe autêntico esforço e total dedicação da pessoa para que possa entrar por ela. Passagem que exige verdadeira transformação interior, uma mudança profunda de coração e mente, dentro da dinâmica do projeto de construção do Reino eterno. Ante as imperfeições, supõe responsabilidade pessoal e misericórdia de Deus. 

Porta estreita, na visão bíblica, não significa ação estática de Deus, fechada, como aquilo que impede a passagem de quem quer passar. Talvez podemos entender essa realidade como fruto de um processo histórico, que acontece durante toda a vida terrena da pessoa. Deve ser consequência dos atos realizados, diuturnamente, com maduro discernimento e escolha das coisas positivas e boas.  

Ao entender o sentido da porta estreita, devemos saber que há um cuidado amoroso de Deus ao falar das pessoas, convidando-as a uma vida de retidão e de amadurecimento na prática da vida moral e espiritual. É o “hoje” da pessoa, a prática da justiça, do amor fraterno e da verdade que vão definir a dimensão real da porta, se estreita ou larga, que leva ao caminho da eternidade. 

A entrada definitiva no Reino de Deus acontece quando feita no processo de conversão, de renúncia, de compromisso e de esforço pessoal para colocar em prática os ensinamentos do Evangelho. Ser cristão, ser de Cristo, não é tão fácil, mas possível, porque a salvação está aberta para todos e sem exclusão. Deus não exclui, mas espera a escolha e discernimento de cada pessoa humana. 

A vida das pessoas tem as marcas de profundas, árduas e contínuas, de luta e conquista, envolvida com uma sociedade onde está presente a possibilidade da prática da justiça ou da injustiça. Assim podemos dizer que a identidade pessoal se define a partir dessas circunstâncias. Mas a porta está sempre aberta para quem faz seu discernimento, escolhendo aquilo que é caminho do Reino. 

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                                                        Fonte: cnbb.org.br     Imagem: x.com/vaticannews

domingo, 10 de agosto de 2025

Leão XIV no Angelus deste domingo:

obras de misericórdia, banco mais seguro e rentável
para confiar o tesouro da nossa existência

"Não perder nenhuma ocasião para amar", onde quer que estejamos, foi a recomendação do Papa no Angelus deste segundo domingo do mês de agosto, Dia dos Pais, ocasião em que pediu a Maria para nos ajudar a sermos "sentinelas da misericórdia e da paz" em um mundo marcado por tantas divisões.

"Vendei vossos bens e dai esmola": a recomendação de Jesus sobre "como investir o tesouro da nossa vida", narrada no Evangelho de Lucas da liturgia deste domingo, inspirou a reflexão do Papa Leão XIV, antes de rezar o Angelus com os milhares de peregrinos reunidos na Praça São Pedro,  sob uma temperatura que beirava os 34°C.

E precisamente dirigindo-se a eles, explicou que com esse convite Jesus nos exorta "a não guardar para nós os dons que Deus nos deu, mas a usá-los generosamente para o bem dos outros, especialmente daqueles que mais precisam da nossa ajuda":

Trata-se não apenas compartilhar os bens materiais que possuímos, mas também colocar em jogo as nossas capacidades, o nosso tempo, o nosso afeto, a nossa presença, a nossa empatia. Em suma, tudo o que faz de cada um de nós, nos desígnios de Deus, um bem único e inestimável, um capital vivo e pulsante que, para crescer, precisa ser cultivado e investido; caso contrário, seca e perde valor. Ou acaba perdido, à mercê daqueles que, como ladrões, se apropriam dele para simplesmente transformá-lo em objeto de consumo.

O amor torna-nos semelhantes a Deus

E "o dom de Deus que somos - ressaltou - não é feito para se exaurir dessa maneira", mas "tem necessidade de espaço, de liberdade, de relação para se realizar e se expressar, tem necessidade de amor, o único que transforma e enobrece todos os aspectos da nossa existência, tornando-nos cada vez mais semelhantes a Deus". E não é por acaso - observou o Papa - que "Jesus pronuncia essas palavras a caminho de Jerusalém, onde se oferecerá na Cruz pela nossa salvação". E completou:

“As obras de misericórdia são o banco mais seguro e rentável para confiar o tesouro da nossa existência, porque ali, como nos ensina o Evangelho, com "duas pequenas moedas", até uma viúva pobre se torna a pessoa mais rica do mundo.”

