sábado, 31 de maio de 2025

Reflexão para a Festa da Ascensão do Senhor:

O Senhor Jesus está na glória

Temos saudades do céu?

Frei Almir Guimarães

Teria sido bom poder retê-lo entre nós. O vazio de sua presença viria nos fazer mergulhar em terrível angústia. Tivemos nele, afinal, alguém de insubstituível. Não nos incomodava. Era, na verdade, o contrário de alguém que perturba: nosso apoio, nosso sustentáculo; ele era bom, de uma bondade tão simples que a havíamos tomado como qualquer coisa de ordinário. (Karl Ranher)

 Ressoam aos nossos ouvidos os relatos do Novo Testamento que falam da Ascensão do Senhor Jesus. Ele, o mais belo dos filhos dos homens, não podia, com efeito, permanecer definitivamente entre nós. Seu lugar, sua casa definitiva era no seio da Trindade. Não o tivemos mais entre nós daquela maneira tão singela como até então: bebendo de nossas fontes, sentando-se à mesa com puros e não tão puros, contando histórias de moedas e ovelhas perdidas, de administradores corruptos, de fermento, de sal, de luz, de gente jogada à beira da estrada… Quantas histórias ele sabia contar! Ele havia prevenido que tinha que voltar para o seu Pai e nosso Pai.

 Deu ao enigma de nossa vida o nome de Pai. Ele era a misericórdia de Deus e sabedoria eterna morando entre nós. Pudemos representar Deus de uma maneira diferente das abstrações filosóficas. Deus, um Pai que nos ama! Na terra finalmente vivia alguém que não precisava de palavras eruditas e complicadas para falar das coisas de Deus. Servia-se de silêncios e usava palavras curtas, colocava gestos e toques eloquentes.

 Ele não podia continuar entre nós naquela figura simplesmente humana. Ele havia conhecido a realidade da morte e nesse preciso momento conferiu-lhe um sentido de amor, de dom de sai para o bem de todos. Deu sua vida para que ninguém mais precisasse temer a morte. Sua morte se transformou em vida para que o seus fossem libertados de todo temor e medo. Levou para a morte o nosso corpo que ele havia adquirido de uma mulher de nossa raça. Pela sua morte corporal, nosso irmão mais velho, vencer nossa morte e nas alturas prepara um lugar para nós.

 Nossos olhos estão fitos nas alturas, na glória. Lá é nossa casa definitiva. Estamos, no entanto, ainda no tempo da peregrinação e das andanças. Ainda na caminhada e, misteriosamente, ele nos acompanha. Prepara um lugar para aqueles que morreram a si mesmos e renasceram para o mundo novo que começou a existir com sua encarnação, pregação, paixão, morte e ressurreição.

 Jesus viera do Mistério do Alto. Esse Jesus que se remexia nas palhas do presépio e que precisou se contorcer no alto da cruz foi a realização do sonho de Deus: morar na casa dos homens, na sua intimidade, viver sua vida e sempre apontar para o alto. Um alto que não é geográfico como as alturas das montanhas e dos espaços siderais. Um Alto diferente. O Alto das coisas de Deus. O Alto do Mistério. Nos espaços da Trindade penetrou nossa natureza humana. Ele subiu ao mais alto dos céus.

 Segundo os Atos dos Apóstolos a nuvem, a nuvem de Deus cobriu Jesus, o irmão mais velho, e os apóstolos não puderam mais vê-lo. Os anjos ou o Espírito sussurraram que não era para ficar olhando para o céu. Uma nova missão: “Homens da Galileia, por que ficais ai olhando parados para o céu”. Começava, naquele momento, para valer a missão dos anunciadores da Boa Nova. Ir pelo mundo anunciar sua vitória, seu evangelho, sua força. E não podemos descansar. Anunciar que ele vive e que um pedaço de nós, a carne humana de Jesus de Nazaré, está na esfera da glória. Lá é nosso lugar e nossa casa.

