o Evangelho é nosso alimento cotidiano
Cerca de 6.500
fiéis participaram na Basílica Vaticana da missa presidida por Francisco por
ocasião do Domingo da Palavra de Deus. Durante a celebração, o Pontífice
conferiu o ministério do leitorado a 40 leigos de vários países.
Bianca
Fraccalvieri – Vatican News
O Papa presidiu
à Santa Missa na Basílica de São Pedro por ocasião da sexta edição do Domingo
da Palavra de Deus, com a participação de milhares de jornalistas de mais de
130 países, presentes em Roma para o Jubileu dos Comunicadores.
Na homilia, o
Pontífice refletiu sobre o Evangelho deste III Domingo do Tempo Comum, em que
Jesus diz na sinagoga de Nazaré: «Cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura,
que acabais de ouvir» (Lc 4, 21).
“Ele é a Palavra
viva, em quem toda a Escritura encontra o seu pleno cumprimento”, explicou o
Pontífice. E nós, no hoje da Sagrada Liturgia, somos seus
contemporâneos: também nós, cheios de admiração, abrimos o coração e a mente
para O escutar.
“Eu disse uma palavra: admiração. Quando nós ouvimos o Evangelho, as palavras de Deus, não se trata somente de ouvir, compreender. Não. Deve chegar ao coração e produzir o que disse: admiração. A Palavra de Deus sempre nos deslumbra, sempre nos renova, entra no coração e nos renova sempre.”
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O brasileiro Marcelo Mito recebe a Bíblia das mãos do Papa |
As cinco ações
de Jesus
Francisco então
identificou cinco ações que caracterizam a missão do Messias.
Antes de mais,
Ele é enviado «para anunciar a Boa-Nova aos pobres». Eis o “evangelho”, a
Boa-Nova que Jesus proclama: o Reino de Deus está próximo! O Senhor vem visitar
o seu povo, cuidando dos humildes. Este Evangelho é palavra de compaixão,
que nos chama à caridade, a um generoso compromisso social.
A segunda ação
de Cristo é «proclamar a libertação aos cativos». O mal tem os dias contados,
porque o futuro pertence a Deus. Jesus nos redime de toda a culpa e liberta o
nosso coração de todas as amarras interiores. Este Evangelho é palavra de
misericórdia, que nos chama a ser testemunhas apaixonadas de paz, solidariedade
e reconciliação.
A terceira ação
é dar «aos cegos, a recuperação da vista». O Messias abre-nos os olhos do
coração, muitas vezes ofuscados pelo fascínio do poder e da vaidade: doenças da
alma. Este Evangelho é palavra de luz, que nos chama à verdade e à
coerência de vida.
A quarta ação de
Jesus é «mandar em liberdade os oprimidos». Nenhuma escravatura resiste à ação
do Messias, que nos faz irmãos no seu nome. Este Evangelho é palavra de
liberdade, que nos chama à conversão do coração.
Por fim, a
quinta ação: Jesus é enviado «a proclamar um ano favorável da parte
do Senhor». É um Jubileu, como este que iniciamos, preparando-nos com esperança
para o encontro definitivo com o Redentor. Este Evangelho é palavra de
alegria, que nos chama a caminhar, como peregrinos, em direção ao Reino de
Deus.
Responder com
ardor ao anúncio de Cristo
“Irmãos e irmãs,
no domingo dedicado de modo especial à Palavra de Deus, agradeçamos ao Pai por
nos ter dirigido o seu Verbo, feito homem para a salvação do mundo”, exortou o
Papa. Quando lemos, rezamos e estudamos as Escrituras, não recebemos apenas informações
sobre Deus, mas acolhemos o Espírito que nos recorda tudo o que Jesus disse e
fez. O Santo Padre reiterou sua recomendação de sempre termos conosco uma
edição de bolso do Evangelho para, durante o dia, ler um ou dois versículos e
meditar.
Assim, o pedido
de Francisco é para que respondamos com ardor ao alegre anúncio de Cristo. Com
efeito, o Senhor não nos falou como a ouvintes mudos, mas como a testemunhas,
chamando-nos a evangelizar em todos os tempos e lugares.
Na sequência,
Francisco conferiu o ministério do leitorado a a 40 fiéis leigos, homens e
mulheres de diferentes nações, sendo quatro do Brasil, e reforçou o que disse
na homilia de sempre levarem consigo o Evangelho: "Este é nosso alimento
cotidiano".
Ao final da
missa, foi distribuída uma cópia do Evangelho de Lucas a todos os presentes.
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Assista:
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Papa no Angelus:Durante o
Angelus deste domingo (26/01), o Papa Francisco destacou a importância de
reconhecer Jesus como o Salvador que traz uma mensagem que ninguém mais pode
nos dar. "Nós também somos chamados a nos questionar sobre sua identidade
e missão em nossa vida", afirmou o Pontífice, convidando os fiéis a
refletirem sobre a autoridade única de Cristo.
Neste domingo,
26 de janeiro, o Papa Francisco, após presidir a missa na Basílica de São
Pedro, também se encontrou com milhares de fiéis e peregrinos para a oração
mariana do Angelus, na Praça São Pedro. Em sua reflexão, inspirada no Evangelho
de Lucas, o Santo Padre recordou o momento em que Jesus, na sinagoga de Nazaré,
leu a passagem do profeta Isaías e proclamou: “Hoje se cumpriu esta Escritura”
(Lc 4,21), anunciando sua missão evangelizadora e libertadora enquanto Messias.
Francisco
ressaltou o impacto dessa declaração entre os conterrâneos de Jesus, que, por
conhecê-lo como "o filho do carpinteiro", não conseguiam aceitar sua
identidade como o Cristo. "Eles pensavam conhecê-lo bem demais, e isso, ao
invés de abrir suas mentes e corações, os bloqueava, como um véu que obscurece
a luz", observou o Papa.
Reconhecer a
mensagem de Jesus
O Papa destacou
que essa atitude dos nazarenos ainda pode ser vista em nossos dias:
"Também nós somos interpelados pelas palavras e pela presença de Jesus. Às
vezes, pensamos que já o conhecemos, que não há nada de novo a descobrir,
porque crescemos com Ele, no catecismo, na paróquia ou em um país de cultura
cristã."
Segundo
Francisco, esse senso de familiaridade pode nos impedir de reconhecer a
singularidade de Cristo e sua mensagem. "Reconhecemos que Jesus traz
uma mensagem de salvação que ninguém mais pode nos dar? Sentimos que, de algum
modo, também somos pobres, prisioneiros, cegos e oprimidos, necessitados de sua
graça?", questionou o Pontífice.
Ao concluir sua
reflexão, o Papa confiou os fiéis à intercessão de Maria, Mãe de Deus, pedindo
sua ajuda para redescobrir Jesus.
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