Cerca de 110
pessoas, a maior parte pobres assistidos pela Cáritas, participaram neste
domingo, 17 de agosto, da missa presidida pelo Papa no Santuário de Santa Maria
della Rotonda, em Albano Laziale. “Derrubemos os muros, não deixemos o Senhor
fora das nossas igrejas”, pediu o Santo Padre.
Neste domingo,
17 de agosto, o Papa Leão XIV presidiu a Santa Missa no Santuário de Santa
Maria della Rotonda, em Albano Laziale, cidade vizinha a Castel Gandolfo. A
celebração reuniu cerca de 110 pessoas, entre sacerdotes, paroquianos,
colaboradores da Cáritas, acolhidos em casas de assistência, pessoas em
situação de rua e participantes dos Centros de Escuta. Na parte externa,
numerosos fiéis acompanharam a liturgia por meio de um telão instalado na praça
em frente ao Santuário.
Celebrar a
vitória de Cristo
Em sua homilia,
o Pontífice refletiu sobre o dom do domingo, dia da Ressurreição, em que os
cristãos experimentam a vitória de Cristo sobre a morte:
“Cada um de nós vem à igreja com alguns cansaços e medos – às vezes pequenos, outras vezes grandes – e imediatamente sentimo-nos menos sozinhos, estamos juntos e encontramos a Palavra e o Corpo de Cristo. Deste modo, o nosso coração recebe uma vida que vai para além da morte. É o Espírito Santo, o Espírito do Ressuscitado, que faz isto entre nós e em nós, silenciosamente, domingo após domingo, dia após dia.”
Ao falar do
antigo santuário de Santa Maria della Rotonda, cuja forma circular recorda o
abraço de Deus, o Papa ressaltou a experiência de acolhida que a Igreja deve
transmitir: “A nossa pobreza, a nossa vulnerabilidade e, sobretudo, os
fracassos pelos quais podemos ser desprezados e julgados [...] são finalmente
acolhidos na doce força de Deus, um amor sem arestas e incondicional”. Em
seguida, detendo-se ao Evangelho proposto pela liturgia do XX Domingo
do Tempo Comum, o Santo Padre destacou que a paz de Cristo não é a mesma
oferecida pelo mundo:
“Jesus precisa
de nos dizer: ‘Eu vim lançar fogo sobre a terra; e como gostaria que ele já se
tivesse ateado!’. [...] É a decisão de não viver já para nós mesmos, de levar o
fogo ao mundo. Não o fogo das armas, nem o das palavras que queimam os outros.
Não. Mas o fogo do amor, que se inclina e serve, que opõe à indiferença o
cuidado e à prepotência a mansidão”.
É preciso
derrubar os muros
Leão XIV
agradeceu, em conjunto com o bispo de Albano, dom Vincenzo, o empenho da
Diocese em servir os pobres, como um testemunho de comunhão e igualdade dentro
da Igreja:
“Somos a Igreja do Senhor, uma Igreja de pobres, todos preciosos, todos sujeitos, cada um portador de uma Palavra singular de Deus. Cada um é um dom para os outros. Derrubemos os muros.”
Acolher sempre o
Senhor
Na conclusão da
homilia, o Pontífice convidou a comunidade a não afastar Cristo da vida
cotidiana:
“Não deixemos o
Senhor fora das nossas igrejas, das nossas casas e da nossa vida. Em vez disso,
deixemo-Lo entrar nos pobres e, então, faremos as pazes também com a nossa
pobreza, aquela que tememos e negamos quando buscamos a todo custo
tranquilidade e segurança.”
Por fim, o Papa
confiou os frutos da celebração à intercessão da Virgem Maria, venerada como
Santa Maria della Rotonda, pedindo que o Espírito Santo transforme os corações
e renove a Igreja como verdadeiro Corpo de Cristo. No Ofertório, os dons foram
apresentados por acolhidos das casas de assistência, entre eles uma família de
origem peruana, acompanhados por representantes da Cáritas. Ao término da
Missa, o Pontífice saudou os pobres e os voluntários presentes.
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Assista:
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Papa antes da oração do Angelus deste domingo:
Em sua reflexão,
antes da oração do Angelus em Castel Gandolfo, Leão XIV lembrou que “agir na
verdade custa, porque no mundo há quem escolha a mentira” e convidou os fiéis
“a não responder à prepotência com vingança”.
Após presidir a
Santa Missa em Albano Laziale na manhã deste domingo, 17 de agosto, o Papa
Leão XIV dirigiu-se à Piazza della Libertà, em Castel Gandolfo, onde cumpre o
seu período de descanso estivo, para encontrar milhares de fiéis e peregrinos e
rezar com eles a oração mariana do Angelus.
Na sua
meditação, o Santo Padre comentou o Evangelho do XX Domingo do Tempo Comum (cf.
Lc 12, 49-53), sublinhando que a missão de Cristo e a dos seus discípulos não
está livre de contradições: “Hoje, o Evangelho apresenta-nos um texto exigente,
no qual, com imagens fortes e grande franqueza, Jesus diz aos discípulos que a
sua missão, e também a dos que o seguem, não é só ‘um mar de rosas’, mas é
‘sinal de contradição’ (cf. Lc 2, 34).”
Em seguida, o
Papa recordou que a própria vida de Jesus é marcada pela rejeição e
perseguição, apesar da mensagem de amor e justiça que anunciava. Assim também
viveram as primeiras comunidades cristãs descritas nos Atos dos Apóstolos,
pacíficas mas alvo de hostilidade.
Perseverança na
verdade
O Pontífice
destacou que o bem nem sempre encontra acolhimento, mas pode gerar resistência
e perseguição. Por isso, exortou à perseverança:
“Agir segundo a verdade tem um custo, porque no mundo há quem opte pela mentira e porque o diabo, aproveitando-se disso, muitas vezes procura impedir a ação dos bons. Jesus, porém, convida-nos, com a sua ajuda, a não desistir e a não nos conformarmos com esta mentalidade, mas a continuar a agir em prol do nosso bem e do bem de todos, mesmo de quem nos faz sofrer. Ele convida-nos a não responder à prepotência com a vingança, mas a permanecer fiéis à verdade na caridade. Os mártires dão testemunho disso derramando o seu sangue pela fé, mas também nós, em circunstâncias diferentes e de outro modo, os podemos imitar.”
O testemunho
quotidiano
Leão XIV
recordou que seguir a verdade exige sacrifícios também na vida cotidiana. Pais
que educam os filhos, professores que formam seus alunos, profissionais e
políticos que agem com honestidade: todos são chamados a pagar o preço da
coerência evangélica, e evocou as palavras de Santo Inácio de Antioquia,
que a caminho do martírio em Roma escreveu:
"Não quero
que sejais estimados pelos homens, mas por Deus; prefiro morrer em Cristo Jesus
a reinar sobre todos os confins da terra."
Por fim, o Santo
Padre confiou todos à proteção de Nossa Senhora: “Peçamos a Maria, Rainha dos
Mártires, que nos ajude a ser, em todas as circunstâncias, testemunhas fiéis e
corajosas do seu Filho, e sustenha os nossos irmãos e irmãs que hoje sofrem
pela fé,” concluiu.
Thulio Fonseca - Vatican News
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