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Para a oração e meditação

AO ENTRAR NA GLÓRIA

Bela página cheia de poesia de Santo Epifânio, bispo:

A maior das festas é aquela diante da qual todo discurso nada mais é do que um simples balbucio. Na verdade, hoje, na festa da ascensão, jorra uma torrente de delícias e tudo se enche de alegria. Hoje, o Cristo, abre a porta do céu refulgente de luz. Vinde e contemplai esse cocheiro que, de modo maravilhoso, atravessa os espaços celestes. Ninguém, nem mesmo Elias, mais subiu ao céu, mas somente aquele que de lá desceu, o Filho Unigênito de Deus. Ele mesmo o afirma claramente: Ninguém subiu ao céu senão aquele que desceu do céu. Na verdade, esse bom Pastor, que havia deixado nas montanhas celestes as noventa e nove ovelhas. Isto é, os anjos, para procurar a ovelha que se havia perdido, tendo-a encontrado, colocou-a misericordiosamente sobre os ombros e a reconduziu ao aprisco celeste. Ofereceu-a então ao Pai do céu, dizendo: “Pai, encontrei a ovelha perdida que a serpente havia induzido ao erro. Tendo-a visto coberta de lama de uma vida de pecado, estendendo a minha mão divina, imediatamente a levantei e, impelido por uma profunda compaixão, lavei-a no rio Jordão, perfumando-a depois com a unção do Espírito Santo. Agora, ressuscitado venho à tua presença para oferecer à tua divindade este dom digno de ti: a ovelha reencontrada”. (Lecionário Monástico III, p.547)

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FREI ALMIR GUIMARÃES, OFMingressou na Ordem Franciscana em 1958. Estudou catequese e pastoral no Institut Catholique de Paris, a partir de 1966, período em que fez licenciatura em Teologia. Em 1974, voltou a Paris para se doutorar em Teologia. Tem diversas obras sobre espiritualidade, sobretudo na área da Pastoral familiar. É o editor da Revista “Grande Sinal”.

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                                     Fonte: franciscanos.org.br    Banner: Frei Fábio M. Vasconcelos

História de Fé e Amor:

Paróquia São José completa 175 anos

Neste sábado da sexta semana da Páscoa, nossa querida Paróquia São José faz aniversário, cento e setenta e cinco anos de existência. Marco que merece ser festivamente comemorado, recordando seu nascimento, sua instalação, os fatos mais significativos de sua história nessas dezessete décadas e um quinquênio de fé,  crescimento e desenvolvimento de sua ação pastoral.

A paróquia constitui-se na base e ao mesmo tempo na linha de frente da Igreja, pois responde à missão dada por Jesus Cristo ao seu Povo: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda criatura” (Cf. Mc 16-15).  O Documento de Aparecida afirma: “Entre as comunidades eclesiais nas quais vivem e se formam os discípulos e missionários de Jesus Cristo as sobressaem as Paróquias. São células vivas da Igreja e o lugar privilegiado no qual a maioria dos fiéis tem uma experiência concreta de Cristo e a comunhão eclesial. São chamadas a ser casas e escolas de comunhão”.

Olhando para a história de nossa paróquia, devemos nos lembrar de tantos discípulos e missionários de Jesus Cristo – sacerdotes, religiosos e cristãos comprometidos com a fé –, responsáveis por sua criação, caminhada e ação evangelizadora, que levaram tantos à experiência do amor de Deus em sua vida e à consciência de que são construtores da comunhão no meio do povo.

A paróquia São José tem suas raízes mais distantes em um pequeno povoado já existente na região do Sapucaí Mirim por volta de 1826 quando José Alves de Lima, um dos primeiros proprietários de terras nessas imediações, doou um terreno para a construção de uma capela em homenagem a São José. Posteriormente, outras pessoas devotas também doaram terras para a capela de São José.

Campo do Lima foi a primeira denominação do povoado; depois, Formiguinha e, em 1827, o lugar passou a se chamar São José da Ventania. Em 1831, tornou-se São José das Formigas, e, pela Lei Provincial nº 472, de 31 de maio de 1850, foi elevado à condição de Distrito com a denominação de São José do Paraíso.

Segundo registra monsenhor Sebastião Carvalho Vieira na obra Três Valores no Paraíso, missionários que por aqui passaram sugeriram o atual nome do município, acrescentando a Paraíso o radical grego polis, que significa cidade. A Lei nº 621, de 14 de novembro de 1914, tornou oficial o nome Paraisópolis.

A paróquia São José foi criada na mesma data da elevação do povoado a distrito, 31 de maio de 1850, antes, portanto, da criação do município de Paraisópolis, cuja Câmara foi solenemente instalada no dia 25 de janeiro de 1873, e cuja elevação oficial à categoria de cidade e sede de município ocorreu em 24 de dezembro de 1874.