E para ilustrar, cita Santo Agostinho que a esse propósito, diz: "O que é dado será transformado, porque quem dá será transformado".

Não perder nenhuma oportunidade de amar

Para tornar mais claro o significado disso, o Santo Padre propõe como exemplo "uma mãe abraçando seus filhos: não é a pessoa mais bela e mais rica do mundo? Ou dois namorados, quando estão juntos: eles não se sentem como um rei e uma rainha?".

Neste sentido, a sua exortação:

“Em nossas famílias, em nossas paróquias, na escola e em nossos locais de trabalho, onde quer que estejamos, procuremos não perder nenhuma oportunidade de amar. Esta é a vigilância que Jesus nos pede: habituar-nos a estar atentos, prontos e sensíveis uns aos outros, como Ele é conosco em cada momento.”

Ser sentinelas da misericórdia e da paz

Irmãs e irmãos - disse ao concluir - "confiemos a Maria este desejo e este compromisso: que Ela, a Estrela da Manhã, nos ajude a ser, num mundo marcado por tantas divisões, “sentinelas” da misericórdia e da paz, como nos ensinou São João Paulo II e como nos mostraram de forma tão bela os jovens que vieram a Roma para o Jubileu.

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

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                                                           Fonte: vaticannews.va     Vídeo: (@Vatican Media)

Refletir é preciso:

Despertar

José Antonio Pagola

É muito fácil viver dormindo. Basta fazer o que quase todos fazem: imitar, amoldar-nos, ajustar-nos ao que está na moda. Basta viver buscando segurança externa e interna. Basta defender nosso pequeno bem-estar enquanto a vida vai se apagando em nós.

Chega um momento em que já não sabemos reagir. Ao sentir que nossa vida está vazia, vamos enchendo-a de experiências, informação e diversões. Enganamo-nos vivendo agitados pela pressa e pelas ocupações. Podemos gastar a vida inteira “fazendo coisas” sem descobrir nela nada de grande ou nobre.

Às vezes também a religião não consegue despertar-nos. Pode-se praticar uma “religião adormecida” que dá tranquilidade, mas não vida. Estamos tão ocupados com nossas coisas e desgraças que jamais temos um momento livre no qual possamos sentir o que é amar e compartilhar, o que é ser amável e solidário. E sem viver nada disso queremos saber algo de Deus!

Jesus repete sempre de novo um apelo premente: “Despertai, vivei atentos e vigilantes, porque podeis passar a vida sem saber de nada”. Não é fácil ouvir este chamado, porque geralmente não damos ouvidos aos que nos dizem algo contrário ao que pensamos. E nós homens e mulheres de hoje pensamos que somos inteligentes e lúcidos.

Para despertar precisamos tomar consciência da nossa estupidez: começamos a ser mais lúcidos quando observamos a superficialidade de nossa vida; a verdade abre caminho em nós quando reconhecemos nossos enganos; a paz chega ao nosso coração quando percebemos a desordem em que vivemos. Despertar é dar-nos conta de que vivemos dormindo.

Para viver despertos é importante viver mais devagar, cultivar melhor o silêncio e estar mais atentos aos apelos do coração. Sem dúvida, o mais decisivo é viver amando. Só quem ama vive intensamente, com alegria e vitalidade, atento ao essencial. Por outro lado, para despertar de uma “religião adormecida” só há um caminho: buscar para além dos ritos e das crenças, aprofundar-se mais em nossa verdade perante Deus e abrir-nos confiantemente ao seu mistério. “Felizes aqueles que o Senhor, ao chegar, encontrar vigiando”.

