Papa indica oração e discernimento contra o narcisismo
Seminaristas de
várias partes do mundo acolheram o Pontífice cantando em coro "Papa
Leone". O Santo Padre advertiu para o perigo do narcisismo, da
superficialidade, da hipocrisia e da sede de poder. E aconselhou dois caminhos:
a oração e o discernimento, para que se assemelhem sempre mais a Cristo.
Não só
peregrinos, mas testemunhas de esperança: o Papa se reuniu com milhares de
seminaristas na Basílica de São Pedro presentes em Roma para o seu Jubileu,
juntamente com seus formadores.
A eles, Leão XIV
fez uma meditação, na qual agradeceu por terem dito seu "sim", com
humildade e coragem, a essa aventura fascinante da vocação sacerdotal num tempo
não fácil: "Obrigado, porque com essa energia vocês alimentam a chama da
esperança na vida da Igreja!".
Jesus, afirmou,
chama os seminaristas a viverem uma experiência de amizade com Ele, uma
experiência destinada a crescer de modo permanente mesmo depois da ordenação,
de modo que se tornem pessoas e sacerdotes felizes, pontes e não obstáculos
para os outros ao encontro com Cristo. Nesta caminhada, é importante dirigir
toda a atenção para o centro, isto é, o coração.
“O seminário deve ser uma escola dos afetos. Hoje de modo especial, num contexto social e cultural marcado pelo conflito e pelo narcisismo, precisamos aprender a amar e fazê-lo como Jesus. Assim como Cristo amou com coração de homem, vocês são chamados a amar com o Coração de Cristo!”
Que os
seminaristas tenham "perfume de Evangelho"
Para isso,
acrescentou o Pontífice, é preciso trabalhar a própria interioridade, onde Deus
faz ouvir a sua voz e de onde saem as decisões mais profundas. É um local de
tensões e lutas, que devem ser convertidas para que toda a humanidade dos
candidatos ao sacerdócio "perfume de Evangelho". Cuidando das feridas
do próprio coração, os seminaristas aprenderão a estar ao lado de quem sofre.
"Sem a vida interior não é possível nem mesmo a vida espiritual,
porque Deus nos fala exatamente ali, no coração."
Aprendendo a
conhecer o próprio coração, acrescentou, não será necessário usar máscaras,
bastará seguir o caminho da oração, que conduz à interioridade. "Num
período onde estamos hiperconectados, se torna sempre mais difícil fazer a
experiência do silêncio e da solidão. Sem o encontro com Ele, não conseguimos
nem mesmo conhecer verdadeiramente a nós mesmos."
O convite de
Leão XIV é invocar com frequência o Espírito Santo, para que plasme um coração
dócil, capaz de colher a presença de Deus ouvindo também as vozes da natureza,
da arte e da cultura e, com elas, os desafios do tempo atual, como a
inteligência artificial e as redes sociais. De modo especial, como fazia Jesus,
saber ouvir o clamor dos pobres e oprimidos e dos jovens que buscam um sentido
para a própria vida.
Gratidão e
generosidade para combater a sede de poder
Além de cuidar
do coração, os seminaristas devem aprender também a arte do discernimento.
E o Papa pediu que não sejam superficiais, questionando: o que estou vivendo me
ensina? Para onde o Senhor está me guiando?
"Caríssimos, tenham um coração manso e humilde como o de Jesus. A exemplo do apóstolo Paulo, vocês possam assumir os sentimentos de Cristo, para progredir na maturidade humana, sobretudo afetiva e relacional. É importante, ou melhor, necessário, desde o seminário, investir no amadurecimento humano, rejeitando todo disfarce e hipocrisia. Mantendo o olhar fixo em Jesus, é preciso aprender a dar nome e voz também à tristeza, ao medo, à angústia, à indignação, levando tudo para a relação com Deus. As crises, os limites, as fragilidades não devem ser escondidos, são antes ocasiões de graça e de experiência pascal."
Em um mundo onde
muitas vezes há ingratidão e sede de poder, disse ainda o Papa, onde por vezes
parece prevalecer a lógica do desperdício, os seminaristas são chamados a
testemunhar a gratidão e a generosidade de Cristo, a exultância e a alegria, a
ternura e a misericórdia do seu Coração; a praticar o estilo de acolhida e
proximidade, de serviço generoso e desinteressado.
Leão XIV
concluiu fazendo votos de que os seminaristas percorram esse caminho sem
especulações, sem nunca se acomodar sendo apenas receptores passivos, mas
que se apaixonem pela vida sacerdotal, vivendo o presente e olhando para o
futuro com um coração profético. Pediu ainda que o próprio coração se assemelhe
sempre mais aos sentimentos do Coração de Cristo: "Aquele Coração que
pulsa de amor por vocês e pela humanidade. Bom caminho!"
Bianca Fraccalvieri - Vatican News
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