A nova paróquia pertencia à diocese de São Paulo, pois nesta data ainda não existia a Diocese de Pouso Alegre, que só viria a ser criada pelo Decreto da Sagrada Congregação Consistorial Regio Latissime Patens cinquenta anos após, no dia 4 de agosto de 1900. A partir dessa data passamos a pertencer com muita alegria à Igreja Particular de Pouso Alegre.

Hoje, as paróquias vivem novas realidades. O Documento de Aparecida afirma: “A renovação das paróquias no início do terceiro milênio exige a reformulação de suas estruturas, para que seja uma rede de comunidades e grupos, capazes de se articular conseguindo que seus membros se sintam realmente discípulos e missionários de Jesus Cristo em comunhão” (cf. nº 172). Nossa paróquia estrutura-se nessa rede de comunidades, onde se desenvolve sua ação pastoral. As celebrações, sempre que possível, vêm sendo descentralizadas. Diversas ações litúrgicas, especialmente as missas, têm sido celebradas nas comunidades, atendendo, dessa forma, às pessoas que residem em bairros mais distantes do centro da cidade.

A missão da Igreja realiza-se por meio das pastorais, que também estendem sua ação a todas essas comunidades, valorizando as lideranças locais. Entre outras, atuam em nossa paróquia algumas das pastorais importantes para a evangelização: Litúrgica, Catequética, do Batismo, Familiar e da Criança. Há ainda movimentos como Mãe e Rainha e RCC, associações e irmandades como a Sociedade de São Vicente de Paulo, Associação de São Francisco de Assis, Associação de Santo Antônio, Zeladores e Zeladoras do Sagrado Coração de Jesus, entre outras.

Parabéns, queridos irmãos que construíram e constroem essa bela história de fé nas terras d’O Paraíso de José! Que sejamos cada vez mais comprometidos com a vivência dos ensinamentos de Jesus Cristo para que possamos anunciá-los a todos que necessitam do amor de Deus como também nós necessitamos!

Que, pelos méritos de Maria, nossa querida Mãe, e de São José, nosso querido padroeiro, o Espírito Santo nos ilumine para que possamos juntos continuar escrevendo essa linda história de fé e amor!

 Luiz Gonzaga da Rosa – Autor do livro O Paraíso de José:
160 anos da Paróquia São José

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sexta-feira, 30 de maio de 2025

Não confunda comunismo com catecismo,

nem doutrina social com socialismo,
nem catolicismo com capitalismo.

Pe. Zezinho, scj |||||||||||||||||||||||||||||||

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Não pense que tudo é política de direita, centro ou esquerda. Existe a política cristã que não se curva a nenhum partido ou ideologia!

Jesus também defendia os pequenos, os aflitos e os sem ninguém e aquilo também era política, mas não se curvou a nenhuma das 9 correntes políticas religiosas do seu tempo!

É que Igreja é muito mais do que isto! Nem tudo começa ou termina em algum partido político. Dá para pregar política sem perder a fé.

Contudo, não pense que nossa Igreja é contra a política. Política existe em todos os povos, em toda a Bíblia, em todas as religiões e em todas as igrejas.

O problema começa quando o fiel deturpa tudo e põe um partido, um político, ou uma ideologia acima da sua fé em Jesus!

Partido é uma parte: não pode ser tudo na vida de um católico! E nossa fé ensina que crer é um comedimento pleno. Ou aceita Jesus ou não aceita.

Pode até não conseguir ser fiel em tudo, mas deve fazer o esforço de melhorar todos os dias, sobretudo na bondade e na caridade.

Jesus respondeu ao fariseu sobre qual era o maior mandamento da Lei. Se você já leu isto, procure de novo este texto!

Vai perceber que a resposta de Jesus foi ABRANGENTE.

Usou a palavra “amarás a Deus de TODO o coração e com todas as forças e com toda a mente, com todas as suas faculdades humanas”

Não podemos ser crentes meia-boca. Uma coisa é querer viver tudo, outra é não conseguir. Mas a vontade deve ser a de melhorar todos os dias!

Se você aprendeu alguma catequese, então sabe a diferença entre lutar pelos direitos humanos e lutar por seu partido!

O partido não pode passar por cima dos direitos humanos!

O Código de Direito Civil e o Código de Direito Religioso não podem se submetido aos postulados de um partido. Seria ditadura!