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JOSÉ ANTONIO PAGOLA cursou Teologia e Ciências Bíblicas na Pontifícia Universidade Gregoriana, no Pontifício Instituto Bíblico de Roma e na Escola Bíblica e Arqueológica Francesa de Jerusalém. É autor de diversas obras de teologia, pastoral e cristologia. Atualmente é diretor do Instituto de Teologia e Pastoral de São Sebastião. Este comentário é do livro “O Caminho Aberto por Jesus”, da Editora Vozes.

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                                          Fonte: franciscanos.org.br   Banner: Frei Fábio M. Vasconcelos

sábado, 9 de agosto de 2025

Reflita com o frei Almir Guimarães:

As lâmpadas precisam permanecer acesas

Precisamos adquirir o colírio, o próprio Jesus, para recuperar a vista. Mas precisamos “cair em nós” e perceber que a autossuficiência é uma ilusão nossa, que nossa situação é de fraqueza, carência, imperfeição. (José Tolentino Mendonça)

Sempre a vida! O que conta é a vida. Somos seres humanos desejosos de viver em plenitude. A sociedade e o mundo nos mostram horizontes fascinantes: sucesso, êxito, beleza, festas, paraísos reais e digitais. Tudo isso pode parecer nos proporcionar satisfações que nem sempre perduram, e que momentaneamente nos encantam. Breve e aparentemente. Somos seres inquietos sempre em busca, sempre olhando para amanhã. Nada de viver por viver. Queremos iluminar a trajetória do que chamamos “nossa vida” com a figura de Jesus, vivo, ressuscitado, presente, próximo. Lucas, no evangelho proclamado, nos oferece direcionamentos a serem assumidos para que nossa vida seja conforme o desejo desse Jesus que amamos e que é nosso companheiro de caminhada. Ao pequeno rebanho são feitas carinhosas admoestações.

 Tudo bem. Precisamos de dinheiro. Há pessoas que morrem de fome sem dinheiro. Precisamos agilizar uma política honesta de repartição dos bens. Mas cuidado. Todo acúmulo de bens, de empáfia, de desejo de superioridade pode ferir a fraternidade e nos tornar reféns de nós mesmos. O dinheiro que adquirimos pode nos levar a uma postura de superioridade. Onde anda nosso coração? Quando deitamos para dormir enquanto o sono não chega em que andamos pensando? “Onde está o vosso tesouro, aí está a vosso coração!”. Não podemos nos deixar escravizar pelo desejo de ter sempre mais. Critério seguro: abundância das coisas necessárias. Vida sóbria e, sobretudo, vender no mercado o mais depressa possível nosso “ego” com reclamos tão exigentes.

 Sim, nada de viver por viver. Onde encontrar um meio capaz de nos libertar da superficialidade, do aturdimento, no barulho existencial? Vigiar, vigilância, prestar atenção às coisas, ao mundo, a quem está a nosso lado, aos loucos desejos que andam dançando dentro de nós. Fé e vigilância. Aquela fé recebida no catecismo não basta. Jesus está a nos falar de uma fé vigilante.

 “É surpreendente como Jesus fala da vigilância. Pode-se dizer que ele entende a fé como atitude vigilante que nos liberta do absurdo que domina muitos homens e mulheres, que andam pela vida se meta e sem objetivo nenhum”. “O apelo de Jesus à vigilância nos chama a despertar da indiferença, da passividade ou do cuidado com que vivemos nossa fé. Para vivê-la de maneira lúcida precisamos conhecê-la mais profundamente, confrontá-la com outras atitudes possíveis perante a vida, agradecê-la e procurar vivê-la com todas as suas consequências” (Pagola, Lucas, p. 213).

 Deus não tem residência nas nuvens dos céus. Ele se imiscui em toda a criação e, de modo particular na história. Através de suas visitas chega perto de nós, dos homens e dos povos, da Igreja. Os que vivem da fé andam esperando e perscrutando suas visitas. Será preciso afinar o ouvido. “Senhor, o que andas dizendo? Ajuda-nos a compreender”.

