As fronteiras a serem abertas pelo Sopro divino, disse o Pontífice em homilia na Praça São Pedro na Solenidade de Pentecostes, estão "dentro de nós, nas nossas relações e entre os povos". Os milhares de peregrinos do Jubileu dos Movimentos, Associações e Novas Comunidades ouviram o pedido do Papa para invocar "o Espírito do amor e da paz" para encontrar com Deus e "abrir as fronteiras, derrubar os muros, dissolver o ódio": "é Pentecostes que renova a Igreja, renova o mundo!".
Mais um dia de Praça São Pedro lotada por ocasião do Jubileu dos Movimentos, Associações e Novas Comunidades celebrado neste final de semana no âmbito do Ano Santo da Esperança. Neste domingo (08/06), em particular, de Solenidade de Pentecostes, o Papa Leão XIV presidiu a missa para milhares de peregrinos e refletiu sobre o Espírito que "abre fronteiras" dentro de nós, nas nossas relações e entre os povos. Completando exatamente um mês de pontificado, a homilia do novo Sucessor de Pedro foi de grande impulso para abrirmos "as fronteiras do coração" através do "vento vigoroso do Espírito Santo" e com a recordação inclusive dos predecessores Bento XVI e Francisco. O dia solene no Vaticano começou com um giro de papamóvel que durou cerca de 30 minutos: Leão XIV percorreu tanto a Praça São Pedro quanto parte da Via della Conciliazione para saudar os milhares de fiéis.
Abrir as
fronteiras dentro de nós
Na homilia e
através das palavras de Santo Agostinho, o Papa recordou que este é o dia em
que, "depois de sua Ressurreição e depois da glória de sua Ascensão, Jesus
Cristo Nosso Senhor enviou o Espírito Santo» (Santo Agostinho, Sermão 271,
1)". Um dom que "realiza algo extraordinário na vida dos
Apóstolos", ajudando a interpretar a morte de Jesus e dando força e
coragem para "sair ao encontro de todos para anunciar as obras de
Deus". Na festa de Pentecostes, lembra Leão nas palavras de Bento XVI em
2005, as portas do cenáculo se abrem porque o Espírito abre as fronteiras.
E de onde o Pontífice parte a sua meditação do dia:
"O Espírito abre as fronteiras principalmente dentro de nós. É o Dom que desvela a nossa vida para o amor. E essa presença do Senhor desfaz a nossa dureza, o nosso fechamento, o egoísmo, os medos que nos bloqueiam e o narcisismo que faz-nos rodar apenas em torno de nós mesmos. O Espírito Santo vem para desafiar, em nós, o risco de uma vida que se atrofia, sugada pelo individualismo. É triste observar como num mundo onde se multiplicam as oportunidades de socialização, corremos o risco de ser paradoxalmente mais solitários, sempre conectados, mas incapazes de 'fazer redes', sempre imersos na multidão, mas permanecendo viajantes perdidos e solitários."
O Espírito de Deus, em vez disso, "abre ao encontro com nós mesmos, para além das máscaras que usamos; conduz ao encontro com o Senhor", afirmou o Papa. Abraçando com amor a Palavra, somos "transformados" por ela, tornando a nossa vida "um espaço de acolhimento".
Abrir as
fronteiras das relações
"O Espírito,
além disso, abre as fronteiras também nas nossas relações". E com
aquele mesmo "amor de Deus que habita em nós, tornamo-nos capazes de nos
abrir aos irmãos, de vencer a nossa rigidez, de superar o medo em relação ao
que é diferente", disse o Pontífice. O Espírito transforma aqueles
"perigos mais ocultos que envenenam as nossas relações, como os
mal-entendidos, os preconceitos, as instrumentalizaçõe":
“Penso também – com muita dor – em quando uma relação é infestada pela vontade de dominar o outro, uma atitude que frequentemente desemboca na violência, como infelizmente demonstram os numerosos e recentes casos de feminicídio.”