Se não sabe o que nossa Igreja ensina sobre política, procure saber o que é DSI: doutrina social da Igreja.

E se mesmo assim você insiste em ser um católico direitista ou esquerdista, centrista

ou totalmente neutro, ou até com ódio de política, é porque nunca leu o catecismo. Está lá, claro.

Dialogaremos com os grupos políticos, mas não nos submeteremos a nenhum deles. O católico até pode ser de algum partido, mas votará contra qualquer decisão que for contra o que está nos evangelhos.

Use a política com serenidade e com moderação.

Faça como alguém que sabe beber ou comer sem ficar tonto, bêbado ou entupido de tanto comer, ou faça como alguém que escolhe o que colocar no prato! …

NÃO FAÇA DA POLÍTICA UM VÍCIO; NÃO SE TORNE UM FANÁTICO COMO ERAM OS FARISEUS QUE ODIAVAM JESUS EM NOME DO SEU JUDAÍSMO!

Hoje há crentes em todas as religiões e igrejas odiando os outros em nome da sua fé. Então não é fé: é desequilíbrio de quem não consegue discordar sem caluniar ou berrar suas certezas.

Que tal conversar com respeito, mesmo que creiamos diferente?

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Entendeu, ou quer que alguém desenhe isto para você?

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                                                                                         Fonte: facebook.com/padrezezinho,sjc

Papa Leão nesta sexta-feira:

há muita violência no mundo,
o “nós” deve se traduzir em nível institucional

Leão XIV encontra no Vaticano os movimentos e associações que deram origem à “Arena da Paz”. Entre eles, também o israelense Inon e o palestino Sarah, que há um ano, em Verona, foram os protagonistas, na presença de Francisco, de um abraço corajoso e significativo diante de 12 mil pessoas. “A não violência como método e como estilo", incentiva o Pontífice, "deve caracterizar nossas decisões, as nossas relações, as nossas ações”.

O israelense Maoz Inon e o palestino Aziz Sarah cumprimentam o Papa Leão XIV na Sala Clementina

Querer a paz implica a criação de instituições de paz. É essa a mensagem central do discurso de Leão XIV na audiência da manhã desta sexta-feira (30/05) a representantes de movimentos populares e associações da cidade italiana de Verona que deram origem à “Arena da Paz”, uma realidade dinâmica na qual convergem grupos pluralistas, pacifistas e populares, fruto da colaboração entre a diocese de Verona, a Fundação Nigrizia, os padres combonianos, o jornal católico italiano Avvenire e a revista italiana Aggiornamenti sociali.

No grupo de cerca de 300 pessoas reunidas na Sala Clementina do Palácio Apostólico desta sexta-feira (30/05) também estava o israelense Maoz Inon, cujos pais foram mortos pelo Hamas, e o palestino Aziz Sarah, que teve o irmão morto pelo exército israelense, e que agora são amigos e colaboradores. Eles foram os protagonistas daquele abraço histórico e corajoso há um ano em Verona, na presença do Papa Francisco, que permanece, como reconhece Prevost, “testemunho e sinal de esperança”.

O caminho pela paz é comunitário

Em discurso, Leão XIV parte justamente da perspectiva compartilhada e incentivada por Bergoglio no encontro de 18 de maio de 2024 na arena da cidade veneziana, ou seja, a perspectiva das vítimas. Colocar-se no lugar delas, afirma o Pontífice, “é essencial para desarmar os corações, os olhares, as mentes e denunciar as injustiças de um sistema que mata e se baseia sobre a cultura do descarte”. A paz e o bem comum estão interligados, sublinha o Papa, citando São João Paulo II quando falava da paz como um bem indivisível. No discurso desta sexta (30/05) do Sucessor de Pedro, reitera-se, em suma, que a paz não é algo inerte, mas um ativador das consciências. 

O caminho pela paz requer corações e mentes treinados e formados para a atenção ao outro e capazes de reconhecer o bem comum no contexto atual. O caminho que leva à paz é comunitário, passa pelo cuidado das relações de justiça entre todos os seres vivos.

As diferenças devem ser reconhecidas, assumidas, superadas

Construir a paz pode significar longos processos de formação para a paz, tempos que devem ser buscados em uma época em que, ao contrário, se prefere a velocidade e o imediatismo. 