  Ele chega quando determina. Chega como um ladrão. As lâmpadas da vida precisarão estar acesas. Despertar do sono. “Para viver despertos é importante viver mais devagar, cultivar melhor o silêncio, estar mais atento aos apelo do coração, Sem dúvida o mais decisivo é viver amando. Só quem ama vive intensamente, com alegria e vitalidade, atento ao essencial. Por outro lado, para despertar uma “religião adormecida”, só há um caminho: buscar para além dos ritos e das crenças, aprofundar-se mais em nossa verdade perante Deus, e abrir-nos confiantes ao seu mistério. “Felizes aqueles que o Senhor ao chegar encontrar vigilantes” (Pagola, idem,p. 215)]

  Crer… este o tema do trecho da Carta aos Hebreus proclamado em nossa liturgia de hoje.

> Crer é lançar confiantemente a vida no Mistério de Deus como Abraão que caminhou sem mapa para uma terra desconhecida. Ele nos acompanhará. Viremos na confiança de filho para com o Pai.
> Crer é repetir em nossa vida a postura de Samuel: Fala, Senhor que teu servo escuta!
> Crer é caminhar na presença do Senhor como nosso invisível, mas real companheiro.
> Crer não é apenas repetir as formulações do Credo, mas prestar adesão viva à pessoa de Cristo ressuscitado que se manifesta no hoje da vida e da Igreja de múltiplas maneiras.
> Crer é encarar os acontecimentos com o olhar de Cristo que olha com os olhos do Pai.
> Crer é tornar-se cristão com outros e não na filosofia de uma vida de fé “minha somente minha”. “Religião para mim é apenas comigo mesmo”.

  “A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito confiado, muito será exigido”. Precisamos ter a casa iluminada esperando as visitas do Senhor

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FREI ALMIR GUIMARÃES, OFMingressou na Ordem Franciscana em 1958. Estudou catequese e pastoral no Institut Catholique de Paris, a partir de 1966, período em que fez licenciatura em Teologia. Em 1974, voltou a Paris para se doutorar em Teologia. Tem diversas obras sobre espiritualidade, sobretudo na área da Pastoral familiar. É o editor da Revista “Grande Sinal”.

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                                                        Fonte: franciscanos.org.br    Imagem: vaticannews.va

sexta-feira, 8 de agosto de 2025

19º Domingo do Tempo Comum:

Leituras e reflexão
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1ª Leitura: Sb 18,6-9

Leitura do livro do Eclesiastes

A noite da libertação fora predita a nossos pais, para que, sabendo a que juramento tinham dado crédito, se conservassem intrépidos. Ela foi esperada por teu povo, como salvação para os justos e como perdição para os inimigos.

Com efeito, aquilo com que puniste nossos adversários serviu também para glorificar-nos, chamando-nos a ti.

Os piedosos filhos dos bons ofereceram sacrifícios secretamente e, de comum acordo, fizeram este pacto divino: que os santos participariam solidariamente dos mesmos bens e dos mesmos perigos. Isso, enquanto entoavam antecipadamente os cânticos de seus pais.

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Responsório: Sl 32

— Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!

— Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!

— Ó justos, alegrai-vos no Senhor!/ Aos retos fica bem glorificá-lo./ Feliz o povo cujo Deus é o Senhor/ e a nação que escolheu por sua herança!

— Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem,/ e que confiam esperando em seu amor,/ para da morte libertar as suas vidas/ e alimentá-los quando é tempo de penúria.

— No Senhor nós esperamos confiantes,/ porque ele é nosso auxílio e proteção!/ Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça,/ da mesma forma que em vós nós esperamos!

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2ª Leitura: Hb 11,1-2.8-12

Leitura da Carta aos Hebreus

Irmãos: A fé é um modo de já possuir o que ainda se espera, a convicção acerca de realidades que não se veem. Foi a fé que valeu aos antepassados um bom testemunho. Foi pela fé que Abraão obedeceu à ordem de partir para uma terra que devia receber como herança, e partiu, sem saber para onde ia.