O Espírito
Santo, ao contrário, "faz amadurecer em nós os frutos que nos ajudam a
viver relações verdadeiras e boas", alargando as fronteiras das relações
com o outros. Um critério, alertou Leão XIV, "decisivo também para a
Igreja: só somos verdadeiramente a Igreja do Ressuscitado e discípulos de
Pentecostes se entre nós não houver fronteiras nem divisões, se na Igreja
soubermos dialogar e nos acolher mutuamente, integrando as nossas diversidades,
e se, como Igreja, nos tornarmos um espaço acolhedor e hospitaleiro para
todos".
Abrir as
fronteiras entre os povos
Por fim, "o
Espírito abre as fronteiras também entre os povos". Em Pentecostes,
disse o Pontífice, recordamos a importância de nos colocarmos "em
caminho", "na fraternidade", já que "o Sopro divino une os
nossos corações e nos faz ver no outro o rosto de um irmão": em vez de
divisão e conflito, preconceito e lógica de exclusão, discórdia e indiferença,
como observou Francisco em 2023, o Espírito "rompe fronteiras e derruba os
muros da indiferença e do ódio", como as próprias guerras, por "um
tesouro comum":
“Invoquemos o Espírito do amor e da paz, a fim de que abra as fronteiras, derrube os muros, dissolva o ódio e nos ajude a viver como filhos do único Pai que está nos céus. Irmãos e irmãs: é Pentecostes que renova a Igreja, renova o mundo! Que o vento vigoroso do Espírito desça sobre nós e em nós abra as fronteiras do coração, dê a graça do encontro com Deus, amplie os horizontes do amor e sustente os nossos esforços pela construção de um mundo onde reine a paz.”
Andressa Collet - Vatican News
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Assista:
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Ao final da
celebração de Pentecostes na Praça São Pedro, o Pontífice, por intercessão de
Nossa Senhora, disse: "invoquemos do Espírito Santo o dom da paz.
Principalmente, a paz nos corações: só um coração pacífico pode difundir a paz,
na família, na sociedade, nas relações internacionais. Que o Espírito de Cristo
ressuscitado abra caminhos de reconciliação onde quer que haja guerra; que
ilumine os governantes e lhes dê a coragem de fazer gestos de apaziguamento e
de diálogo".
O Papa Leão XIV,
ao final da missa na Solenidade de Pentecostes neste domingo (08/06), dirigiu
uma saudação aos milhares de peregrinos que participaram da celebração numa
Praça São Pedro lotada com os participantes do Jubileu das Comunidades,
Associações e Novas Comunidades, resistentes a um calor de 30 graus, além de
daqueles que acompanharam a transmissão mundo afora. No Regina Caeli, o
Pontífice também agradeceu cardeais e bispos presentes: "queridos irmãos e
irmãs, com a força do Espírito Santo, voltem renovados deste Jubileu de vocês.
Vão e levem a todos a esperança do Senhor Jesus!".
A saudação aos
alunos em fim de ano letivo na Europa
A recordação
também se estendeu aos estudantes que, na maioria dos países europeus, terminou
o ano escolar na última sexta-feira (06/06) para começar a pausa de verão que
pode variar em diferentes países. Na Itália e na Espanha, por exemplo, as
férias são maiores e duram cerca de 3 meses. O Papa Leão disse:
"na Itália e em outros países, o ano letivo está por concluir-se
nestes dias. Gostaria de saudar todos os alunos e professores, especialmente
aqueles que vão fazer os exames finais nos próximos dias".
Invocar do
Espírito a paz nos corações
Por fim, o Papa
Leão XIV voltou a pedir a paz com a invocação do Espírito Santo, para que possa
soprar e chegar até os corações dos governantes:
“E agora, por intercessão da Virgem Maria, invoquemos do Espírito Santo o dom da paz. Principalmente, a paz nos corações: só um coração pacífico pode difundir a paz, na família, na sociedade, nas relações internacionais. Que o Espírito de Cristo ressuscitado abra caminhos de reconciliação onde quer que haja guerra; que ilumine os governantes e lhes dê a coragem de fazer gestos de apaziguamento e de diálogo.”
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