A paz autêntica é aquela que toma forma a partir da realidade (territórios, comunidades, instituições locais e assim por diante) e na escuta dela. Precisamente por isso, percebemos que essa paz é possível quando as diferenças e os conflitos que ela acarreta não são removidos, mas reconhecidos, assumidos e superados.

Há muita violência no mundo

O Papa elogia o empenho dos movimentos pela paz, definindo-os como “preciosos”. São realidades “de baixo”, dialogantes, que colocam em campo “criatividade e genialidade”. É assim, precisa o Papa, que se gera esperança. Os jovens "precisam de experiências que eduquem para a cultura da vida, do diálogo, do respeito mútuo”, afirma ainda o Papa, que constata amargamente: “há muita violência no mundo, há muita violência nas nossas sociedades”.

Do nível local e cotidiano até aquele de ordem mundial, quando aqueles que sofreram injustiça e as vítimas da violência sabem resistir à tentação da vingança, tornam-se os protagonistas mais credíveis dos processos não violentos de construção da paz. A não violência como método e como estilo deve caracterizar as nossas decisões, as nossas relações, as nossas ações.

O “nós” deve se traduzir em nível institucional

Em nível nacional e internacional é necessário que as instituições políticas, econômicas, educativas e sociais se sintam interpeladas a cooperar pela cultura da paz. O Papa Leão XIV recorda a Fratelli tutti e aquele “nós” que, salienta, deve se traduzir também em nível institucional. Daí o incentivo final ao compromisso e à presença, acompanhado pela oração, para que o trabalho pela paz seja sempre animado pela paciência e tenacidade:

[...] Presentes na massa da história como fermento de unidade, de comunhão, de fraternidade. A fraternidade precisa ser descoberta, amada, experimentada, anunciada e testemunhada, na confiante esperança de que ela é possível graças ao amor de Deus.

Um mosaico de compromisso pela paz

Entre os grupos e movimentos presentes no Vaticano na manhã desta sexta-feira (30/05) em audiência com o Papa, havia um mundo diversificado e unido por um mesmo caminho para a construção da justiça social e da paz: estavam presentes a Mediterranea Human Saving, Libera, Rete Italiana Pace e Disarmo; as presidências da Ação Católica, da Acli, do Movimento Não Violento, Médicos Sem Fronteiras, a associação Comunidade Papa João, Economia de Francisco, Anpi, Agesci, Cipax, Colibrì, Pax Christi, Fundação Perugia Assisi, Il mondo di Irene, Beati i costruttori di pace, Movimento dos Focolares, Aipec, Anistia, Comunidades Cristãs de Base, Mamme NoPFas, Ultima Generazione. Participaram também a Assopace Palestina e a Un Ponte Per, sempre empenhadas com uma presença constante nos territórios palestinos. Além disso, estava presente Olga Karach, ativista bielorrussa exilada na Lituânia, que por seu empenho em nome da objeção de consciência está ameaçada de morte.

Antonella Palermo - Vatican News

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Solenidade da Ascensão do Senhor:

Leituras e reflexão
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1ª Leitura: At 1,1-11

Leitura do livro dos Atos dos Apóstolos

No meu primeiro livro, ó Teófilo, já tratei de tudo o que Jesus fez e ensinou, desde o começo, até o dia em que foi levado para o céu, depois de ter dado instruções pelo Espírito Santo aos apóstolos que tinha escolhido. Foi a eles que Jesus se mostrou vivo depois da sua paixão, com numerosas provas. Durante quarenta dias, apareceu-lhes falando do Reino de Deus. Durante uma refeição, deu-lhes esta ordem: “Não vos afasteis de Jerusalém, mas esperai a realização da promessa do Pai, da qual vós me ouvistes falar: ‘João batizou com água; vós, porém, sereis batizados com o Espírito Santo, dentro de poucos dias’”.

Então, os que estavam reunidos perguntaram a Jesus: “Senhor, é agora que vais restaurar o Reino em Israel?”

Jesus respondeu: “Não vos cabe saber os tempos e os momentos que o Pai determinou com a sua própria autoridade. Mas recebereis o poder do Espírito Santo que descerá sobre vós, para serdes minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e na Samaria, e até os confins da terra”. Depois de dizer isso, Jesus foi levado ao céu, à vista deles. Uma nuvem o encobriu, de forma que seus olhos não mais podiam vê-lo.