Foi pela fé que ele residiu como estrangeiro na terra prometida, morando em tendas com Isaac e Jacó, os coerdeiros da mesma promessa. Pois esperava a cidade alicerçada que tem Deus mesmo por arquiteto e construtor. Foi pela fé também que Sara, embora estéril e já de idade avançada, se tornou capaz de ter filhos, porque considerou fidedigno o autor da promessa. É por isso também que de um só homem, já marcado pela morte, nasceu a multidão “comparável às estrelas do céu e inumerável como a areia das praias do mar”.

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Evangelho: Lc 12,32-48

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

Não tenha medo, pequeno rebanho, porque o Pai de vocês tem prazer em dar-lhes o Reino. Vendam os seus bens e deem o dinheiro em esmola. Façam bolsas que não envelhecem, um tesouro que não perde o seu valor no céu: lá o ladrão não chega, nem a traça rói. De fato, onde está o seu tesouro, aí estará também o seu coração.»

Estejam com os rins cingidos e com as lâmpadas acesas. Sejam como homens que estão esperando o seu senhor voltar da festa de casamento: tão logo ele chega e bate, eles imediatamente vão abrir a porta. Felizes dos empregados que o senhor encontra acordados quando chega. Eu garanto a vocês: ele mesmo se cingirá, os fará sentar à mesa, e, passando, os servirá. E caso ele chegue à meia-noite ou às três da madrugada, felizes serão se assim os encontra! Mas, fiquem certos: se o dono da casa soubesse a hora em que o ladrão iria chegar, não deixaria que lhe arrombasse a casa. Vocês também estejam preparados! Porque o Filho do Homem vai chegar na hora em que vocês menos esperarem.» Então Pedro disse a Jesus: «Senhor, estás contando essa parábola só para nós, ou para todos?» E o Senhor respondeu: «Quem é o administrador fiel e prudente, que o senhor coloca à frente do pessoal de sua casa, para dar a comida a todos na hora certa? Feliz o empregado que o senhor, ao chegar, encontra fazendo isso! Em verdade, eu digo a vocês: o senhor lhe confiará a administração de todos os seus bens. Mas, se esse empregado pensar: ‘Meu patrão está demorando’, e se puser a surrar os criados e criadas, a comer, beber, e embriagar-se, o senhor desse empregado chegará num dia inesperado e numa hora imprevista. O senhor o expulsará de casa, e o fará tomar parte do destino dos infiéis. Todavia aquele empregado que, mesmo conhecendo a vontade do seu senhor, não ficou preparado, nem agiu conforme a vontade dele será chicoteado muitas vezes. Mas, o empregado que não sabia, e fez coisas que merecem castigo, será chicoteado poucas vezes. A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido.»

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Reflexão do padre Johan Konings

Viver para aquilo que é definitivo

O fim para o qual vivemos reflete-se em cada uma de nossas ações. A cada momento pode chegar o fim de nossa vida. Seja este fim aquilo que vigilantes esperamos, como a noite da libertação, que encontrou os israelitas preparados para saírem (1ª leitura), e não como uma noite de morte e condenação, como o empregado malandro que é pego de surpresa pela volta inesperada de seu patrão (evangelho).

Devemos preparar-nos para o definitivo de nossa vida, aquilo que permanece, mesmo depois da morte. Mensagem difícil para o nosso tempo de imediatismo. Muitos nem querem pensar no que vem depois; contudo, a perspectiva do fim é inevitável. Já outros veem o sentido da vida na construção de um mundo novo, ainda que não seja para eles mesmos, mas para seus filhos ou para as gerações futuras, se não têm filhos. Assim como os antigos judeus colocavam sua esperança de sobrevivência nos seus filhos, estas pessoas a colocam na sociedade do futuro. É nobre. Mas será suficiente?

