Sentir Jesus, ou conhecer Jesus?
Pe. Zezinho, scj |||||||||||||||||||||||||||||||
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Não fique irado
antes de saber o que vou escrever! Sentimento e
razão são atitudes gêmeas. Isto, para quem
aprendeu a pensar e amar como Jesus! Pensar e amar
não são departamentos diferentes da mesma alma! Quem separa é
porque não foi devidamente educado na vida e na fé.
E os católicos? Erram feio ao separar os dois chamados. Somos chamados a amar e a pensar.
Sigo TVs, Internet e ouço rádio, porque, sendo
catequista, há mais de 60 anos que estudo a comunicação dos católicos e evangélicos! A tendência da maioria é mais amar
Jesus do que querer saber mais sobre Ele!
Não sei como é
com o Papa, Bispos, colegas padres, monges, freiras, monjas, leigos e leigas mais piedosos e
santos do que eu. Mas eu cresci lendo, estudando e pensando sobre Ele, desde os meus 21 anos.
Para mim, PENSAR
como Jesus sempre foi algo mais exigente. Vejo o altar, o sacrário e o ostensório, olho os três rosários pendurados no meu leito, e mais penso nele do que o sinto. Quero saber mais sobre ele! “Ninguém ama o que não conhece”, diz o dístico popular.
Conheço milhares
de católicos que mais sentem Jesus do que pensam nele. Mas para mim, porém, pensar e tentar compreender o que ele dizia também
é espiritualidade católica.
Houve santos que
mais pensavam do que sentiam. E houve santos e santas que mais sentiam do que pensavam. Mas todos eles deixaram marcas na Igreja.
Querer saber
mais sobre Jesus, a meu ver
também é adora-lo. Já vi e ouvi
pregadores que contestam isso!! Vivem de
sentimentos e ensinam sentimentos. Não conseguem
destrinchar o que está no texto do dia, que manda pensar, mas eles dão um jeito de levar o
ouvinte a sentir: “Jesus quer que façamos isso! Jesus quer nosso coração. Jesus quer almas piedosas” Assim, os fiéis nunca são desafiados a refletir sobre os
fatos e acontecimentos daquele tempo e os de hoje. Isto é raciocinar e pensar!
Respeito-os, mas também sei que católicos que não pensam acabam
dando o que pensar!
Faz anos que não
folheiam uma página, não leem nenhum
livro de Teologia e até o catecismo eles ainda não têm em casa. Ora, eles não são analfabetos. Poderiam muito bem querer saber mais sobre Jesus.
Mas eles e elas pregam apenas o que sentem.
Basta olhar as
estantes de suas casas! Muita devoção e
pouquíssima leitura, duas ou três biografias de santos e pequenos livros de oração. Mas o catecismo e os livros sobre
Jesus (cristologia) são grossos demais: não aguentam mais do que 50 páginas. Ler Jesus não é com eles …
Minha mãe nunca
foi à escola, mas prestava
atenção nos sermões, e ao voltar, comentava o que tinha ouvido. Ela pensava embora não soubesse ler! Nos anos 1906 na roça, o avô Joniana não achava que meninas precisassem
de escola!
O grande rádio
Philips estava sempre sintonizado na Rádio Aparecida. Ela ouvia Pe. Rubem Leme Galvão, na “marreta na bigorna” que comentava os assuntos do cotidiano, e Pe. Vitor, com o seu “os ponteiros apontam para o infinito “fazia pensar no evangelho do dia e sempre terminava
apontando Maria como o exemplo. Eles faziam
pensar no cotidiano, como fazia Jesus.
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