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domingo, 17 de agosto de 2025

Leão XIV na missa deste domingo:

“Somos a Igreja do Senhor,
uma Igreja de pobres, todos preciosos”

Cerca de 110 pessoas, a maior parte pobres assistidos pela Cáritas, participaram neste domingo, 17 de agosto, da missa presidida pelo Papa no Santuário de Santa Maria della Rotonda, em Albano Laziale. “Derrubemos os muros, não deixemos o Senhor fora das nossas igrejas”, pediu o Santo Padre.

Neste domingo, 17 de agosto, o Papa Leão XIV presidiu a Santa Missa no Santuário de Santa Maria della Rotonda, em Albano Laziale, cidade vizinha a Castel Gandolfo. A celebração reuniu cerca de 110 pessoas, entre sacerdotes, paroquianos, colaboradores da Cáritas, acolhidos em casas de assistência, pessoas em situação de rua e participantes dos Centros de Escuta. Na parte externa, numerosos fiéis acompanharam a liturgia por meio de um telão instalado na praça em frente ao Santuário.

Celebrar a vitória de Cristo

Em sua homilia, o Pontífice refletiu sobre o dom do domingo, dia da Ressurreição, em que os cristãos experimentam a vitória de Cristo sobre a morte:

“Cada um de nós vem à igreja com alguns cansaços e medos – às vezes pequenos, outras vezes grandes – e imediatamente sentimo-nos menos sozinhos, estamos juntos e encontramos a Palavra e o Corpo de Cristo. Deste modo, o nosso coração recebe uma vida que vai para além da morte. É o Espírito Santo, o Espírito do Ressuscitado, que faz isto entre nós e em nós, silenciosamente, domingo após domingo, dia após dia.”

Ao falar do antigo santuário de Santa Maria della Rotonda, cuja forma circular recorda o abraço de Deus, o Papa ressaltou a experiência de acolhida que a Igreja deve transmitir: “A nossa pobreza, a nossa vulnerabilidade e, sobretudo, os fracassos pelos quais podemos ser desprezados e julgados [...] são finalmente acolhidos na doce força de Deus, um amor sem arestas e incondicional”. Em seguida, detendo-se ao Evangelho proposto pela liturgia do XX Domingo do Tempo Comum, o Santo Padre destacou que a paz de Cristo não é a mesma oferecida pelo mundo:

“Jesus precisa de nos dizer: ‘Eu vim lançar fogo sobre a terra; e como gostaria que ele já se tivesse ateado!’. [...] É a decisão de não viver já para nós mesmos, de levar o fogo ao mundo. Não o fogo das armas, nem o das palavras que queimam os outros. Não. Mas o fogo do amor, que se inclina e serve, que opõe à indiferença o cuidado e à prepotência a mansidão”.

É preciso derrubar os muros

Leão XIV agradeceu, em conjunto com o bispo de Albano, dom Vincenzo, o empenho da Diocese em servir os pobres, como um testemunho de comunhão e igualdade dentro da Igreja:

“Somos a Igreja do Senhor, uma Igreja de pobres, todos preciosos, todos sujeitos, cada um portador de uma Palavra singular de Deus. Cada um é um dom para os outros. Derrubemos os muros.”

Acolher sempre o Senhor

Na conclusão da homilia, o Pontífice convidou a comunidade a não afastar Cristo da vida cotidiana:

“Não deixemos o Senhor fora das nossas igrejas, das nossas casas e da nossa vida. Em vez disso, deixemo-Lo entrar nos pobres e, então, faremos as pazes também com a nossa pobreza, aquela que tememos e negamos quando buscamos a todo custo tranquilidade e segurança.”

Por fim, o Papa confiou os frutos da celebração à intercessão da Virgem Maria, venerada como Santa Maria della Rotonda, pedindo que o Espírito Santo transforme os corações e renove a Igreja como verdadeiro Corpo de Cristo. No Ofertório, os dons foram apresentados por acolhidos das casas de assistência, entre eles uma família de origem peruana, acompanhados por representantes da Cáritas. Ao término da Missa, o Pontífice saudou os pobres e os voluntários presentes.

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Assista:

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Papa antes da oração do Angelus deste domingo:

agir segundo a verdade tem um custo,
mas Cristo convida-nos à fidelidade.

Em sua reflexão, antes da oração do Angelus em Castel Gandolfo, Leão XIV lembrou que “agir na verdade custa, porque no mundo há quem escolha a mentira” e convidou os fiéis “a não responder à prepotência com vingança”.

Após presidir a Santa Missa em Albano Laziale na manhã deste domingo, 17 de agosto, o Papa Leão XIV dirigiu-se à Piazza della Libertà, em Castel Gandolfo, onde cumpre o seu período de descanso estivo, para encontrar milhares de fiéis e peregrinos e rezar com eles a oração mariana do Angelus.

Na sua meditação, o Santo Padre comentou o Evangelho do XX Domingo do Tempo Comum (cf. Lc 12, 49-53), sublinhando que a missão de Cristo e a dos seus discípulos não está livre de contradições: “Hoje, o Evangelho apresenta-nos um texto exigente, no qual, com imagens fortes e grande franqueza, Jesus diz aos discípulos que a sua missão, e também a dos que o seguem, não é só ‘um mar de rosas’, mas é ‘sinal de contradição’ (cf. Lc 2, 34).”

Em seguida, o Papa recordou que a própria vida de Jesus é marcada pela rejeição e perseguição, apesar da mensagem de amor e justiça que anunciava. Assim também viveram as primeiras comunidades cristãs descritas nos Atos dos Apóstolos, pacíficas mas alvo de hostilidade.

Perseverança na verdade

O Pontífice destacou que o bem nem sempre encontra acolhimento, mas pode gerar resistência e perseguição. Por isso, exortou à perseverança:

“Agir segundo a verdade tem um custo, porque no mundo há quem opte pela mentira e porque o diabo, aproveitando-se disso, muitas vezes procura impedir a ação dos bons. Jesus, porém, convida-nos, com a sua ajuda, a não desistir e a não nos conformarmos com esta mentalidade, mas a continuar a agir em prol do nosso bem e do bem de todos, mesmo de quem nos faz sofrer. Ele convida-nos a não responder à prepotência com a vingança, mas a permanecer fiéis à verdade na caridade. Os mártires dão testemunho disso derramando o seu sangue pela fé, mas também nós, em circunstâncias diferentes e de outro modo, os podemos imitar.”

O testemunho quotidiano

Leão XIV recordou que seguir a verdade exige sacrifícios também na vida cotidiana. Pais que educam os filhos, professores que formam seus alunos, profissionais e políticos que agem com honestidade: todos são chamados a pagar o preço da coerência evangélica, e evocou as palavras de Santo Inácio de Antioquia, que a caminho do martírio em Roma escreveu:

"Não quero que sejais estimados pelos homens, mas por Deus; prefiro morrer em Cristo Jesus a reinar sobre todos os confins da terra."

Por fim, o Santo Padre confiou todos à proteção de Nossa Senhora: “Peçamos a Maria, Rainha dos Mártires, que nos ajude a ser, em todas as circunstâncias, testemunhas fiéis e corajosas do seu Filho, e sustenha os nossos irmãos e irmãs que hoje sofrem pela fé,” concluiu.

Thulio Fonseca - Vatican News

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Assista:

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