Jesus abre outra perspectiva: um tesouro no céu, junto a Deus. Aí a desintegração não chega. Mas, olhar para o céu não desvia nosso olhar da terra? Não leva à negação da realidade histórica, desta terra, da nova sociedade que construímos? Ou será, pelo contrário, uma valorização de tudo isso? Pois, mostrando como é provisória a vida e a história, Jesus nos ensina a usá-las bem, para produzir o que ultrapassa a vida e a história: o amor que nos toma semelhantes a Deus. Este é o tesouro do céu, mas ele precisa ser granjeado aqui na terra.

A visão cristã acompanha os que se empenham pela construção de um mundo novo, solidário e igualitário, para suplantar a atual sociedade baseada no lucro individual. Mas não basta ficar simplesmente neste nível material, por mais que ele dê realismo ao empenho do amor e da justiça. A visão cristã acredita que a solidariedade exercida aqui na História é confirmada para além da História. Ultrapassa nosso alcance humano. É a causa de Deus mesmo, confirmada por quem nos chamou à vida e nos faz existir. À utopia histórica, a visão cristã acrescenta a fé, “prova de realidades que não se veem” (2ª leitura ). A fé, baseada na realidade definitiva que se revelou na ressurreição de Cristo, nos dá a firmeza necessária para abandonar tudo em prol da realização última – a razão de nosso existir.

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PE. JOHAN KONINGS nasceu na Bélgica em 1941, onde se tornou Doutor em Teologia pela Universidade Católica de Lovaina, ligado ao Colégio para a América Latina (Fidei Donum). Veio ao Brasil, como sacerdote diocesano, em 1972. Em 1985 entrou na Companhia de Jesus (Jesuítas) e, desde 1986, atuou como professor de exegese bíblica na FAJE, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Faleceu no dia 21 de maio de 2022. Este comentário é do livro “Liturgia Dominical, Editora Vozes.

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Peregrinos porque chamados:

 45ª edição do Mês Vocacional no Brasil 

Dom Juarez Albino Destro - Bispo Auxiliar de Porto Alegre (RS)

salesianos.br/blog

Em fevereiro de 1981, a 19ª Assembleia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) aprovou o documento “Vida e Ministério do Presbítero – Pastoral Vocacional”. A Igreja estava respirando os ares de um novo papa, João Paulo II, eleito em outubro de 1978. São João Paulo II foi o primeiro papa a visitar o Brasil, em 1980, passando por várias cidades. E foi o único, até então, a retornar ao nosso País (1982, uma mensagem durante escala aérea; 1991 e 1997. Bento XVI esteve em 2007. Francisco visitou o Brasil em 2013). 

Vale recordar que o 1º Congresso Internacional dos Bispos e representantes das Vocações Eclesiásticas (Congresso Internacional das Vocações), realizado em 1973, em Roma, convidou os bispos a elaborarem seus Planos de Ação Diocesanos para as vocações. Foram enviados mais de 700 planos de diversos países, que subsidiaram a realização do 2º Congresso Internacional, que aconteceu também em Roma, em maio de 1981. Como Conferência Episcopal Nacional, motivada pela visita do papa (1980) e no contexto dos Congressos Internacionais (1973 e 1981), a CNBB escolheu uma temática vocacional específica para a sua 19ª Assembleia naquele 1981. Assim lemos na introdução do Documento Conclusivo: “Ao escolher este assunto como tema principal da presente assembleia (Vida e Ministério do Presbítero – Pastoral Vocacional), move-nos a convicção da centralidade do mesmo para o presente e o futuro de nossa Igreja […]. Nossa atenção se voltará, assim, tanto para a vida e o ministério dos presbíteros quanto para a promoção das vocações e formação dos futuros sacerdotes”. E três propostas de ação podemos destacar, em âmbito nacional, indicadas pelos bispos há 44 anos: a elaboração de um Guia Pedagógico para o serviço de animação vocacional, a celebração de um Ano Vocacional em 1983, a instituição do mês de agosto como Mês Vocacional em todo o território nacional. O Guia Pedagógico foi lançado em 1983, durante o 1º Ano Vocacional do Brasil. E o Mês Vocacional, nos meses de agosto, continua sendo celebrado até os dias atuais! 