Os apóstolos continuavam olhando para o céu, enquanto Jesus subia. Apareceram então dois homens vestidos de branco, que lhes disseram: “Homens da Galileia, por que ficais aqui, parados, olhando para o céu? Esse Jesus que vos foi levado para o céu, virá do mesmo modo como o vistes partir para o céu”.

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Responsório: Sl 46

— Por entre aclamações Deus se elevou, o Senhor subiu ao toque da trombeta!

— Por entre aclamações Deus se elevou, o Senhor subiu ao toque da trombeta!

— Povos todos do universo, batei palmas,/ gritai a Deus aclamações de alegria!/ Porque sublime é o Senhor, o Deus Altíssimo,/ o soberano que domina toda a terra.

— Por entre aclamações Deus se elevou,/ o Senhor subiu ao toque da trombeta. / Salmodiai ao nosso Deus ao som da harpa,/ salmodiai ao som da harpa ao nosso Rei!

— Porque Deus é o grande Rei de toda a terra,/ ao som da harpa acompanhai os seus louvores!/ Deus reina sobre todas as nações,/ está sentado no seu trono glorioso.

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2ª Leitura: Ef 1,17-23

Leitura do Carta de São Paulo aos Efésios

Irmãos: O Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai a quem pertence a glória, vos dê um espírito de sabedoria que vô-lo revele e faça verdadeiramente conhecer. Que ele abra o vosso coração à sua luz, para que saibais qual a esperança que o seu chamamento vos dá, qual a riqueza da glória que está na vossa herança com os santos, e que imenso poder ele exerceu em favor de nós que cremos, de acordo com a sua ação e força onipotente.

Ele manifestou sua força em Cristo, quando o ressuscitou dos mortos e o fez sentar-se à sua direita nos céus, bem acima de toda a autoridade, poder, potência, soberania ou qualquer título que se possa mencionar, não somente neste mundo, mas ainda no mundo futuro.

Sim, ele pôs tudo sob os seus pés e fez dele, que está acima de tudo, a Cabeça da Igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que possui a plenitude universal.

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Evangelho: Lc 24,46-53

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João

E continuou: «Assim está escrito: ‘O Messias sofrerá e ressuscitará dos mortos no terceiro dia, e no seu nome serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém’. E vocês são testemunhas disso.

Agora eu lhes enviarei aquele que meu Pai prometeu. Por isso, fiquem esperando na cidade, até que vocês sejam revestidos da força do alto.»

Então Jesus levou os discípulos para fora da cidade, até Betânia. Aí, ergueu as mãos e os abençoou. Enquanto os abençoava, afastou-se deles, e foi levado para o céu. Eles o adoraram, e depois voltaram para Jerusalém, com grande alegria. E estavam sempre no Templo, bendizendo a Deus.

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Reflexão do padre Johan Konings

O Espírito do Senhor Jesus e nossa missão 

A 1ª leitura e o evangelho nos contam como os apóstolos viveram as últimas aparições de Jesus ressuscitado: como despedida provisória e como promessa. Jesus não voltaria até a consumação do mundo, mas deixou nas mãos deles a missão de levar a salvação e o perdão dos pecados a todos que quisessem converter-se, no mundo inteiro. E prometeu-lhes o Espírito Santo, a força de Deus, que os ajudaria a cumprir sua missão.

A vitalidade e juventude da Igreja, até hoje, tem sua raiz nesta herança que Deus lhe deixou. “É bom para vocês que eu me vá – diz Jesus no evangelho de João – porque, senão, não recebereis o Paráclito, o Espírito da Verdade” (1016,7). Jesus salvou o mundo movido pelo Espírito e dando a sua vida pelos homens. Agora, nós devemos dar continuidade a esta obra, geração após geração. O Espírito de Jesus e do Pai deve animar em nós, e através de nós, um testemunho igual ao de Jesus: deve fazer revi ver Jesus em nós. O que salva o mundo não é a presença física de Jesus para todas as gerações, mas sim o Espírito que ele gerou em nós pela morte por amor – o Espírito do Pai e dele mesmo.

A Igreja não caiu no vazio depois da Ascensão de Jesus. Antes, entrou com ele na plenitude do tempo da salvação e da reconciliação, embora não de vez e por completo. Tem que lutar para realizar o que Jesus já vive em plenitude. Ainda não está na mesma glória, na mesma união definitiva com Deus em que está o seu fundador, mas vive movida pelo mesmo Espírito, e este nunca lhe faltará até a hora do reencontro completo. A Igreja terá que expor às claras as contradições, as injustiças, as opressões que impedem a reconciliação e o perdão. Terá que urgir opção e posicionamento, e também transformação dos corações e das estruturas do mundo, para que um dia o Cristo glorioso seja a realidade de todos nós.