A dinâmica do mês vocacional destaca uma vocação específica a cada semana. A memória do padroeiro dos padres, São João Vianney, dia 04 de agosto, e a do padroeiro dos diáconos, São Lourenço, dia 10, faz com que o primeiro domingo seja direcionado à vocação daqueles que receberam o Sacramento da Ordem: diáconos, padres e bispos. Rezar pela perseverança e santidade dos ministros ordenados e ao surgimento de novas vocações que abracem tais serviços é um dos ensinamentos do mês vocacional. A oração compromete a comunidade e a coloca em ação. O segundo domingo recorda a vocação do pai e, junto com ele, a da família. A Semana Nacional da Família, neste ano, vai de 10 a 16, com o tema: “É tempo de júbilo em nossa vida”. Não descuidemos dessa vocação essencial na Igreja e na sociedade. Do berço familiar nascem todas as vocações! A Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, que no Brasil é sempre no terceiro domingo de agosto, puxa a comemoração da vocação à vida consagrada para esse domingo específico. A Semana da Vida Consagrada, em 2025, vai de 17 a 23. Nossa Senhora é modelo de servidora, pessoa sensível, vocacionada que acompanhou o filho em sua missão. É exemplo a todas as pessoas que desejam seguir o projeto de Deus, sobretudo com os votos de pobreza, castidade e obediência. No quarto domingo, este ano dia 24, a Igreja celebra todas as demais vocações, cristãos leigos e leigas que exercem seus serviços na comunidade eclesial. E, no quinto e último domingo, dia 31, homenageamos os catequistas, educadores da fé. 

Nesta 45ª edição do mês vocacional, dentro do Ano Jubilar, a Igreja do Brasil escolheu o tema: “Peregrinos porque chamados”, com o lema bíblico da carta de São Paulo aos Romanos: “A esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações” (Rm 5,5). “Todos esperam”, recordou o papa Francisco na Bula Spes Non Confundit (A esperança não decepciona), proclamando o Jubileu 2025. E continua: 

“No coração de cada pessoa encerra-se a esperança como desejo e expetativa do bem, apesar de não saber o que trará consigo o amanhã. Porém, esta imprevisibilidade do futuro faz surgir sentimentos por vezes contrapostos: desde a confiança ao medo, da serenidade ao desânimo, da certeza à dúvida. […] A esperança nasce do amor e funda-se no amor que brota do Coração de Jesus trespassado na cruz. […] E a sua vida manifesta-se na nossa vida de fé, que começa com o Batismo, desenvolve-se na docilidade à graça de Deus e é por isso animada pela esperança, sempre renovada e tornada inabalável pela ação do Espírito Santo”. 

Papa Francisco recorda que Paulo “é muito realista. Sabe que a vida é feita de alegrias e sofrimentos, que o amor é posto à prova quando aumentam as dificuldades e a esperança parece desmoronar-se diante do sofrimento. E, no entanto, escreve: «Gloriamo-nos também das tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência, a paciência a firmeza, e a firmeza a esperança» (Rm 5,3-4)”. De fato, para São Paulo, a tribulação e o sofrimento acompanham aqueles que anunciam o Evangelho em contextos de incompreensão e perseguição (cf. 2Cor 6,3-10). Mesmo na escuridão, vislumbra-se uma luz, “descobre-se que a evangelização é sustentada pela força que brota da cruz e da ressurreição de Cristo”. E isto faz crescer uma virtude, que é “parente próxima da esperança: a paciência”. Nos dias atuais, a paciência parece estar diminuindo para dar lugar à pressa, “causando grave dano às pessoas: intolerância, nervosismo e, por vezes, violência gratuita, gerando insatisfação e isolamento”, afirma Francisco. 