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PE. JOHAN KONINGS nasceu na Bélgica em 1941, onde se tornou Doutor em Teologia pela Universidade Católica de Lovaina, ligado ao Colégio para a América Latina (Fidei Donum). Veio ao Brasil, como sacerdote diocesano, em 1972. Em 1985 entrou na Companhia de Jesus (Jesuítas) e, desde 1986, atuou como professor de exegese bíblica na FAJE, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Faleceu no dia 21 de maio de 2022. Este comentário é do livro “Liturgia Dominical, Editora Vozes.

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Reflexão em vídeo do frei Felipe Carretta:

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   Fonte: franciscanos.org.br   Banners: vaticannews.va    Frei Fábio M. Vasconcelos

quinta-feira, 29 de maio de 2025

Vale a pena ler:

Católicos inconformados!

Pe. Zezinho, scj |||||||||||||||||||||||||||||||

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Há católicos inconformados com os últimos 60 anos da nossa Igreja e, de toda maneira querem um novo Papa que retroceda aos anos 1958.

Não aceitam os caminhos de atualização (AGGIORNAMENTO) começado por São João XXIII e São Paulo VI entre 1962-1965.

Fazem de tudo para recuperar o passado, pensando que isto é defesa da TRADIÇÃO. Ora, o próprio Jesus criticou os conservadores fariseus por seu apego a Tradições erradas e ultrapassadas.

Se você nunca leu, isto é, porque nunca leu os evangelhos na íntegra. Jesus conservou as boas Tradições e modificou as ultrapassadas. Eram mudanças que ele fez na Tradição. Foi acusado por isto: por ATUALIZAR A LEI DE MOISÉS.

Lc 5,10; Mt 19,8; Mc 10,4; Lc 20,28; Mt 15,16; Mc 7,8; Mc 7,13.

É bom saber que guardar a Tradição supõe também constante atualização.

Desde o ano 49 d.C., quando houve o primeiro encontro em Jerusalém sobre a questão da circuncisão e, depois, séculos depois houve mudanças, precisamente no ano 325, quando houve o Concílio de Nicéia, houve um marco teológico de atualização da fé católica.

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Desde então, nós católicos guardamos as Tradições do passado, mas isto, sem sermos tradicionalistas. Sempre avançamos nas atualizações de cada Concílio porque o Rio da Fé Católica não corre para trás. Ele se atualiza sempre.

Os católicos insatisfeitos com cada novo Papa vão continuar insatisfeitos, porque nenhum Papa vai dar marcha ré na barca de Pedro.

É que a meta é atravessar todos os desertos da vida e remar em todos os rios possíveis e imagináveis do mundo, no sonho de levar o evangelho Jesus a os cantos da Terra.

Avançaremos sem retroceder, guardaremos as tradições sadias, e corrigiremos as tradições mofadas, assim como corrigiremos os avanços errados de quem tomou desvios inconvenientes e desnecessários. Quem tem este ofício é o Papa e seus conselheiros no Vaticano!

Como sei isso? Faz 64 anos estudo História da Igreja. Tenho cerca de 250 livros que falam da busca de uma catequese explicada para os católicos.

Quem não tem como ter tais livros vai receber minhas explicações. Eu vivo me atualizando a cada novo ensinamento dos Papas, da CNBB e dos teólogos e sociólogos católicos.

Tenho uma página para isto, explicar as atualizações da Igreja. Quem não quer isso tem mais de 200 padres na internet que optaram pelas catequeses de antes de 1958. A maioria é gente sincera que ora muito.

Sempre há os irados que entram para atacar. Também com Jesus havia isso: havia os bons fariseus e os fariseus raivosos que o seguiam para tumultuar suas pregações!

Eram os RADICAIS. E foram eles que levaram Jesus e os apóstolos à morte. Eram mais políticos partidários do que religiosos …. COMO HOJE!