Que este mês vocacional, com o tema que nos recorda sermos chamados por Deus a peregrinar, caminhar, semear, ajude-nos a compreender cada vez mais nossa missão e responsabilidade neste mundo, ou seja, de colaborar na construção de uma sociedade mais humana, cuja essência esteja baseada no amor, no perdão, na paciência, na alteridade, no serviço, alegre e gratuito. Um excelente agosto a todos! 

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                                                         Fonte: cnbb.org.br      Imagem: salesianos.br/blog 

quinta-feira, 7 de agosto de 2025

Catequese essencial:

Sentir Jesus, ou conhecer Jesus?

Pe. Zezinho, scj |||||||||||||||||||||||||||||||

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Não fique irado antes de saber o que vou escrever! Sentimento e razão são atitudes gêmeas. Isto, para quem aprendeu a pensar e amar como Jesus! Pensar e amar não são departamentos diferentes da mesma alma! Quem separa é porque não foi devidamente educado na vida e na fé.

Padre Zezinho

E os católicos? Erram feio ao separar os dois chamados. Somos chamados a amar e a pensar.

Sigo TVs, Internet e ouço rádio, porque, sendo catequista, há mais de 60 anos que estudo a comunicação dos católicos e evangélicos! A tendência da maioria é mais amar Jesus do que querer saber mais sobre Ele!

Não sei como é com o Papa, Bispos, colegas padres, monges, freiras, monjas, leigos e leigas mais piedosos e santos do que eu. Mas eu cresci lendo, estudando e pensando sobre Ele, desde os meus 21 anos.

Para mim, PENSAR como Jesus sempre foi algo mais exigente. Vejo o altar, o sacrário e o ostensório, olho os três rosários pendurados no meu leito, e mais penso nele do que o sinto. Quero saber mais sobre ele! “Ninguém ama o que não conhece”, diz o dístico popular.

Conheço milhares de católicos que mais sentem Jesus do que pensam nele. Mas para mim, porém, pensar e tentar compreender o que ele dizia também é espiritualidade católica.

Houve santos que mais pensavam do que sentiam. E houve santos e santas que mais sentiam do que pensavam. Mas todos eles deixaram marcas na Igreja.

Querer saber mais sobre Jesus, a meu ver também é adora-lo. Já vi e ouvi pregadores que contestam isso!! Vivem de sentimentos e ensinam sentimentos. Não conseguem destrinchar o que está no texto do dia, que manda pensar, mas eles dão um jeito de levar o ouvinte a sentir: “Jesus quer que façamos isso! Jesus quer nosso coração. Jesus quer almas piedosas” Assim, os fiéis nunca são desafiados a refletir sobre os fatos e acontecimentos daquele tempo e os de hoje. Isto é raciocinar e pensar!

Respeito-os, mas também sei que católicos que não pensam acabam dando o que pensar!

Faz anos que não folheiam uma página, não leem nenhum livro de Teologia e até o catecismo eles ainda não têm em casa. Ora, eles não são analfabetos. Poderiam muito bem querer saber mais sobre Jesus. Mas eles e elas pregam apenas o que sentem.

Basta olhar as estantes de suas casas! Muita devoção e pouquíssima leitura, duas ou três biografias de santos e pequenos livros de oração. Mas o catecismo e os livros sobre Jesus (cristologia) são grossos demais: não aguentam mais do que 50 páginas. Ler Jesus não é com eles …

Minha mãe nunca foi à escola, mas prestava atenção nos sermões, e ao voltar, comentava o que tinha ouvido. Ela pensava embora não soubesse ler! Nos anos 1906 na roça, o avô Joniana não achava que meninas precisassem de escola!

O grande rádio Philips estava sempre sintonizado na Rádio Aparecida. Ela ouvia Pe. Rubem Leme Galvão, na “marreta na bigorna que comentava os assuntos do cotidiano, e Pe. Vitor, com o seu “os ponteiros apontam para o infinito “fazia pensar no evangelho do dia e sempre terminava apontando Maria como o exemplo. Eles faziam pensar no cotidiano, como fazia Jesus.

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                                                                                         Fonte: facebook.com/padrezezinho,sjc