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                                                                                         Fonte: facebook.com/padrezezinho,sjc

quarta-feira, 28 de maio de 2025

Leão XIV na catequese desta quarta-feira:

sem pressa e como o Bom Samaritano,
ter compaixão e parar para ajudar o próximo

O Pontífice continuou o ciclo de catequeses sobre as parábolas do Evangelho e nesta quarta-feira (28/05), dia de Audiência Geral, refletiu sobre aquela do Bom Samaritano para nos lembrar das experiências diárias em que nós encontramos a fragilidade do outro e podemos decidir "crescer em humanidade" cuidando das feridas ou passar longe: "quando seremos capazes de parar a nossa viagem e ter compaixão?", pois "aquele homem ferido na estrada representa cada um de nós" que Jesus sempre tem cuidado.

Mais um dia de sol e calor em Roma para colaborar com a participação dos peregrinos na Audiência Geral na Praça São Pedro. Nesta quarta-feira (28/05), cerca de 40 mil fiéis ouviram o Papa Leão XVI meditar mais uma vez sobre as parábolas do Evangelho, uma forma para "nos abrirmos à esperança. A falta de esperança, por vezes, deve-se ao fato de estarmos fixados numa certa forma rígida e fechada de ver as coisas, e as parábolas nos ajudam a vê-las de outro ponto de vista", disse o Pontífice logo no início da sua reflexão.

O Bom Samaritano

A parábola usada desta vez por Leão XVI foi uma das mais famosas de Jesus, aquela do Bom Samaritano (ver Lc 10,25-37), quando um doutor da Lei que, centrado em si mesmo e sem se preocupar com os outros, interroga Jesus sobre quem é o “próximo” a quem deve amar. O Senhor procura mudar a ótica contando a parábola que "é uma viagem para transformar a questão": não se deve perguntar quem é o próximo, mas fazer-se próximo de todos os que necessitam.

O cenário da parábola é "o caminho percorrido por um homem que desce de Jerusalém, a cidade sobre o monte, para Jericó, a cidade abaixo do nível do mar", um caminho "difícil e intransitável, como a vida", comentou o Pontífice. Durante o percurso, aquele homem "é atacado, espancado, roubado e deixado meio morto". Uma experiência vivida diariamente, quando nos encontramos com o outro, com a sua fragilidade, e podemos decidir cuidar das suas feridas ou passar longe:

"A vida é feita de encontros, e nesses encontros nos revelamos quem somos. Encontramo-nos perante o outro, perante a sua fragilidade e a sua fraqueza e podemos decidir o que fazer: cuidar dele ou fingir que nada acontece."

A compaixão é uma questão de humanidade

Um sacerdote e um levita, que "vivem no espaço sagrado", passam pelo mesmo caminho. No entanto, "a prática do culto não leva automaticamente à compaixão", recordou Leão XVI, porque "antes de ser uma questão religiosa, a compaixão é uma questão de humanidade! Antes de sermos crentes, somos chamados a ser humanos".

Muitas vezes a pressa, "tão presente nas nossas vidas", também pode nos impedir de experimentar a compaixão, que deve ser expressa em gestos concretos. "Aquele que pensa que a sua própria viagem deve ter prioridade não está disposto a parar por um outro", alertou o Pontífice, diversamente do samaritano que se fez próximo daquele que estava ferido.

"Este samaritano para simplesmente porque é um homem perante um outro homem que precisa de ajuda. A compaixão é expressa através de gestos concretos. O evangelista Lucas detém-se nas ações do samaritano, a quem chamamos 'bom', mas que no texto é simplesmente uma pessoa: o samaritano se aproxima, porque se se quer ajudar alguém não se consegue pensar em manter a distância, é preciso envolver-se, sujar-se, talvez contaminar."

O Bom Samaritano toma conta dele, "porque realmente se ajuda quem está disposto a sentir o peso da dor do outro", ressaltou Leão XIV, porque "o outro não é um pacote para ser entregue, mas alguém para cuidar". Como Jesus faz conosco, assim devemos fazer com nossos irmãos necessitados de auxílio:

“Queridos irmãos e irmãs, quando é que nós também seremos capazes de parar a nossa viagem e ter compaixão? Quando compreendermos que aquele homem ferido na estrada representa cada um de nós. E então a recordação de todas as vezes que Jesus parou para cuidar de nós, vai nos tornar mais capazes de sentir compaixão. Rezemos, então, para que possamos crescer em humanidade, para que as nossas relações sejam mais verdadeiras e ricas em compaixão.”

Andressa Collet - Vatican News

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